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DJ Vintage Culture é acusado incentivar violência contra a mulher em vídeo

Após a polêmica, ele apagou a postagem e pediu desculpas nas redes sociais

Por Da Redação 8 jul 2019, 17h07

O DJ Lukas Ruiz, conhecido como Vintage Culture, se envolveu em uma polêmica no último final de semana. Após compartilhar nas redes sociais um vídeo que mostrava um colega simulando sexo com um manequim, ele foi acusado de fazer apologia à violência contra a mulher.

Vintage-Culture
Vintage Culture Instagram/Reprodução

Na publicação em questão, um homem dá socos, tapas e joga o manequim no chão, enquanto finge estar fazendo sexo com o boneco (ao fundo, é possível ouvir outros indivíduos estimulando o comportamento dele). Na internet, o DJ de 26 anos recebeu muitas críticas. As pessoas afirmaram que Vintage Culture incentivou o estupro e outras formas de violência contra a mulher com a postagem.

Algum tempo depois, o vídeo foi excluído e o rapaz compartilhou no Instagram uma imagem toda preta (uma espécie de luto) e uma mensagem pedindo desculpas pelo ocorrido. “Aprendi que é uma brincadeira de mal gosto, com interpretações e representações muito negativas”, explicou.

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“Nesse caminho, a coisa mais importante que eu aprendi é o poder da energia boa, da good vibe. Perceber que meu trabalho fazia bem pras pessoas fez essa ser a minha grande missão, fazer o bem. Mas nesse Stories eu não fiz. E a primeira coisa que eu peço é desculpas, desculpas pela ignorância, desculpas pela bad vibe… E obrigado pelo aprendizado”, disse em outro momento.

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Boa noite pessoal, ⠀ Hoje é meu aniversário mas não é disso que vou falar agora. ⠀ Ontem postei uma cena (um amigo agarrando descontrolodamente um manequim sem perna, sem braço e sem cabeça) que para minha ignorância poderia ser engraçado mas que depois aprendi que é uma brincadeira de mal gosto, com interpretações e representações muito negativas. ⠀ Agora queria falar sobre aprendizado… Queria falar da onde eu vim. ⠀ ⠀ Eu nunca tive acesso a muitas coisas, quando eu comecei a produzir música 2008 nem internet tinha em casa. Cresci entre o Brasil e o Paraguai, numa cidade de fronteira chamada Mundo Novo, muito pequena, violenta e pobre. Levava uma vida simples, dura e cheia de sonhos. ⠀ Eu nunca imaginei chegar onde cheguei, eu nunca fui preparado pra isso. As coisas foram acontecendo e de repente chegamos até aqui… Nesse caminho a coisa mais importante que eu aprendi é o poder da energia boa, da good vibe. Perceber que meu trabalho fazia bem pras pessoas fez essa ser a minha grande missão, fazer o bem. ⠀ Mas nesse stories eu não fiz. E a primeira coisa que eu peço é desculpas, desculpas pela ignorância, desculpas pela bad vibe… E obrigado pelo aprendizado. ⠀ Eu não falo de coisas ruins porque incorporei a missão de fazer o bem mas sobre preconceito, exclusão e opressão eu sei bem o que é isso. Sofri na pele. ⠀ E por sofrer na pele eu não quero apenas pedir desculpas, eu quero amplificar essa mensagem, quero que mais pessoas além de mim aprendam o significado de atos como esse. Aprendam a enxergar o outro lado e fazer melhores julgamentos sobre certo e errado, engraçado e mal gosto. ⠀ Vou levar esse aprendizado pra vida e pra frente, pra todos que me acompanham nessa jornada. Nesta aniversário, posto esta imagem preta para nunca esquecer disso, em luto e respeito pelas vítimas dessa cultura. ⠀ Agradeço, com amor, a todas as mensagens de aniversário, a todo carinho e ao aprendizado trazido pelas críticas. Peço desculpas mais uma vez com a esperança de que esse reconhecimento e mensagem tragam conforto aos que foram prejudicados e a certeza de que essa postura vai trazer ainda mais luz à essa questão de muita importância para o bem. ❤️

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A seguir, veja o texto completo:

“Boa noite pessoal,

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Hoje é meu aniversário, mas não é disso que vou falar agora.

Ontem postei uma cena (um amigo agarrando descontroladamente um manequim sem perna, sem braço e sem cabeça), que, para minha ignorância poderia ser engraçado, mas que depois aprendi que é uma brincadeira de mal gosto, com interpretações e representações muito negativas.

Agora queria falar sobre aprendizado… Queria falar da onde eu vim. ⠀

Eu nunca tive acesso a muitas coisas, quando eu comecei a produzir música, em 2008, nem internet tinha em casa. Cresci entre o Brasil e o Paraguai, numa cidade de fronteira chamada Mundo Novo, muito pequena, violenta e pobre. Levava uma vida simples, dura e cheia de sonhos.

Eu nunca imaginei chegar onde cheguei, eu nunca fui preparado pra isso. As coisas foram acontecendo e de repente chegamos até aqui… Nesse caminho, a coisa mais importante que eu aprendi é o poder da energia boa, da good vibe. Perceber que meu trabalho fazia bem pras pessoas fez essa ser a minha grande missão, fazer o bem.

Mas nesse Stories eu não fiz. E a primeira coisa que eu peço é desculpas, desculpas pela ignorância, desculpas pela bad vibe… E obrigado pelo aprendizado.

Eu não falo de coisas ruins porque incorporei a missão de fazer o bem, mas sobre preconceito, exclusão e opressão, eu sei bem o que é isso. Sofri na pele.

E por sofrer na pele eu não quero apenas pedir desculpas, eu quero amplificar essa mensagem, quero que mais pessoas além de mim aprendam o significado de atos como esse. Aprendam a enxergar o outro lado e fazer melhores julgamentos sobre certo e errado, engraçado e mal gosto.

Vou levar esse aprendizado pra vida e pra frente, pra todos que me acompanham nessa jornada. Nesta aniversário, posto esta imagem preta para nunca esquecer disso, em luto e respeito pelas vítimas dessa cultura.

Agradeço, com amor, a todas as mensagens de aniversário, a todo carinho e ao aprendizado trazido pelas críticas. Peço desculpas mais uma vez com a esperança de que esse reconhecimento e mensagem tragam conforto aos que foram prejudicados e a certeza de que essa postura vai trazer ainda mais luz a essa questão de muita importância para o bem.”

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