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Mesmo dopada, paciente de UTI reage a estupro de técnico de enfermagem

Alguns dias após o abuso sexual, jovem veio a óbito. Hospital diz que fatos não têm relação, mas investigação segue em aberto.

Por Isabella Otto Atualizado em 30 Maio 2019, 13h30 - Publicado em 30 Maio 2019, 13h30

No último dia 26, uma jovem de 21 anos morreu no Hospital Goiânia Leste, em Goiás, após ser internada com um quadro grave de convulsão. A causa da morte não foi revelada, mas, dias antes, a paciente foi abusada sexualmente por um técnico de enfermagem, como mostram imagens de uma câmera de segurança liberadas recentemente.

À esquerda, o enfermeiro estuprando a paciente. À direita, já na delegacia. Reprodução/Reprodução

Ildson Custódio Bastos, de 41 anos, cometeu o crime. A paciente, mesmo dopada, tentou reagir ao estupro nos breves momentos de sanidade. Durante o dia, para a enfermeira, a jovem denunciou o caso. A profissional achou por um momento que a adolescente poderia estar delirando, mas resolveu comunicar a direção do hospital, que foi checar as câmeras de segurança.

Ildson foi autuado e responde pelo crime de estupro de vulnerável. O delegado responsável pelo caso ainda vai ouvir mais testemunhas antes de concluir o inquérito. O advogado do técnico de enfermagem, Leonardo Silva Araújo, disse que o cliente não se apresentou antes à polícia por medo. “Começaram a divulgar a foto dele e tinha um áudio em grupos de mensagem pedindo ajuda para achá-lo. Ele, então, se escondeu e decidiu se apresentar hoje até por questão de segurança”, disse.

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Algumas pessoas começaram a dizer que o estupro, que durou cerca de 1h, agravou o quadro da paciente. O Hospital Goiânia Leste, contudo, liberou uma nota afirmando que essas suspeitas são inverídicas. “(…)a causa da morte da paciente, em 26/05/2019, não possui qualquer relação com os tristes fatos ocorridos”, foi informado. Assim mesmo, o delegado pretende colher mais informações sobre o caso. Ildson Custódio Bastos segue dizendo que é inocente. Os amigos da jovem cobram respostas mais precisas: “a gente quer saber o que aconteceu com ela. Ate agora ninguém explicou o que realmente aconteceu”, disse Roberta Araújo ao Jornal Anhanguera.

Trecho de boletim divulgado pela polícia, que narra situação da paciente quando sofreu o abuso. Jornal Anhanguera/Reprodução

Confira abaixo o comunicado na íntegra dado pelo hospital goiano:
“No dia 17 de maio de 2019, os responsáveis pela UTI do Hospital Goiânia Leste receberam a denúncia de abuso sexual da paciente de 21 anos por meio de uma das técnicas de enfermagem da equipe. No mesmo momento, a direção tomou as primeiras medidas com o objetivo de proteger a paciente e investigar o ocorrido.

O técnico de enfermagem acusado pela paciente foi imediatamente suspenso e afastado da sua função. Um boletim de ocorrência com a denúncia foi registrado pelos responsáveis da UTI na Delegacia da Mulher, no dia 21/05/2019 e o funcionário foi demitido por justa causa nesse mesmo no dia. Posteriormente, também por iniciativa da empresa de UTI, o vídeo que mostra o suposto assédio do ex-funcionário, consistente num possível toque nas partes íntimas da paciente, também foi entregue à delegada responsável pelo caso. Cada um dos 20 leitos geridos pela UTI possui câmera individualizada, que funciona e grava toda a movimentação da UTI, 24 horas por dia. Ao ex-funcionário foi dada a oportunidade de ver as imagens, o que foi recusado por ele.

Além de ter tomado as medidas necessárias sobre a denúncia, coube aos diretores da empresa de UTI comunicar aos pais da paciente sobre o fato e sobre as medidas já tomadas. Esclarece, por fim, que a causa da morte da paciente, em 26/05/2019, não possui qualquer relação com os tristes fatos ocorridos. A empresa está à disposição das autoridades para fornecer qualquer informação adicional que possa ajudar na investigação da denúncia.”

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