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Homem confessa ter matado jovem de 16 anos: ‘ele ofereceu uma carona’

Apesar de continuar negando crime de estupro, polícia garante que crime sexual foi minuciosamente calculado: 'ele é frio, não toma medidas precipitadas'

Por Isabella Otto Atualizado em 1 nov 2018, 11h42 - Publicado em 1 nov 2018, 11h34

O pai de Rayane Paulino Alves, de 16 anos, deixou a filha na casa de uma amiga, na noite de 20 de outubro. Ela iria com duas outras meninas para uma festa. As duas garotas voltaram, Rayane não. O corpo da jovem foi encontrado oito dias depois em Guararema, no interior de São Paulo. Na última quarta-feira, 31, o suspeito do crime, Michel Flor da Silva, de 28 anos, foi preso.

Reprodução/Reprodução

De acordo com as investigações, Rayane saiu da festa antes das amigas, solicitou um carro em um aplicativo de transporte e foi até a Rodoviária de Guararema, onde pegaria um ônibus para Mogi. No local, contudo, ela foi a abordada por Michel. “Ele perguntou se ela estava bem. Ofereceu uma água e ela não aceitou. Ofereceu a jaqueta para ela se esquentar. Ela também não aceitou. Daí, nesse momento, ele ofereceu uma carona”, relata a delegado Rubens José Ângelo, responsável sobre o caso.

Acredita-se que o estupro tenha acontecido no km 170 da Dutra. Apesar de o homem falar que o sexo foi consensual, a polícia garante que as evidências provam o contrário. Isso porque o celular da adolescente foi encontrado em um lago perto de Jacareí e o aparelho tinha registrado uma chamada para o 190. De acordo com o registro, ela foi feita no mesmo horário em que o crime estava acontecendo.

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Na versão de Michel, a jovem teria se desesperado após a transa e dito que contaria tudo para o pai, que é policial. “Você me estuprou”, teria dito a jovem. Ele, então, teria acertado ela com um golpe. O delegado, contudo, afirma que o homem já tinha o estupro arquitetado em mente. Rayane pode até ter feito a ameaça, mas o golpe não foi “sem querer”, como o segurança dá a entender. “Ele é frio, tranquilo, pensa para falar, não toma medidas precipitadas(…) Ele é lutador de artes marciais, capoeira, há mais de 12 anos(…) Ele tem curso de primeiros socorros. Ele aferiu o pulso de Rayane, bem como a veia jugular do pescoço. Ela ainda estava viva. Ele, vendo isso e temendo que fosse descoberto o estupro, ele pegou a bota de Rayane que estava no assoalho do banco de passageiro dianteiro, pegou o cadarço, colocou em seu pescoço até matá-la“, são os relatos do delegado Ângelo.

Na última quarta, a Justiça decretou a prisão temporária de Michel Flor da Silva, que confessou o assassinato, mas segue negando o estupro. Ele é segurança, capoeirista, marido e pai. Sem antecedentes criminais, o cara era taxado pela sociedade como um “cidadão de bem”. Alguns prints que circulam pela internet mostram que o assassino teria comentado o post sobre o desaparecimento da jovem, que teria sido compartilhado por um conhecido. “Acharam o celular dela”, teria alertado o homem. Olha só:

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Reprodução/Reprodução

Segundo o último Mapa da Violência publicado, estima-se que 12 mulheres são vítimas de homicídio por dia. A maioria dos crimes acontece dentro de casa e/ou por pessoas que a sociedade classifica como sendo os tais “cidadãos de bem”: homens casados, pais de família, respeitados em seus ambientes de trabalho e que, muitas vezes, pregam nas redes sociais a favor da moral e dos bons costumes.

Nós não queríamos que em pleno 2018 fosse necessário continuar dizendo isso, mas, cuidado, meninas! Não é que não confiamos em vocês, mas, infelizmente, ainda não podemos confiar nos outros.

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