8 influenciadores para seguir e combater o estigma do autismo
Neste Dia Mundial da Conscientização do Autismo, conheça perfis nas redes que mostram como o autismo não tem 'cara' nem 'jeito' específico
Nesta terça-feira (2) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data escolhida em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para representar a difusão do conhecimento e da desmistificação sobre pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
De modo geral, pessoas com TEA possuem problemas no desenvolvimento neurológico que podem prejudicar a organização dos sentimentos, pensamentos e emoções – mas vale esclarecer que existem diferentes níveis do espectro e características. Embora não seja um transtorno tão recente, ele não é tão bem compreendido, principalmente pelas variadas formas que pode se apresentar na pessoa.
Nesse cenário, muitos influenciadores levantam a bandeira da desmistificação sobre o autismo nas redes. Por meio de conteúdos acessíveis, engraçados e simples, esses jovens adultos conseguem traduzir para a galera o que é o TEA e como é viver (e viver bem!) sendo uma pessoa autista.
Confira os principais perfis para acompanhar nas redes e entender melhor sobre a vida de cada um, com seus níveis de espectro e características diferentes.
Raquel Nery
O diagnóstico de autista não precisa ser limitante e a estudante de medicina Raquel Nery prova isso. No quarto período da faculdade na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ela compartilha o seu dia a dia, com vídeos sobre os estudos de medicina, suas limitações como uma pessoa no espectro autista, sobre sua família, gostos e hobbies.
Raquel é, muito além de uma jovem autista, uma pessoa como qualquer outra, com preferências, gostos e limitações — intensificadas pelo transtorno mas que não a transformam em um extraterrestre (assim como para toda a galera dessa lista).
Lita Vieira
Diagnosticada com lúpus, Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), altas habilidades (AH) além do TEA, Talita, ou Lita Vieira, não se deixa limitar por nenhuma doença ou transtorno — ela costuma afirmar, por exemplo, que tem lúpus, mas ele não a tem. Além de desmistificar o autismo e seus outros transtornos, ela não deixa de afirmar, por meio de seus conteúdos, como seu diagnóstico, embora tardio, foi importante para seu crescimento.
Ao abrir seu perfil no TikTok ou no Instagram você pode até pensar que ela não tem ‘cara de autista’ ou não vive uma ‘vida de autista’, mas talvez este seja o momento exato para você tirar essas duas ideias da sua cabeça! A ‘cara/vida de autista’ é uma ideia deturpada e preconceituosa colocada no nosso imaginário, mas já é hora de esquecer dela (e o perfil da Talita pode ser o ambiente perfeito para isso).
@atalitavieira 1º video aqui 🥹💙 Querem saber mais saber mais sovre autismo? . . . #autismo #autismoinfantil #autismoadulto #autistas #autismoftiktok #autismobrasil #autismofeminino
Kelvin Lamare
Sabe aquela pergunta ou curiosidade que você tem sobre o autismo? Tem grandes chances dela já ter sido respondida (ou de ser, em um futuro próximo) pelo Kelvin Lamare. Em seu perfil, ele compartilha experiências próprias como uma pessoa autista, explica teorias e termos envolvendo o espectro e responde perguntas dos seguidores.
Diagnosticado como autista nível 1 de suporte, Kelvin também possui TDAH, altas habilidades e superdotação (SD), e explica nos vídeos, com uma linguagem bem simplificada, o que cada um desses fatores interfere em seu desenvolvimento pessoal e social.
J. Santiago
Falar sobre autismo não precisa e nem é sempre uma conversa série e tensa. Com humor, carinho e respeito, o TEA pode ser levado com mais leveza e o diagnóstico entendido como uma característica da vida do autista, e não como seu rótulo. No perfil da J. Santiago, o que não faltam são memes sobre o espectro misturados à vídeos mais densos, com reflexões, ideias e opiniões sobre ser uma pessoa autista.
A leveza e a simplicidade com que ela traz em suas postagens é encantadora, e torna a compreensão sobre o espectro muito mais fácil e aconchegante do que costuma ser. Para recém diagnosticados, parentes de autistas ou curiosos sobre o transtorno, o perfil dela — a batata autista — é o lugar perfeito para encontrar apoio, compreensão e uma dose certa de humor para deixar mais leves momentos que podem ser difíceis. Afinal, nem sempre os sintomas do TEA são fáceis de serem lidados, mas há formas diferentes de levar tudo na vida.
Léo Piotrovski
Com o diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), TDAH e autismo nível 2 de suporte, Léo Piotrovski tem como missão o papel de compartilhar conteúdos didáticos e informativos sobre o espectro autista, com a dose certa de humor quando possível. Curiosidades sobre pessoas com TEA são compartilhadas por ele de forma leve e divertida, sem deixar o conhecimento técnico de lado.
Além disso, por meio do “diário do autista”, ele compartilha sua vida por completo, mostrando a influência do espectro sem deixar de mostrar suas vivências e experiências como qualquer outra pessoa.
Amanda Ramalho
Por meio do podcast Esquizofrenoias, a jornalista Amanda Ramalho procura desmistificar o TEA e conversar sobre saúde mental, no geral. O diagnóstico tardio de autismo resolveu muitas questões internas que Amanda tentava entender desde muito jovem, quando descobriu a ansiedade e depressão.
Tanto no podcast quanto em seu perfil no Instagram, o que não falta é conteúdo informativo e sensível sobre saúde mental, com foco no TEA e em experiências pessoais e únicas de indivíduos que são afetados por algum transtorno mental, ou convivem com alguém que é. Aqui, não só o autista é desmistificado, mas também a pessoa com transtorno mental — que não deve nem pode ser reduzida a seu diagnóstico.
Nadime
No perfil da Nadime, você pode ter o mesmo questionamento que no perfil da Lita: isso é cara de alguém com autista? Bom, nunca é tarde para lembrar: autista não tem cara, nem jeito. Cada vivência é única e o espectro não se apresenta da mesma forma para todos, e o caso da Nadime é um deles.
A produção de conteúdo em seu perfil é majoritariamente de comédia, com vídeos leves, engraçados ou sobre suas questões pessoais que nem sempre tem relação com o TEA. Mas também convivem, paralelamente, informações sobre o autismo e como é a vivência dela com ele. Neste mês de abril, por exemplo, ela irá produzir mais conteúdos que reforcem essa afirmação e desmistifiquem o pensamento de “isso não tem cara de autista”.
Paige Layle
O diagnóstico tardio de TEA de Paige Layle, influenciadora canadense, a incentivou a compartilhar sobre sua experiência nas redes e a desmistificar ideias ultrapassadas sobre pessoas autistas, por exemplo de que todos os indivíduos no espectro possuem dificuldade extrema de socialização.
Com o apoio e acolhimento de seus seguidores que descobriram, junto com ela, o que é viver com o espectro e como isso interfere em sua vivência, ela escreveu o livro
Paige, assim como os outros influenciadores que abordam o TEA, reforça como cada vivência é única e prova como autismo não tem cara: para uma mulher extrovertida, receber o diagnóstico e entendê-lo foi ainda mais difícil. Seu perfil é um lugar de descoberta, autoconhecimento e vivências de uma jovem se descobrindo — no autismo e na vida.
E aí, já seguia algum desses perfis?