Guia do piercing: Tudo que você precisa saber antes de colocar um
Perguntamos aos profissionais as dúvidas mais comuns sobre piercings da galera para você ficar bem informada.
Atire a primeira pedra quem nunca, passeando pelo Pinterest, ficou encantada ao ver uma foto estilosa de um piercing? A vontade de fazer um veio na hora, né? Mas, embora seja um acessório estético, o piercing também é um pequeno machucado no corpo (sim! Você vai estar ~machucando~ uma região!) e, por isso, precisa de um cuidado muito especial.
Nós, da CAPRICHO, separamos os principais tópicos para ficar por dentro antes de fazer o seu.
Estou pensando em fazer um piercing. O que preciso saber?
Antes de tudo, veja como é a legislação no seu estado. Em São Paulo, por exemplo, a lei conhecida como Campos Machado não permite, desde 1997, a aplicação de piercings em menores de idade, mesmo com a autorização dos pais. Nesses lugares, você só poderá fazer o seu quando completar 18 anos.
Resolvido esse passo e já com a certeza de qual piercing você quer, a dica é pesquisar e visitar diferentes estúdios na cidade. “Converse com um profissional e tente tirar o máximo de informações que puder sobre o processo – não hesite em questionar alguma resposta que não tenha considerado confiável! Peça para visitar a sala e ver os materiais que serão utilizados na perfuração”, indica Anna Moraes, do Scorpions Tattoo Studio.
“O importante é que a pessoa saia do lugar sabendo o que está carregando no corpo”, completa Júnior Fabri, do Maximus Art Tattoo. Ou seja, muita cautela na hora de escolher o profissional, ok? “Ele deve saber um pouco de anatomia e de biossegurança”, avisa Iron, do Gelly’s Tattoo.
E atenção especial: os materiais devem ser descartáveis e abertos pelo profissional apenas na frente do cliente, ok? Já os que não são descartáveis, como a joia, devem ser esterilizados em um equipamento conhecido como autoclave.
Existe um material mais indicado para o primeiro furo?
Sim! As joias devem ser preferencialmente de titânio ou aço cirúrgico – enquanto no primeiro não existe nada de níquel (componente que pode gerar reações alérgicas), no segundo, o índice é muito baixo e, por isso, ambos são considerados mais seguros. O ouro branco é outro material que não possui nenhuma porcentagem de níquel.
Além do material, fique ligada também no aspecto da joia. No caso das argolas, dê preferência para as de tamanhos maiores, que não terão muito contato e nem ficarão apertando a pele, deixando-a respirar. E nada de joias com pingentes antes da cicatrização! Eles podem pesar e danificar a região.
Quais piercings estão bombando atualmente?
É definitivo: o piercing de septo é o hit da vez! Como atualmente existem muitas opções estilosas (tipo os indianos!) no mercado, várias meninas estão optando por esse modelo. É importante ressaltar, no entanto, que essas opções mais decoradas só podem ser colocadas após a cicatrização, pois geralmente são feitas de ouro amarelo ou de prata.
As perfurações na orelha também são muito desejadas, principalmente em lugares ~diferentões~. No Maximus Art Tatto, por exemplo, essa é a opção que as clientes mais pedem, já que o local desenvolve uma técnica conhecida como micropiercing – aplicação de uma joia menor e mais fina que os modelos tradicionais, resultando em um visual mais delicado.
Existe algum piercing que dói mais e algum que dói menos?
Sabe aquilo de “depende de pessoa para pessoa”? Bem, é verdade. Afinal, as sensações e as anatomias dos corpos são diferentes. Mas em geral, Iron comenta que regiões com terminações nervosas costumam ser as mais doloridas (septo e cartilagem da orelha, por exemplo). Lugares com poucas terminações (boca, língua… pois é!) são menos. Para Júnior, a dor também está relacionada com o tamanho da joia escolhida: se ela for grande, a agulha para realizar o furo será maior, causando mais dor.
Quais cuidados devo tomar após realizar o furo?
É um cuidado básico, mas que dá resultado. Lavagem com sabonete neutro em água morna. Para facilitar a limpeza em lugares pequenos, a dica de Júnior é contar com a ajuda de um cotonete (é só aplicar o sabonete por cima).
Iron compartilha um ritual um pouquinho mais elaborado. “Primeiro, faça uma compressa de água morna com sal marinho (interessante apenas para as regiões de pele e cartilagem, não para mucosas). Depois, faça a lavagem com o sabonete antisséptico líquido e finalize passando o soro fisiológico gelado”, diz. Evite sprays ou pomadas, eles são oleosos e podem acumular resíduos na região, tampando os poros e gerando uma possível inflamação.
Posso ir à praia ou à piscina?
Os profissionais indicam evitar tomar sol por pelo menos dois meses após a perfuração. A pele da região furada fica mais sensível, podendo queimar mais rápido e ficar manchada. Se o sol estiver muito forte, pode até inflamar levemente o piercing! O mesmo tempo vale para ficar fora do mar ou piscina, pois eles possuem sujeiras e resíduos que podem infeccionar a área.
Posso comer qualquer coisa?
Na verdade, é recomendado evitar comidas muito gordurosas, porque elas podem retardar a cicatrização.
O que fazer em caso de alergia ou queloide?
A primeira coisa é voltar ao estúdio e mostrar a situação para o profissional que realizou a perfuração. Ele indicará o que deve ser feito e, se for necessário, fará a remoção do piercing. Mas Júnior e Anna avisam que, às vezes, o que pessoas pensam que é uma queloide, na realidade não é. “Pode ser um pequeno granuloma [uma bolinha] que se forma por atritos entre a região do piercing com outros objetos. No caso de furo na cartilagem da orelha, pode ser pelo contato com um travesseiro ao dormir, com um pente ou com a roupa que colocamos”, afirma Anna.
Júnior diz que as bolinhas também podem se formar por uma cicatrização incompleta: cicatrizou apenas por fora, mas não por dentro. Para evitar que isso aconteça é só fazer a limpeza direitinho, retirando qualquer casquinha que possa surgir. “Quando você as remove, deixa espaço para uma cicatrização tranquila e gradual”.
E aí? Você tem vontade de fazer um piercing?