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5 livros que vão mudar sua visão sobre o amor e o que ele significa

É hora de deixar de lado as fantasias e encarar o sentimento de uma maneira diferente. Autoras como bell hooks e Clarissa Pinkola Estés vão te ajudar!

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 18h33 - Publicado em 7 jul 2023, 10h02

“Quero conhecer as verdades do amor conforme as vivemos”, escreveu bell hooks. Em sua obra Tudo sobre o amor: Novas Perspectivas, a autora, teórica feminista e ativista antirracista estadunidense questionou a falta de debates políticos a respeito do amor em nossa cultura hoje. A partir de suas vivências e de uma profunda pesquisa, ela aponta o quanto as pessoas (principalmente, a nossa galera, que é mais jovem) estão cínicas em relação ao amor. Você já parou para pensar sobre isso? 

hooks defende que a gente conheça o significado do amor além do reino da fantasia – além do que imaginamos que pode acontecer. Entender o sentimento sem essa capa e de uma maneira mais realista também nos aproxima dele, segundo a autora. Mas como fazer isso? Os próprios livros podem ser grandes aliados nessa descoberta.

Para exemplificar, separamos cinco obras que trazem definições e reflexões sobre o amor e que vão fazer você repensar a forma que encara o sentimento e os seus relacionamentos.

 

Tudo sobre o amor: Novas Perspectivas

Como já falamos dele aqui, o primeiro é, justamente, a obra de bell hooks. A autora propõe que o primeiro passo é sempre pensar o amor como uma ação, em vez de um sentimento. Ela explica que somos ensinados que não temos controle sobre os nossos sentimentos, então quando falamos em ação, de certa forma, a palavra traz um senso de responsabilidade e comprometimento. Amar, segundo hooks, é expressar cuidado, afeição, responsabilidade, respeito, compromisso e confiança.

“O amor é o que o amor faz. Amar é um ato da vontade — isto é, tanto uma intenção quanto uma ação. A vontade também implica escolha. Nós não temos que amar. Escolhemos amar.”

A rosa mais vermelha desabrocha

Que tal refletir sobre o amor em um formato diferente? Na história em quadrinhos A rosa mais vermelha desabrocha, a artista sueca Liv Strömquist examina as engrenagens do amor nos tempos do capitalismo tardio. Ela mergulha em questões como o porquê procuramos ser mais amados do que amar, o que acontece quando o amor acaba e se podemos controlar esse sentimento tão forte.

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História de quadrinhos, na imagem aparecem dois corações conversando
Amazon/Reprodução

Mulheres que correm com os lobos

A partir de mitos, contos de fadas e outras histórias, a psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés traz semelhanças entre a loba e a mulher para falar sobre o resgate da natureza selvagem das mulheres. Se você ainda não leu Mulheres que correm com os lobos, vale a pena salvar na sua lista. É bem interessante!

No quinto capítulo, a autora conta sobre a Mulher-esqueleto. De forma muito resumida, é a história de um pescador que acaba pegando com a sua rede no fundo do mar o esqueleto de uma mulher. Ele fica muito assustado, enquanto a criatura só de ossos o persegue. Mas, aos poucos, eles vão se aproximando, ele enfrenta o medo, desenredá-la e isso traz a “cura” à mulher, que ganha, carne, cabelos e olhos saudáveis novamente.

Na obra, a Mulher-esqueleto representa a natureza da vida-morte-vida do amor. É uma analogia para falar sobre a importância de ter a consciência (e aceitar) que, dentro de um relacionamento e de qualquer relação, há coisas que precisam morrer para dar espaço ao que precisa nascer. O amor passa por transformações.

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“Para amar é preciso não só ser forte, mas também sábio […] Como temos o relacionamento com a natureza da vida-morte-vida não saímos mas por aí à caça de fantasias, mas nos tornamos conhecedores das mortes necessárias e nascimentos surpreendentes que criam o verdadeiro relacionamento. Quando encaramos a Mulher-esqueleto, aprendemos que a paixão não é alguma coisa que se vai ‘obter’ mas, sim, algo gerado em ciclos e distribuído.”

A gente mira no amor e acerta na solidão

Em A gente mira no amor e acerta na solidão, a psicanalista e professora Ana Suy propõe um bate-papo sobre o amor, “essa experiência tão interessante que cada um vive sozinho junto com alguns outros ao longo da nossa passagem pelo mundo”. Ela traz reflexões e discussões sobre o tema a partir de suas experiências em salas de aula, em sessões de análise (enquanto analisante ou analista), com amigos, em leituras de pesquisas teóricas.

“Podemos ler que o amor contém a solidão em seu interior, pois no coração do amor está sempre a solidão, e por isso quem não suporta a solidão também não suporta o amor.”

Por que amamos: O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor

Você já se perguntou o que está por trás do amor? Para responder esta indagação, o filósofo e professor Renato Noguera se debruçou sobre a filosofia, a ancestralidade, mitos africanos, indígenas, orientais, ocidentais e até sobre a biologia. Assim nasceu a obra Por que amamos: O que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor

Ao refletir sobre os diferentes significados do amor, o autor mostra que os ensinamentos de filósofos e pensadores das mais diversas eras e sociedades sobre o amor não se contradizem, mas complementam-se. Ou seja, “não há apenas uma resposta – assim como não há apenas uma forma de amor”.

“De acordo com os dagara, amar é escutar. É preciso aprender a ouvir as próprias necessidades, mas também as da pessoa amada e as exigências da intimidade. Para conhecer o amor, é necessário, antes de tudo, conhecer a si mesmo e ao outro.”

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