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Jornalista esportivo é demitido após falar coisas nojentas sobre mulheres

Daniel Campelo falou que mulher deve cuidar da casa, não se envolver com futebol, e que "quem não gostar, que tire a calcinha".

Por Isabella Otto Atualizado em 18 out 2019, 11h00 - Publicado em 18 out 2019, 11h00

Surreal pensar que em pleno 2019, quase 2020, as pessoas continuam não sabendo diferençar “minha opinião” de preconceito, racismo, homofobia, misoginia, e por aí vai. Nesta semana, por exemplo, o comentarista Daniel Campelo, que fazia parte da Rádio Jovem Pan de Fortaleza, foi demitido após falar algumas asneiras em transmissão ao vivo no último domingo, 13.

Benoit Bacou/Getty Images

Durante o jogo do Ceará contra o Avaí pelo Campeonato Brasileiro, o narrador Gomes Faria pegou o gancho de uma das assistentes da partida ser Andrea Izaura Maffra Marcelino de Sá, da Federação Carioca, e perguntou para o colega de rádio o que ele achava de as mulheres estarem cada vez mais tomando conta da arbitragem do futebol brasileiro. Daniel respondeu: “não acho uma boa, não. Acho que mulher deve tomar conta é da casa. E do marido. E dos filhos“. Constrangido, o narrador mandou um “sai pra lá”.

 

Campelo teve ainda a chance de se retratar ao vivo, após a repercussão negativa do seu comentário, mas continuou destilando machismo: “não disse brincando, não. Repito aqui. Quem não gostar, que tire a calcinha e pise em uma. Não tenho nada com isso. Não dou satisfação porque é mulher”.

O comentarista foi logo rebatido pelos colegas, mas não se calou e ainda cometeu o erro que citamos no início desta matéria: “você que discorde, eu tenho meu ponto de vista(…) adoro mulher. Melhor que uma mulher, só duas(…) mas dá não mulher no futebol”.

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Reprodução/Reprodução

Após demitir o funcionário, a Jovem Pan de Fortaleza emitiu uma nota à imprensa dizendo que a emissora respeita as mulheres e acredita no potencial feminino, “inclusive pelo fato de termos uma mulher como âncora de importantes programas da emissora. Nosso compromisso é com a ética, o bom jornalismo e, sobretudo, o respeito a todos – e a todas“.

Que show de horrores!

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