Anorexia e bulimia: caia fora dessa!

Se a preocupação com o corpo e com a comida não sai da sua cabeça, é hora de parar e pensar: será que isso é saudável?

Por Da Redação Atualizado em 4 nov 2024, 13h04 - Publicado em 17 dez 2015, 19h15

Você deve conhecer alguém assim. Aquela amiga que só fala em comida, que sabe todas as novidades da dieta, que fica mandando todo mundo comer enquanto ela belisca um tequinho e diz que está estourando.

Ou que, quando come, fica se lastimando, reclamando, jurando que amanhã vai ficar só na água ou vai se matar na academia. Ai, fala sério: ninguém merece!

Além de ficarem muito chatas, meninas assim correm um grande risco: o de desenvolver doenças relacionadas à alimentação, chamadas de transtornos alimentares .

Os mais conhecidos são a bulimia e a anorexia . Apesar de serem bem diferentes, essas doenças têm como origem comum a preocupação excessiva com o corpo. É aquele medo enorme de engordar que transforma a relação com a comida na coisa mais importante do mundo.

As anoréxicas simplesmente param de comer e continuam se achando gordas mesmo depois de estarem esqueléticas. ?É um distúrbio de imagem. A menina fica pura pele e osso, mas quando se olha no espelho tem a sensação de que precisa emagrecer mais?, explica Vanessa Pinzon, psiquiatra do Projeto Interdisciplinar de Atendimento, Ensino e Pesquisa em Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência (Protad), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Já as bulímicas, colocam o dedo na garganta para provocar o vômito, passam horas a fio suando na academia, tomando laxante ou ficando o dia inteiro em jejum para não engordar. ?E nos momentos de compulsão elas comem tanto que acabam engordando mais do que se tivessem comido normalmente durante o dia?, explica Vanessa.

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O que é normal?

Isto é normal: Olhar-se no espelho e achar que está com uma barriguinha meio saliente. Prometer-se que amanhã vai começar a fazer ginástica, sem deixar de lado o sorvete com a amiga. 

Isto não é normal: Olhar-se no espelho e achar que está com uma barriguinha horrorosamente grande. Ligar para a amiga, desmarcar o sorvete e correr para a academia.

Isto é normal: Exagerar no lanche com as amigas e comentar: ?Putz, comi demais!?

Isto não é normal: Exagerar no lanche com as amigas, pensar ?comi demais? e correr para o banheiro vomitar tudo.

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Isto é normal: Controlar-se para não exagerar nos doces durante a semana. Assim você pode se esbaldar no almoço na casa da sua avó no domingo.

Isto não é normal: Esbaldar-se no almoço da sua avó no domingo e, por isso, passar o resto da semana a água e alface, falando a cada minuto ?eu sou uma gorda, eu sou uma gorda?.

Isto é normal: Saber quais alimentos fazem bem à sua saúde e quais engordam. Tentar, dentro do possível, maneirar nos doces e frituras.

Isto não é normal: Conhecer as calorias de todos os alimentos e recusar veementemente qualquer coisa que possa engordar.

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Isto é normal: Querer ter um corpo bonito.

Isto não é normal: Achar que é impossível ser feliz se não for magérrima.

Isto é normal: Escolher aquela musse de chocolate deliciosa de sobremesa. À tarde você se controla mais.

Isto não é normal: Ver aquela musse de chocolate que você adora e preferir a taça de gelatina diet.

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Onde procurar ajuda?

* Protad/Ambulim (Projeto Interdisciplinar de Atendimento, Ensino e Pesquisa em Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

Rua Doutor Ovídio Pires de Campos, s/n, tel. (11) 3069-6975, São Paulo, SP.

* Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente/Proata ? Programa de Orientação e Assistência aos Pacientes com Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo.

Rua dos Otonis, 887, tel. (11) 5579-1543, São Paulo, SP.

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* Ambulatório de Distúrbios de Conduta Alimentar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto .

Avenida Bandeirantes, 3000, tel. (16) 602-2342, Ribeirão Preto, SP.

* Unidade de Psiconeuroendocrinologia do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia da PUC do Rio de Janeiro .

Rua Moncorvo Filho, 90, tel. (21) 2221-7577, Rio de Janeiro, RJ.

* Ambulatório de Transtornos de Comportamento Alimentar da Fundação Universitária Mário Martins .

Rua Dona Laura, 221, tel. (51) 3333-3266, Porto Alegre, RS.

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