Carnaval 2016 abre alas para campanhas de combate à violência contra a mulher

Respeite as Auroras! Conheça algumas iniciativas para proteger as mulheres durante a maior festa popular do Brasil.

Por Marcela Bonafé Atualizado em 1 nov 2024, 13h53 - Publicado em 5 fev 2016, 17h50

O Carnaval é uma época de folia e bastante diversão, mas também um momento em que o machismo impera. Infelizmente. É comum ouvir mulheres contarem situações extremamente constrangedoras – e assustadoras – que enfrentaram enquanto estavam apenas querendo se divertir com as amigas. Pensando nisso, as agências The Aubergine Panda e Lynx lançaram a iniciativa #MeuNúmeroé180, que conta com o apoio da ONU Mulheres e da campanha do secretário-geral da ONU “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres”.

A principal inspiração foi a quantidade de manifestações e histórias sobre meninas que sofreram violência publicada nas redes sociais durante o ano passado ( você se lembra das campanhas #MeuAmigoSecreto e #MeuPrimeiroAssédio ? ). Além disso, o ritmo samba completa 100 anos e a campanha chama atenção para o fato de que, apesar da evolução do debate nas redes, algumas pessoas ainda parecem viver na idade da pedra.

O objetivo da iniciativa é, ao brincar com o fato de as pessoas trocarem o número de telefone, conscientizar a todos da existência do número 180, Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24h no Brasil e em mais 16 países. Através dele, é possível fazer denúncias e localizar os serviços de polícia, justiça e saúde mais próximos. Pelo site da campanha, você pode compartilhar a ideia nas suas redes sociais.

Algumas celebs como a Kéfera e a Paloma Bernardi já aderiram à campanha e postaram foto usando a camiseta. Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres, afirma que a #MeuNúmeroé180 também pretende atingir os homens: “a campanha manda a mensagem de que devem ser solidários às mulheres, colaborar para evitar a violência e apoiar as mulheres nos casos de agressões”.

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Além dessa campanha nacional, outras foram lançadas em estados específicos. Conheça as principais:

1. #foliasemmachismo

A campanha é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, em São Paulo, e atuará no Sambódromo do Anhembi e no carnaval de rua da cidade. Serão distribuídos leques contendo orientações sobre assédio e violência, telefones de plantão e um QR Code que redireciona para o site da secretaria e mostra endereços para a Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência de Gênero. No Centro de Referência da Mulher, na Vila Clementino, também haverá um plantão durante o carnaval para atender a mulheres que passarem por situações constrangedoras ou qualquer tipo de violência, de abordagens invasivas a abuso sexual.

2. “Vá na moral ou vai se dar mal. Violência contra a mulher é crime!”

A campanha realizada pelo Governo da Bahia tem como madrinha ninguém menos que a ativista Maria da Penha, que dá nome à famosa lei que pune agressores de mulheres. A iniciativa conta com o apoio de 40 artistas baianos e visa reforçar o combate a beijos forçados, humilhações, xingamentos, e vários outros tipos de agressões muito comuns no carnaval . Ações serão promovidas no aeroporto, rodoviária e ferry boat de Salvador durante o feriado. Outro ponto legal dessa campanha é que policiais femininas estarão em 32 postos para atendes especialmente mulheres.


Campanha “Respeita as Minas – Pode e não pode”, promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo de São João Del Rei. O Carnaval de lá é um dos mais famosos do Brasil! (Fotos: Reprodução)
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3. Respeite as Minas ? Pode e não pode

Divulgada no Facebook, a ação é promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo de São João Del Rei . Com o lema “Respeite as minas, as monas e os manos”, f oram criadas algumas imagens que mostram o que pode e o que não pode em relação às mulheres, não só durante o Carnaval.

4. #PrecisamosFalar

Pelo segundo ano consecutivo, a Cosmopolitan Brasil luta por um Carnaval mais justo e livre de crimes abusivos. No Manifesto COSMO deste ano, não há alternativa errada! O importante é você deixar claro que você decide quando, onde e com quem ; e que, parafraseando Jout Jout, vai fazer um escândalo caso o cara não respeite a sua escolha de dizer não. Compartilhar os cards na web e dissiminar o conteúdo também é um jeito de ajudar.


Não importa se você é uma mulher de COSMO ou uma garota de CAPRICHO: respeito é para todas as idades!

5. Ligue 180

Aproveitando o clima de conscientização durante o Carnaval, Tião Simpatia, um músico nordestino que faz parte da Rede Latino-Americana de Artistas, da ONU, fez uma marchinha contra a violência à mulher . Ouça Ligue 180 :

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Se for curtir o Carnaval, além de aproveitar muito, tenha consciência de que você não é obrigada a nada e, em caso de violência, é importante procurar ajuda e denunciar e fazer barulho (muuuito barulho! Mais do que os bloquinhos já estarão fazendo). Ah! E vale lembrar que a Central de Atendimento à Mulher (180) funciona o ano todo, sem parar, 24h.

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