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Playlist: músicas censuradas durante a Ditadura Militar

Conheça a história de oito canções proibidas de serem executadas durante o período militar.

Por Isabella Otto Atualizado em 17 ago 2016, 16h14 - Publicado em 16 Maio 2015, 12h30

Nos últimos meses, voltou-se a ouvir muito sobre uma nova intervenção militar . Algumas pessoas saíram às ruas, durante as manifestações contra o atual Governo, pedindo o retorno desse regime, afirmando que só ele daria um jeito no país. Mas será mesmo que queremos a volta da Ditadura, um regime opressor, que, para você ter uma ideia, lotou não só cadeias, como estádios de futebol inteiros, que também foram usados como prisões?

Você já pode ter ouvido, eventualmente, alguém próximo dizer que esse período, datado de 1964 a 1985, foi bom financeiramente e que, durante ele, as pessoas sentiam-se seguras. Isso não justifica o número de desaparecidos, exilados, torturados e mortos. Justifica? Também tem a questão da censura. Muitos artistas, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, foram exilados do Brasil. Muitas peças de teatro e novelas, a exemplo de Roque Santeiro, sofreram na mão dos censores. E, ah! A música…. Uma das formas de expressão cultural mais presentes em nosso dia a dia (vai dizer que o seu fone de ouvido não está sempre na bolsa?), também foi censurada. Agumas, é verdade. Mas nenhuma forma de expressão merece ser probida, seja por qual motivo for. Você concorda ou discorda? Aqui, a gente garante: você pode se expressar sem medo! 😉

8. Apesar de Você – Chico Buarque

Chico tentou convencer a censura de que a canção, lançada em 1970, contava apenas a história de uma briga de casal. No início, a desculpa convenceu, mas, depois, ela foi proibida de tocar nas rádios.

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7. Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores – Geraldo Vandré

A canção se transformou no verdadeira hino contra a Ditadura, após explodir no Festival de Música Brasileira de 1968, mas foi proibida por causa de seu conteúdo subversivo, que incentivava as pessoas à protestar. O autor, Geraldo Vandré, foi mandado para o exílio.

6. Tiro ao álvaro – Elis Regina e Adoniran Barbosa

De acordo com um documento oficial da época, a música foi vetada por “não ser de bom gosto”. O fato de Adoniran não usar a norma culta da língua foi o bastante para os fiscais proibirem a belíssima canção.

5. Cálice – Chico Buarque

Os censores, na época, afirmaram ter entendido o duplo sentido dado à palavra “cálice” (“cale-se”) pelos compositores.

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4. Geleia Real – Gilberto Gil e Torquato Neto

A canção, que faz parte do inesquecível álbum “Tropicália ou Panis et Circenses”, foi proibida por seu conteúdo que, segundo os censores, contestavam a política da época e retratavam, equivocadamente, a situação do Brasil durante a Ditadura.

3. Os Doze Pares da França – Toquinho e Belchior

Segundo os censores, a letra da música valorizava muito a França e deixava o Brasil em maus lençóis, como se o país fosse ruim, de segunda linha. Beep! Proibida.

2. Deus e o Diabo – Caetano Veloso

Segundos os registros datados da época, a letra de Caê feria e desrespeitava os cidadãos brasileiros e uma de suas mais famosas manifestações culturais, o Carnaval, com frases como: “o carnaval é invenção do diabo que Deus abençoou” e “não tenha medo, nego, nega, o carnaval chegou; mais cedo ou mais tarde acabo, de cabo a rabo, com essa transação de pavor”.

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1. Herói do Medo – Carlos Lyra

A música foi censurada por conter trechos como “odeio a mãe por ter parido”, “com altivez eu dou e tomo”, “o passatempo estéril dos covardes” e “para que eu me recussite em liberdade”. O compositor se recusou a alterar a letra original e preferiu o exílio.

(PS: a playlist não está classificada por ordem de preferência ou relevância.)

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