Autores independentes mostram seu poder para a literatura brasileira
A Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, se tornou um palco para obras independentes também – e isso é incrível!

Bienal do Livro do Rio de Janeiro comemora sua 19º edição com diversas novidades e celebra a diversidade da literatura nacional na Capital Mundial do Livro. O evento sempre foi símbolo de democracia literária: um lugar onde todos os leitores acham o que gostam e onde muitos, lançam suas histórias para o mundo.
A presença de autores independentes não é recente, mas tem ganhado cada vez mais notoriedade, o que mostra como o cenário da leitura no Brasil muda para melhor a cada ano. Muitos deles, inclusive, lançam seus livros de forma digital e super acessível, e tem para todo tipo de público. Desde artistas que escrevem e desenham histórias em quadrinhos, até autores de romance, suspense, fantasia e todo e qualquer gênero literário que você possa imaginar.
Vale sempre lembrar que todo autor começa de um lugar. Hoje, eu começo na Galera CAPRICHO e escrevendo histórias no meu quarto, que talvez um dia eu publique. Esses autores criam mundos, personagens e compartilham essas histórias que, um dia, podem estar na lista de best-sellers ou sendo adaptadas para a TV e o Cinema. E tudo isso de forma independente.
Conversei com alguns dos escritores independentes que estavam presentes nessa edição da Bienal e quero compartilhar com vocês, leitores!
Gabrielli Hathaway é autora de romances e fantasias e esgotou um de seus títulos na Bienal. A autora começou a escrever por querer ler histórias que ela não encontrava e criou uma comunidade literária para ajudar autores jovens a escrever, publicar e divulgar suas histórias. “Eu quis criar um lugar acessível e seguro para que autores iniciantes pudessem aprender a divulgar e publicar seus livros”, conta.
Amanda Freire também é autora de romances e percebe o interesse de leitores jovens em suas obras. Começou a escrever já adulta e falou como a Bienal ajuda no acesso de obras independentes. “A maioria dos livros independentes falam do nosso país. É importante enriquecer e saber mais sobre nossa cultura e o nosso povo. Temos uma grande chance de crescer como potência na literatura”, defende.
Diana e Débora Corrêa são irmãs, autoras independentes e estão com um estande lá na Bienal. As duas escrevem há muito tempo e falaram sobre a importância do mercado editorial independente para autores que querem começar a publicar.
“É a primeira vez que estamos aqui e está sendo muito legal. O público está vindo, reconhecendo. É fantástico”, contou animada Débora . “É um sonho que se inicia por meio da publicação independente. Se as pessoas olharem um pouco mais para os autores independentes, elas vão enxergar mensagens muito importantes”, completou Diana.
Já Aurélio Nery é autor de romances LGBTQIAP+ e começou a publicar seus livros no Wattpad, onde já teve mais de 200 mil acessos. O autor celebra o aumento da literatura com protagonismo LGBTQIAP+, mas lamenta a ainda visível resistência de parte do público.
“Quando a gente começa a ler demais, a gente quer escrever as nossas próprias histórias. O mercado independente aumentou muito nos últimos anos, principalmente para histórias LGBTQIAP+. Aqui na Bienal, encontrei várias pessoas que leram minhas histórias no Wattpad e veem aqui, reconhecem a capa e eu fico muito feliz”, comemora.
Também conheci a Sunbee, uma editora independente que foca em livros com representatividade LGBTQIAP+. Conversei um pouquinho com a Marobah, uma das fundadoras e escritoras da lá e descobri como funciona o processo de publicação em uma editora independente.
“Pensamos em abrir uma papelaria com os produtos dos nossos livros, mas aí decidimos abrir uma editora focada em histórias com representatividade LGBTQIAP+”, conta. E continua: “Sabemos o poder dos livros, e quanto mais histórias com protagonismo LGBTQIAP+ se tornam comum para o público, menos à margem da sociedade estaremos”.
No estande da Sunbee, estavam Sol e a May, um casal escritor que terá o livro “A Coroa e o Albatroz” lançado em 2026. Eles contaram um pouco sobre o processo de escrita e a expectativa: “Escrever esse livro juntos foi de extrema importância para a gente. Queríamos escrever uma história leve mas que ao mesmo tempo, retratasse a nossa experiência como pessoas LGBTQIAP+”.
Gostaria de agradecer a todos os autores que colaboraram com essa matéria e parabenizar os escritores independentes que estão fazendo parte dessa edição histórica da Bienal. Aos leitores, deixo um recadinho também: sempre que puderem, procurem consumir esses autores e divulgá-los o máximo possível. Livros incríveis podem estar passando despercebidos por muitos, e nós temos o poder de mudar isso.
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