André Mifano revela: “A cozinha que me escolheu”
André Mifano conta como começou sua carreira na cozinha aos 17 anos
Quem acompanha o programa The Taste Brasil, do GNT, e vê o chef tatuado André Mifano nem imagina que ele começou sua carreira na cozinha aos 17 anos lavando louça (nada que envolvesse pratos incríveis e câmeras).
Foto: Mariana Pekin
André, que já recebeu o “título” de bad boy da cozinha brasileira, participou nesta sexta-feira (26/8) da Feira Guia do Estudante em São Paulo e deu dicas para quem quer seguir na gastronomia. Apesar da máscara de bad boy, André é muito simpático e despojado, durante o bate-papo ele usou bastante ironia para contar sua trajetória na vida gastronômica e até alguns palavrões leves.
Ele contou como chegou na cozinha, quando largou a escola e decidiu que queria cursar hotelaria na Suíça, onde acabou indo trabalhar em um restaurante para conseguir aquela graninha extra e nunca mais saiu! Se já pensou em desistir da profissão? “Só umas 45 vezes”, respondeu André, quando perguntado por um garoto na plateia da arena.
E quem acha que fazer gastronomia é fácil, está muito enganado! Segundo André, a carreira na cozinha exige estudo e renovação constantes. A dica de ouro do chef pra quem quer seguir na culinária é arrumar um estágio em restaurante antes mesmo de começar a faculdade. “Se você aguentar 6 meses numa cozinha lavando prato e picando legumes, aí você vai saber se é isso que quer ou não.”
Quando você começou a trabalhar na cozinha já imaginava que fosse gostar tanto ou achou que fosse algo passageiro?
De jeito nenhum, eu nunca pensei que fosse gostar. Quando comecei a trabalhar eu chorava, não imaginava que as pessoas podiam viver disso, que na verdade na época nem era profissão. Mas é como um mosquitinho, é pior que Zika: se picar já era, você tá contaminado. É um amor muito grande que cresceu, eu entrei na cozinha por falta de opção e eu fiquei nela porque ela me escolheu, não fui eu que escolhi a cozinha.
O que você diria para quem quer seguir carreira na gastronomia?
Pra ser um cozinheiro você precisa fazer muito esforço, é 10% de inspiração e 90% esforço. Vai ser difícil como qualquer outra profissão, até pior no começo, mas a satisfação é muito grande. Antes de entrar na faculdade pra ser cozinheiro, vai fazer um estágio em um restaurante e aí você vai descobrir se realmente é isso que você quer fazer ou não.
Quais são as características que você procura em alguém que quer começar ou já começou a trabalhar na cozinha? O que chama atenção?
É muito fácil de reconhecer a pessoa na faculdade ou até mesmo quem ainda não entrou na faculdade: ela tem um brilho no olhar, tem uma coisa diferente, tem uma vontade. Não tem preguiça, não reclama, tá feliz com a rotina.
O The Taste Brasil já faz sucesso há dois anos e nesse tempo o número de programas culinários aumentou muito, não só na televisão como também na internet. O que você acha dessa onda?
Eu acho que essa popularização, essa moda de programas de televisão é demais, quanto mais se falar da profissão, melhor. Claro que vai ter muita porcaria, assim como em qualquer coisa, o importante é quem tá assistindo saber reconhecer essa diferença do que é legal e o que não é.
O que você acha dos canais culinários que estão cada vez maiores no YouTube? Pra quem quer começar, é interessante começar pelas redes sociais ou você recomendaria fazer um curso antes?
Tenho que confessar que sou muito ruim com computador, só sei assistir televisão. Mas eu sei dessa coisa, eu não assisto, mas conheço gente desse meio e eu acho essa onda muito legal porque você tira aquela obrigação da emissora, do patrocínio e tudo mais. A pessoa tem a opção de ser ela mesma e de conquistar, criar uma nova forma de comunicação.
Texto: Isabella Banzatto