“Me enforcou até eu desmaiar”, relata jovem de 21 anos estuprada pelo tio
Vítima tentou lutar, mas foi enforcada até ficar inconsciente. "Ele falou para eu ficar calma e ‘confiar no titio'", lembra.
No dia 22 de junho, Monique Roza compartilhou a foto do tio, Marcondes Willians Bonifácio Roza, em uma publicação no Twitter e pediu para que as pessoas espalhasse a imagem para ajudar a encontrá-lo o mais rápido possível. No tweet, a jovem de 21 anos contou que havia sido estuprada pelo homem no dia anterior e que ele precisava pagar pelo que havia feito. “Acabou com minha vida, eu só quero morrer”, disse.
O crime aconteceu em São Gonçalo, no Rio de janeiro. Em entrevista ao portal UOL Universa, Monique contou que foi para a casa do tio, irmão de sua mãe, no feriado do dia 20 de junho. Ela, o tio, a mulher do homem e o genro da esposa dele foram para uma lanchonete, mas na hora de voltar para casa a mulher de seu tio esqueceu a carteira no estabelecimento e decidiu retornar para buscá-la. Foi quando o tio mandou o genro da esposa “dar uma volta” e trancou a casa para ficar sozinho com a sobrinha. “De repente, ele me deu um beijo. Eu recuei, assustada. Ele falou para eu ficar calma e ‘confiar no titio’“, lembra.
Segundo ela, o genro da esposa do tio dela ficou no quintal o tempo inteiro e presenciou o crime. “Lutei um pouco e levei mordidas. Ele me enforcou e eu desmaiei. Fui arrastada pela casa e então ele fez tudo que queria“, Monique conta. Ao retomar a consciência, a jovem percebeu que estava machucada, com marcas de arranhões e mordidas pelo corpo. Quando a esposa do homem chegou, conseguiu entrar na casa junto com o genro. “Eu estava no chão do quarto deles e meu tio no sofá da sala como se nada tivesse acontecido. Ele falava para eu não contar para ninguém“, diz.
De acordo com o relato de Monique, foi a própria esposa do tio que ligou para a mãe dela, mas não conseguiu explicar o que aconteceu. Ao buscar a filha, a mãe de Monique a levou direto para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e depois foram à delegacia registrar um boletim de ocorrência. Atualmente, Monique está tomando o coquetel anti-HIV e calmante todos os dias.
Monique encontrou o apoio da mãe, que não duvidou da filha em momento algum, mas chegou a ser questionada pela avó se havia ingerido bebida alcoólica. “Pediu para eu não ir ao médico nem à polícia. Acho que queria abafar o caso. Alguns dias depois, pediu para pegar minhas coisas de sua casa porque se mudaria dali”, diz. Já os outros dois tios de Monique não ofereceram ajuda ou apoio por acreditarem que o caso “manchou o nome da família”. Além disso, a jovem de 21 anos também está recebendo mensagens cruéis de pessoas desconhecidas.
De acordo com a delegada Debora Rodrigues, da Delegacia de Atendimento à Mulher da Região Metropolitana do Rio, o homem já foi localizado e deve prestar depoimento.
Desejamos muita força para você nesse momento, Monique. #NãoÉSuaCulpa