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Apostila escolar diz que cozinhar e chorar são ‘coisas de menina’

Que ano é hoje, gente? Acho que nos perdemos aqui...

Por Isabella Otto Atualizado em 9 fev 2017, 14h52 - Publicado em 9 fev 2017, 11h55

Dizem que a revolução começa na educação, e nós acreditamos nisso, mas como mudar alguma coisa quando muitos dos materiais ainda utilizados por escolas são ultrapassados e ainda reproduzem ideias machistas? Uma imagem compartilhada pela jovem Nathália Siviero, de Votorantim, interior de São Paulo, na última terça-feira, 7, chama a atenção.

Em uma apostila de educação física do 3º ano, podemos encontrar uma questão em que o aluno precisa classificar coisas como sendo “de menina” e “de menino”. Como se isso já não fosse problemático o bastante, itens como cozinhar, dançar balé, usar cor-de-rosa e chorar estavam na lista relacionada ao sexo feminino, como se homens não pudessem fazer isso. Itens como jogar futebol, ser mais forte e lutar boxe ficavam na lista do sexo masculino, ressaltando o preconceito que mulheres ainda sofrem dentro dos esportes. Afinal, aparentemente, só garotos podem praticá-los.

Mais curioso ainda é pensar que muitos de nós, mesmo que inconscientemente, resolveriam esse exercício e classificariam tais coisas como “de menino” e “de menina” de forma machista. Mesmo que todo mundo chore, o pensamento retrógrado de algumas pessoas ainda acha erroneamente que mulheres choram mais por serem mais fracas e sensíveis – e isso, consequentemente, impõe um padrão para que os garotos se tornem fortes, insensíveis, másculos e, sim, machistas. Você já parou para pensar nisso?

Apostila escolar diz que cozinhar e chorar são 'coisas de menina'
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Talvez seja hora de as escolas privadas e a rede pública de ensino do Brasil reverem os conteúdos apresentados para os estudantes e de que forma eles estão sendo apresentados. Porque a revolução começa com um papel e uma caneta – e os jovens não estão mais aceitando tantas besteiras calados.

 

+ Leia mais: O feminismo de Degrassi: Next Class explica a questão de igualdade de gênero

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