Comportamento

Menina de 14 anos é morta pelo tio em ‘espancamento corretivo’

O agressor deu a entender que estava pensando no bem da menor de idade.

Por Isabella Otto Atualizado em 13 mar 2018, 15h25 - Publicado em 13 mar 2018, 15h25

Aos 14 anos, Hemilly Brenda Gonçalves de Oliveira morreu na tarde do último domingo, 11, em Araraquara, São Paulo. A estudante foi espancada pelo tio e encaminhada em estado grave à Santa Casa. Não sobreviveu. Washington Manoel Gonçalves de Oliveira, de 27 anos, foi encontrado foragido em uma área de mata próxima à cidade e preso na sequência. Ele já tinha sido denunciado anteriormente por agredir fisicamente sua esposa e sua própria mãe.

Com o depoimento que deu à polícia, o agressor deu a entender que, na verdade, estava tentando proteger a sobrinha do atual namorado. Washington alegou que o rapaz é um traficante e “muito velho”. O cara ainda disse que só empurrou a estudante e que, como ela era muito magrinha, acabou se acidentando ~sozinha~ ao bater a cabeça no chão.

Hemilly morava com os avós e Cleusa de Jesus Oliveira, de 56 anos, apresentou uma versão um pouco diferente dos fatos. A senhora disse que, realmente, não tinha conhecimento do namorado da neta, mas que Washington foi bastante agressivo e era ciumento no dia a dia. “O tio sempre teve muito ciúmes dela e foi batendo e jogando ela contra a parede”, denunciou.

Os amigos da estudante fizeram uma vídeo prestando uma homenagem póstuma à jovem. Confira:

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A adolescente, que morreu vítima de traumatismo craniano, é mais uma vítima do feminicídio. No Brasil, mais de 500 mulheres são agredidas por hora, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Fórum de Segurança Pública. As justificativas encontradas pelos agressores são muitas e, na maioria das vezes, eles acreditam que seus motivos tenham sido nobres. Não é verdade. Independentemente do relacionamento que estava vivendo, Hemilly Brenda Gonçalves de Oliveira, de 14 anos, morreu porque um cara evidentemente perturbado, que já havia agredido outras mulheres e sendo denunciado antes, continuava ileso.

Feminismo pra quê?