Continua após publicidade

O que você faz em 20 minutos? Todo dia, 1,7 mil brasileiros descobrem ser soropositivos

Dia Mundial de combate à AIDS: com tantos números e dados e estimativas, o que cabe a você fazer?

Por Isabella Otto Atualizado em 17 ago 2016, 17h58 - Publicado em 1 dez 2015, 18h50

Se você é de humanas, números podem assustar. Fórmulas, equações de segundo grau, frações, descobrir o valor de “x”. Contudo, é preciso ficar atenta a alguns números bastante importantes, que não são tão difícil de entender. Por exemplo: só no primeiro semestre de 2004, 528 meninas brasileiras contraíram o vírus da AIDS, segundo dados da UNICEF ; em 2006, uma nova pesquisa foi realizada e concluiu-se que o número de jovens soropositivos entre 15 e 24 anos havia aumentado mais de 50%; um estudo ainda mais recente, realizado pela UNICEF, em 2014, mostrou que enquanto o número de pessoas contaminadas pelos vírus HIV diminuía no mundo, no Brasil, esse índice aumentava 11% . Mas essa equação não deve ser sem solução, certo?

O Ministério da Saúde tem uma estratégia para refrear esse aumento de jovens contaminados pelo vírus. Até 2020, A UNAIDS, através do cumprimento da meta “90-90-90”, pretende que 90% das pessoas em situações de risco façam o teste de HIV, 90% dos soropositivos sejam tratados e 90% tenham carga viral indetectável. Mas o que seria tudo isso?

O QUE TODAS ESSAS SIGLAS E EXPRESSÕES SIGNIFICAM?

AIDS e HIV é a mesma coisa?

Não. A AIDS é uma doença causada pelo HIV, sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana. Quando você contrai esse vírus, você se torna uma pessoa soropositiva. Mas isso não significa que você, necessariamente, tenha AIDS. O HIV destrói o seu sistema imunológico e se “alimenta” das células que defendem o seu corpo de infecções e doenças. Quanto mais o vírus se “alimenta” das suas células, mais vulnerável você fica. E é justamente aí que você pode contrair AIDS, sigla para Síndrome da Imunodeficiência Humana, uma doença infecciosa grave que ataca de forma ainda mais agressiva o seu sistema imunológico.

Continua após a publicidade

Uma pessoa que não tem AIDS, mas tem HIV, pode transmitir o vírus?

Sim. Uma pessoa que contraiu o vírus HIV se torna soropositiva. Ela pode nunca na vida vir a contrair AIDS, doença desencadeada pelo vírus, mas uma vez que o HIV se instalou no corpo da pessoa, ela pode transmiti-lo.

Situações de risco e grupos de risco têm significados diferentes?

Aham. Mas, antes de tudo, você precisa saber que a expressão “grupo de risco” não é mais usada. Hoje, fala-se sobre comportamentos (ou situações) de riscos, porque o vírus se espalha de forma geral e não atinge apenas grupos específicos, como acontecia no começo da epidemia, nos anos 80. Ter relações sexuais sem proteção com desconhecidos e/ou compartilhar seringas e agulhas são consideradas situações de risco. Uma mãe que tenha HIV e não faça o tratamento, também pode transmitir o vírus para o filho, tanto na gestação quanto na amamentação. Sêmen e sangue contaminados transmitem HIV. Suor e saliva de pessoas soropositivas, não.

Continua após a publicidade

Mas o que quer dizer “ carga viral indetectável”?

Quando uma pessoa com HIV toma os remédios todos os dias e faz o tratamento direitinho, ela pode vir a ter o que a ciência chama de carga viral indetectável. Isso quer dizer que a pessoa ainda tem o vírus no corpo, mas em quantidades tão pequenininhas que nem sequer são identificadas nos exames. Essas pessoas têm menos chances de transmitir o vírus, mas o risco ainda existe. O vídeo abaixo explica de forma bem simples o que significa ter carga viral indetectável. Confira:

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=pRVQ2vovIl8&w=640&h=390]

O QUE EU FAÇO COM TODOS ESSES NÚMEROS?

Você, que tem acesso a esta matéria, é privilegiada . Veja, por exemplo, os adolescentes da África Subsaariana, região onde mais jovens são infectados e morrem das complicações causadas pela AIDS. Eles não têm acesso a informações sobre prevenção. Lá, sete em cada dez novos casos da doença se manifestam em jovens entre 15 e 19 anos, de acordo com um levantamento realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Continua após a publicidade

Neste ano, um estudo realizado pela PCAP (Pesquisa de Conhcimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira) revelou que 94% dos brasileiros sabem que não podem transar sem camisinha. Contudo, 45% continuam tendo relações sexuais sem proteção . Não tem desculpa, né? Use todas essas informações sobre vírus, doença, prevenção e tratamento a seu favor.

O QUE VOCÊ FAZ EM 20 MINUTOS?

Nesse curto espaço de tempo, você pode:

– assistir a um episódio de Modern Family ;

Continua após a publicidade

– tomar um sorvete beeem gostoso;

– gravar um vídeo para o seu canal do YouTube;

– conhecer o seu ídolo em um meet & greet (e ainda sobra tempo!);

– recarregar um celular com bateria de lítio 20 vezes;

Continua após a publicidade

– se apaixonar;

– ter o momento mais romântico da sua vida ao lado da pessoa pela qual você se apaixonou.

Viu, só? Parece pouco tempo, mas em 20 minutinhos você pode descobrir um mundo de possibilidades – ou descobrir que é portador do vírus HIV . É o que acontece diariamente com, em média, 1,7 mil brasileiros, segundo uma estimativa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, realizada em 2014. Nesse curto intervalo de tempo, uma pessoa recebe o resultado do teste rápido de HIV, realizado gratuitamento em postos de saúde, em que uma gotinha de sangue da ponta do dedo é coletada e analisada

Em 20 minutos, você pode decidir o rumo da sua vida – ou ter o rumo da sua vida decidido por um segundo de descuido. Cabe a você decidir. Transar, só se for com camisinha!

Publicidade