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‘Pensei que fosse morrer’, lembra aluna sobre tiroteio em Goiânia

A CH conversou com a Marcela Macêdo, de 14 anos, que ficou 15 dias internada após levar um tiro.

Por Amanda Oliveira, Isabella Otto 9 dez 2017, 11h07

Em outubro, um garoto de 14 anos entrou armado no Colégio Goyases, em Goiânia. Ele atirou nos colegas de classe, deixando dois mortos e mais quatro feridos. Marcela Rocha Macêdo, com 13 anos na época, foi uma das alunas que sobreviveu ao tiroteio.

Atirador sofria bullying. Facebook/Reprodução

Em entrevista a CAPRICHO, Marcela contou que não tinha tanta proximidade com o aluno que entrou na escola com a arma, mas que a relação dele com os outros colegas era normal. “Ele era um pouco calado, mas conversava e brincava como qualquer outro“, diz.

Segundo Marcela, ele não aparentava nenhum comportamento diferente antes dos tiros começaram. Embora tenha dificuldade de “reviver” os detalhes, ela lembra que ficou em estado de choque sem entender o que estava acontecendo dentro da própria sala de aula. “Foi terrível ver meus colegas naquela situação. Eu sentia muita dor e gritava, caída no corredor. Levei o tiro, caí, levantei e caí novamente. Aí, não consegui mais levantar“, narra.

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As professoras puxaram a menina para outra sala e protegeram a porta, onde ela ficou até o pai chegar. Ela gritava e chamava pelo pai, com medo de morrer sem vê-lo de novo. “Ele me pegou nos braços e desceu a escada comigo. Lembro que gritava para não me deixar morrer, pois saía muito sangue pelo meu nariz, boca e por onde a bala entrou. Foi desesperador, pensei que fosse morrer”, conta.

Arquivo Pessoal/Reprodução

Marcela foi ferida com um tiro nas costas, que perfurou o pulmão e fraturou 3 costelas. A bala ficou alojada ao lado do seio esquerdo. Internada no hospital durante 15 dias, sendo 5 na UTI, ela teve que passar por duas cirurgias. “Sentia muita dor e via meu pai chorando ao meu lado. Foi terrível”, comenta.

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A aluna completou 14 anos quando ainda estava no hospital. Hoje em dia, Marcela já voltou a frequentar as aulas na escola, embora ainda sinta dor em alguns dias e precise ficar de repouso. “Fui recebida por todos com muito carinho. Todos ficarem felizes ao me ver ali novamente”, conta. O apoio dos familiares foi essencial para que a recuperação de Marcela acontecesse. “Cada visita que recebia me dava uma força a mais para melhorar logo e poder estar novamente com eles“, finaliza.

Todos esperamos que a Marcela se recupere completamente, assim como todos os outros que, de alguma forma, ficaram feridos no incidente. E que tragédias como esta deixem de acontecer dentro das escolas e em qualquer outro lugar.

 

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