A série ‘Não Nos Calaremos’ é baseada em uma história real?

Minissérie da Netflix homenageia duas histórias reais de abuso sexual e é baseada em livro

Por Mavi Faria Atualizado em 29 out 2024, 15h43 - Publicado em 9 jun 2024, 15h00
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em ‘Bridgerton’, ‘Geek Girl’ ou Sweet Tooth’: quem lidera a primeira colocação de série mais assistida da Netflix é a espanhola ‘Não Nos Calaremos’, que chegou no catálogo da plataforma no dia 31 de maio e já conquistou o público brasileiro — e não é para menos.

A minissérie conta a história de Alma (Nicole Wallace), uma estudante de 17 anos que decide pendurar na frente da escola um grande cartaz que diz “Cuidado, aqui se esconde um estuprador”, em denúncia contra a violência sexual que acontece, silenciosamente, em sua escola. Ao decorrer dos oito episódios, a vida de Alma se transforma e a denúncia contra a agressão impacta sua vida familiar e social de forma incisiva ao mesmo tempo que ela luta para mudar aquela realidade e evitar que mais meninas sofram abusos.

A temática não é distante da realidade e, infelizmente, vítimas de agressão sexual podem se assemelhar e muito a dificuldade de Alma de ser credibilizada, e os detalhes com que a história da jovem foi contada deixaram o público se perguntando quantos fatos reais existiam na ficção ou, ainda, se ‘Não Nos Calaremos’ não é baseada em uma história real.

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‘Não Nos Calaremos’ é baseada em uma história real?

Para os curiosos de plantão que também estavam se perguntando aí, não! A minissérie não é baseada em uma história real, e sim no romance ‘Ni Una Más’* (Não Nos Calaremos, em tradução livre), de Miguel Sáez Carral, lançado em 2021.

Contudo, embora não baseada em alguma história real, tanto série, quanto livro possuem uma referência e homenagem a dois casos da vida real. Em determinado momento da história, Alma cria um perfil falso no Instagram e usa nome @Iam_colemanmiller, ou seja, @Eusou_colemanmiller, em homenagem a Daisy Coleman e Chanel Miller, duas jovens vítimas de abuso sexual.

A agressão de Daisy aos 14 anos foi, inclusive, tema do documentário da Netflix ‘Audrie & Daisy’, assim como a de Audrie, outra jovem que também havia sido abusada em uma festa e tido o crime gravado e divulgado na internet. No documentário, o bullying sofrido pelas jovens e a hostilidade com que elas e suas respectivas famílias foram tratadas acendeu o debate sobre o tratamento com a vítima de abuso sexual.

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Contudo, mesmo com a repercussão social, os traumas do crime são profundos. 10 dias após a agressão, Audrie tirou a própria vida e Daisy fez o mesmo em 2020.

Já Chanel Miller, outra homenageada da minissérie, teve sua história repercutida mundialmente após ser abusada sexualmente em uma festa na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, aos 22 anos. No dia antes da leitura da sentença contra seu agressor, foi lida uma carta dela sobre o impacto do crime na vida vítima, com mais de sete mil palavras, publicada no Buzzfeed de forma não-oficial.

A publicação no site foi lida mais de 11 milhões de vezes nos primeiros quatro dias no ar e, depois, publicada em jornais de alcance nacional nos EUA, como no The New York Times, e ainda sob o pseudônimo de Emily Doe, adotado no início do processo judicial. Foi somente três anos após a sentença que ela decidiu assumir sua verdadeira identidade e lançar o livro de memórias e autobiográfico ‘Know My Name: A Memoir’*.

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