Garota mandada pra casa por “cabelo grande demais” é indenizada por escola
Há 4 anos, a adolescente Ruby Williams perdeu dias de aulas devido às "regras" do colégio em que estudava
Quando tinha 14 anos, a britânica Ruby Williams, hoje com 18, viveu momentos constrangedores na escola em que estudava: ela foi mandada para casa (várias vezes) por considerarem seu cabelo crespo “grande demais”. Quê? Passado um tempo, a jovem, vítima de racismo, resolveu lutar pelos seus direitos – e de todas as outras meninas negras. Após um acordo, a estudante receberá 8,5 mil libras, cerca de R$ 47,8 mil, como indenização.
A The Urswick School nega que tenha havido qualquer tipo de discriminação e apenas afirmou que os fios de Ruby violavam uma regra do colégio que diz que “cabelos devem ter tamanho e comprimento razoáveis e não afetar os outros alunos”. Que norma é essa, minha gente? E o que significam “tamanho e comprimento razoáveis”?
Claro que nenhum dinheiro pode comprar as aulas perdidas e a humilhação que a garota passou, mas o desfecho do caso tem um significado importante. Em uma entrevista à BBC, a estudante desabafou e disse que sonha com diretrizes melhores, que evitem qualquer forma de discriminação em escolas. “Também desejo que essa história dê confiança para que pessoas em situações semelhantes não fiquem caladas”, comentou.
Ruby lembrou que, na época, chegou a questionar o colégio. “Estou realmente sendo mandada para casa por causa do meu cabelo?”, foi a pergunta que ela fez. A resposta? De acordo com diretor, ele era “muito grande”, estava distraindo o resto dos alunos e bloqueando a visão da lousa.
A situação fez com que a jovem tivesse sintomas de depressão e ansiedade. Ela chegou a experimentar vários penteados diferentes na tentativa de “cumprir as regras da escola”. A estudante chegou a gastar de 20 a 100 libras (R$ 112 a R$ 563) em tranças, para poder mexer no volume dos fios. “Fiquei frustrada, porque meu cabelo continuava para fora do coque. Isso não é certo. Por que eu devo cortar ou mudar meu cabelo se outras pessoas podem ter o cabelo até o quadril? Porque meu cabelo cresce para cima eu preciso cortá-lo?”, questionou.
Atualmente, Ruby frequenta outra escola, em que é incentivada a usar seus fios naturais – ou como ela quiser! “Tenho orgulho dele e do caminho que percorri. Tenho orgulho do meu cabelo ser ‘muito grande'”, disse fazendo referência ao comentário do diretor. Palmas pra ela!