5 conquistas negras em 2019 para ter mais esperança no próximo ano
Das universidades aos palcos, nossa colunista Ana Carolina traz uma lista cheia de representatividade.
Chega o final do ano, a galera já tá surtando e implorando a chegada de um novo ciclo com boas energias e realizações. Afinal, nossa energia foi sugada por estudos, família, crush e outras tours pessoais, né?
No mundo, as coisas também não fluíram tão bem quanto muitos imaginavam… Governos com políticas conservadoras deixaram ainda mais escassos direitos básicos, como investimento em educação, acesso à saúde, garantia de segurança pública, além do desrespeito com grupos oprimidos: mulheres, indígenas, LGBTQI+ e negros.
Realmente não foi e não está sendo fácil, mas fazer o exercício de olhar para as nossas conquistas também é importante. Na verdade, é necessário. Por isso, separei 5 conquistas de garotas e mulheres negras em 2019 para lembrarmos que, mesmo com as dificuldades, ainda temos um norte para seguir.
Do mesmo jeito que me abasteci de esperança escrevendo essa matéria – e olha que andava bem desacreditada de muita coisa, viu? – espero que você sinta a mesma coisa lendo! 🙂
1. No poder
Neste ano, a Assembleia Legislativa de São Paulo recebeu a sua primeira mulher transexual negra como deputada estadual. Erica Malunguinho, do PSOL, é formada em estética e história da arte pela Universidade de São Paulo (USP). Além disso, ela é fundadora do quilombo urbano Aparelha Luzia, um lugar que rolam vários encontros para celebrar a cultura negra. Vale a pena a visitar!
2. Na bancada
Com experiência de repórter de rua, apresentadora da previsão do tempo e integrante do time de âncoras do Jornal Nacional e do Jornal Hoje, Maju Coutinho conquistou seu posto fixo na bancada do JH em setembro deste ano. A fofa da Maria Alice, de 2 anos, protagonizou um momento que resume a importância de ter pessoas negras ocupando todos os lugares. A pequena se reconheceu ao ver Maju, primeira apresentadora negra do jornal, na TV.
3. No mundo e universo
A lógica de competição por trás dos concursos de beleza reforça a disputa feminina, que lutamos diariamente para acabar em todos os níveis. Afinal, esses eventos costumam reforçar um padrão de beleza eurocêntrico, ou seja, pele branca, cabelo liso e longo e corpo magro. Mas, se esse formato de competição ainda existe, espero que as vencedoras sejam mulheres que subvertam esse modelo. Por isso, ter mulheres negras eleita no Miss Teen USA (Kaliegh Garris), Miss América (Nia Imani), Miss USA (Cheslie Kryst), Miss Universo (Zozibini Tunzi) e Miss World (Toni-Ann Singh) pode, sim, ser comemorado por nós!
4. Na universidade
Essa conquista só vai entrar em vigor a partir de março de 2020, mas, como o anúncio foi neste ano, ela entrou para a nossa lista. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) terá pela primeira vez na história um curso de pós-graduação sobre autores e autoras negros brasileiros. Ou seja, os alunos vão poder mergulhar nas obras de ícones como Conceição Evaristo, Lima Barreto, Cruz e Sousa e Ana Maria Gonçalves.
5. No palco
Assim como a versão live-action de A Pequena Sereia, a apresentação de ballet O Quebra Nozes, do coreógrafo George Balanchine, em Nova Iorque, contar com uma bailarina negra como protagonista pela primeira vez. Charlotte Nebres tem 11 anos e vive a personagem Marie. Ao The New York Times, Charlotte comentou: “É incrível não apenas representar a School of American Ballet, mas também representar todas as nossas culturas. Pode haver uma criança na plateia assistindo e pensando ‘Ei, eu também posso fazer isso’”.
Que em 2020 tenhamos mais espaço para viver, crescer e conquistar tudo o que desejamos.
Beijos,
@anacarolipa