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23 alunos se matam após serem reprovados em prova; correção estava errada

Em um estado ao Sul da Índia, estudantes cometem um suicídio em massa depois de descobrirem ter sido reprovados em"vestibular".

Por Isabella Otto Atualizado em 12 ago 2019, 14h44 - Publicado em 23 jul 2019, 11h30

Na última semana, no estado de Telangana, na Índia, 23 estudantes cometeram suicídio após consultarem o resultado de uma prova final e descobrirem que não haviam sido aprovados. Segundo as informações da BBC, familiares pretendem processar o Conselho Estadual de Educação e a Globarena, empresa terceirizada contratada para realizar o teste. O motivo? Falhas na correção.

Aos 18 anos, Thota Vennela cometeu suicídio tomando veneno. BBC News Brasil/Reprodução

Depois de vários alunos recorrerem, a Globarena decidiu refazer a correção e chegou a conclusão de que o sistema havia mesmo se equivocado. Alunos que tiveram questões de exatas anuladas, por exemplo, descobriram depois que haviam acertado todas as perguntas.

A empresa terceirizada garantiu à rede BBC que não se sente responsabilizada pelas mortes, mas os pais dos adolescentes, em sua maioria jovens entre 16 e 18 anos, afirmam que não vão desistir. Sunitha, mãe de uma das vítimas, diz que a filha, que se suicidou horas depois de verificar o resultado, não parava de repetir: “como eu pude falhar? Como eu puder falhar?! Eu deveria ter passado…“.

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Um pai revelou que o filho não se matou, apesar de não ter passado no teste, mas ficou visivelmente com a saúde mental abalada. Vale destacar que o processo seletivo na Índia começa nos dois últimos anos do ensino médio. Os estudos realizam uma série de provas e suas pontuações dizem no final se eles vão poder entrar em uma universidade ou não. É um período extenso de grande estresse e bastante competição.

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A memória de Shivani foi homenageada pela família com uma faixa. BBC News Brasil/Reprodução

De acordo com um estudo realizado pela US National Institutes of Health, em 2014, a Índia é o país com uma das maiores taxas de suicídio do mundo. O levantamento classifica o alto número como uma “epidemia” e ainda relata que 3% dessas mortes acomete adolescentes, em sua maioria de 15 anos. Hoje, esses números permanecem basicamente os mesmos e não houve uma queda significativa nas taxas de suicídio de jovens indianos.

Também Telangana, na última semana, mais precisamente na sexta-feira, 19, um garoto de 13 anos se matou depois de perdão a eleição de representante de classe. De acordo com o jornal Indian Today, fontes próximas ao aluno disse que ele ficou “assombrado pela derrota”. Mais um exemplo trágico de que talvez devemos repensar as convenções de ensino e como muitos moldes educacionais podem ser maléficos para a saúde mental dos estudantes.

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