Na última semana, no estado de Telangana, na Índia, 23 estudantes cometeram suicídio após consultarem o resultado de uma prova final e descobrirem que não haviam sido aprovados. Segundo as informações da BBC, familiares pretendem processar o Conselho Estadual de Educação e a Globarena, empresa terceirizada contratada para realizar o teste. O motivo? Falhas na correção.
Depois de vários alunos recorrerem, a Globarena decidiu refazer a correção e chegou a conclusão de que o sistema havia mesmo se equivocado. Alunos que tiveram questões de exatas anuladas, por exemplo, descobriram depois que haviam acertado todas as perguntas.
A empresa terceirizada garantiu à rede BBC que não se sente responsabilizada pelas mortes, mas os pais dos adolescentes, em sua maioria jovens entre 16 e 18 anos, afirmam que não vão desistir. Sunitha, mãe de uma das vítimas, diz que a filha, que se suicidou horas depois de verificar o resultado, não parava de repetir: “como eu pude falhar? Como eu puder falhar?! Eu deveria ter passado…“.
Um pai revelou que o filho não se matou, apesar de não ter passado no teste, mas ficou visivelmente com a saúde mental abalada. Vale destacar que o processo seletivo na Índia começa nos dois últimos anos do ensino médio. Os estudos realizam uma série de provas e suas pontuações dizem no final se eles vão poder entrar em uma universidade ou não. É um período extenso de grande estresse e bastante competição.
De acordo com um estudo realizado pela US National Institutes of Health, em 2014, a Índia é o país com uma das maiores taxas de suicídio do mundo. O levantamento classifica o alto número como uma “epidemia” e ainda relata que 3% dessas mortes acomete adolescentes, em sua maioria de 15 anos. Hoje, esses números permanecem basicamente os mesmos e não houve uma queda significativa nas taxas de suicídio de jovens indianos.
Também Telangana, na última semana, mais precisamente na sexta-feira, 19, um garoto de 13 anos se matou depois de perdão a eleição de representante de classe. De acordo com o jornal Indian Today, fontes próximas ao aluno disse que ele ficou “assombrado pela derrota”. Mais um exemplo trágico de que talvez devemos repensar as convenções de ensino e como muitos moldes educacionais podem ser maléficos para a saúde mental dos estudantes.