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Líder da Tanzânia vai prender homossexuais para não ‘irritar Deus’

Paul Makonda, principal líder religioso da cidade de Dar es Salaam, cria comitê de denúncia e apreensão de membros da comunidade LGBTQ+.

Por Isabella Otto 1 nov 2018, 14h10

Foi anunciada nesta semana a criação de um comitê para identificar homossexuais na Tanzânia, país da África Oriental. Através de denúncias, as autoridades têm o aval de rastrear e prender as pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQ+.

Gay morador de Dar es Salaam fotografado em 2016. The Washington Post/Getty Images

A medida foi criada por Paul Makonda, líder regional da cidade de Dar es Salaam. O representante público é aliado do presidente John Magufuli. Makonda revelou que o comitê terá 17 membros que farão a fiscalização das denúncias, a identificação dos homossexuais e a apreensão.

Ilegal na Tanzânia, o crime da homossexualidade dá cadeia. A pena de prisão pode passar de 30 anos. Com a criação do comitê, estima-se que os números de condenados aumentem consideravelmente.

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Makonda está sendo criticado por grande parte da imprensa mundial, mas garante que não volta atrás na decisão. “Prefiro irritar esses países do que a Deus”, disse.

Em 2016, a Tanzânia proibiu que lubrificantes fossem vendidos no mercado porque, de acordo com as autoridades, a prática “promove a homossexualidade”. De acordo com a Associação Internacional de Gays e Lésbicas, a África é o país mais perigoso do mundo para homossexuais. Em 33 nações, a homossexualidade é ilegal e os membros da comunidade LGBTQ+ podem, inclusive, ser condenados à morte.

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