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5 músicas de carnaval que valem como uma aula de história

Confira a história por trás de cinco famosas canções carnavalescas.

Por Isabella Otto Atualizado em 1 nov 2024, 13h54 - Publicado em 31 jan 2016, 13h00

1. Retrato do Velho, de Haroldo Lobo e Marino Pinto

Essa marchinha, composta por Haroldo Lobo e Marino Pinto, e interpretada por Francisco Alves, funcionou também como tema musical eleitoral. Depois de anos de Ditadura Varguista, Getúlio Vargas foi deposto em 1945. Contudo, em 1950, ele candidatou-se novamente à presidência e venceu as eleições ao som de Retrato do Velho . O título da música faz referência aos quadros de Vargas que eram obrigatórios em todas as repartições públicas, como explica a jornalista e compositora Bete Bissoli, em artigo publicado no portal Brasil Escola . “Bota o retrato do Velho outra vez. Bota no mesmo lugar”, diz o refrão.

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2. Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida, de Paulinho da Viola

O músico estava caminhando pelas ruas do Rio de Janeiro, quando entrou em uma livraria e se deparou com um livro chamado Por Onde Andou Meu Coração, de Maria Helena Cardoso. Foi neste exato momento que surgiu a inspiração para a canção carnavalesca dedicada à escola de coração de Paulinho da Viola, a Portela. Ela foi lançada nos anos 70 e é quase como um pedido de desculpas do cantor, que, anteriormente, havia ajudado um amigo a compor uma música em homenagem à Mangueira. “Se um dia meu coração for consultado, para saber se andou errado, será difícil negar”, diz um trecho da letra.

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3. Vai Passar, de Chico Buarque

Uma das músicas mais clássicas do Carnaval, ela toca em bloquinhos, em festas, em reuniões de família… Como foi lançada em 1984, no finalzinho da Ditadura Militar, há pessoas que relacionam a letra ao período opressor. Contudo, outras acreditam que a canção explica o surgimento do Carnaval carioca. Os trechos “página infeliz da nossa história” e “a evolução da liberdade, até o dia clarear” podem ser interpretadas como referências ao fim da Ditadura (período obscuro) e ao início de uma nova Era (quase como se uma luz no fim do túnel estivesse surgindo). Também é interessante observar como o músico representou bem o fato de o Carnaval unir tanto os ricos quanto os pobres . Essa, talvez, seja uma das poucas festas em que isso aconteça. As barreiras invisíveis de classes são quebradas. “Levavam pedras feito penitentes(…) Palmas pra ala dos barões famintos(…) E os pigmeus do bulevar(…) Até o dia clarear”; quando todas as barreiras invisíveis retornam.

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4. Ó Abre Alas, de Chiquinha Gonzaga

Até 1899, as comemorações carnavalescas não tinham tanto ritmo e tantas melodias marcantes. Neste ano, porém, Chiquinha Gonzaga criou a primeira marchinha, durante ensaio do cordão Rosa de Ouro no Andaraí, Rio de Janeiro. Pioneira, a maestrina fez história com a canção . Afinal, os bloquinhos carnavalescos de hoje só existem graças à compositora, que fixou de uma vez por todas essa comemoração como sendo popular, do povo para o povo.

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5. Pierrot Apaixonado, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres

A música foi inspirada no gênero teatral Commedia dell’Arte, criado na Itália, no século XVI. Esse gênero tinha como destaque o triângulo amoroso entre o humilde Pierrot, que é apaixonado pela Colombina, que só consegue pensar no preguiçoso Arlequim. Esse gênero cômico surgiu como forma de oposição à comédia erudita, que era feita para a parcela nobre/rica da população. Assim como o Carnaval, que se opôs a estilos musicais erudito e chegou como festa popular. Eis a sutileza por trás da canção!

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