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O #10YearsChallenge é um viral criado para roubar seus dados?

Entenda a polêmica por trás do desafio do momento e porque tantos especialistas em conteúdo digital estão com o pé atrás com relação a ele.

Por Isabella Otto Atualizado em 17 jan 2019, 12h25 - Publicado em 17 jan 2019, 12h23

Se você não participou do desafio de postar uma foto recente sua e outra de dez anos atrás, definitivamente conhece alguém que tenha entrado na onda do viral do momento e postado a montagem nas redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter… Mas alguns especialistas em internet estão com um pé atrás com relação a esse antes e depois.

Reprodução/Reprodução

A tecnóloga Kate O’Neil postou um tweet que deixou muita gente preocupada. Nele, ela brinca dizendo que há dez anos participaria tranquilamente do desafio, mas que hoje fica se perguntando o quanto ferramentas como Facebook e Instagram não lucram com isso. “Ponderando o quanto de todo esse conteúdo não é utilizado para traçar reconhecimentos faciais através de algorítimos, e progressão e reconhecimento de idade“, disse.

Como assim? Bom, de acordo com a autora de conteúdos sobre tecnologia, plataformas online podem se beneficiar desse compartilhamento cronológico de fotos para alimentar seus respectivos sistemas com informações mais precisas sobre o usuário. É claro que muitas das imagens postadas no #10YearsChallenge foram tiradas do próprio Facebook ou Intsgaram, mas Kate explica que, por estarem alinhadas e em ordem cronológica, a identificação por parte dos algorítimos se torna mais fácil.

Responsáveis pelo Facebook, contudo, se pronunciaram sobre a polêmica e disseram que tudo não passa de paranoia. “Esse é um meme criado pelos próprios usuários. O Facebook não começou esse viral, que usa fotos que inclusive já estão na nossa plataforma. O ganho do Facebook é zero com esse desafio”, foi alegado.

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Kate O’Neil não se conformou e rebateu a justificativa dada pela empresa: “mesmo que esse viral em particular não seja um caso de engenharia social, os últimos anos foram marcados por exemplos de games e memes desenhados para coletar dados dos usuários“.

Os dados roubados seriam aqueles mesmo que podem ser roubados por jogos e testes online: informações pessoais sobre quem você é, seus gostos, sua idade, etc. “Reconhecimento de idade é provavelmente a coisa mais útil para listar o target de anúncios“, esclarece a especialista em conteúdo digital.

E aí, você é do time que acha que tudo isso não passa de teoria da conspiração ou que realmente todo cuidado é pouco na internet?

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