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Exposição critica machismo em letras famosas da música brasileira

'Se te agarro com outro, te mato': canções de 1932 a 2018 são citadas em exposição no RS.

Por Isabella Otto 14 mar 2018, 12h15

No mês das mulheres, uma campanha idealizada pela SEPOM (Secretaria De Políticas Para Mulheres), localizada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, chamou a atenção para músicas machistas que são cantadas a plenos pulmões por homens e mulheres. A problematização começou com a música Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, que foi retirada do Spotify em janeiro, por incitar a violência contra a mulher com frases como: “taca bebida, depois taca a pica e abandona na rua”.

Thales Ferreira/Divulgação

A reflexão sobre o funk fez Danusa Alhandra, Secretária de Políticas para Mulheres do município, e outras colegas refletirem sobre letras cantadas, inofensivamente ao longo dos anos, que são carregadas de machismo. Foi assim que surgiu a exposição “Música: Uma construção de gênero”, no saguão do Centro Administrativo de São Leopoldo, localizado na Av. Dom João Becker, 754. “Como está em todos os estilos musicais, a violência e a cultura de ver a mulher de forma submissa está em toda a sociedade, na classe média, na alta, na baixa“, afirma Danusa .

Veja abaixo mais imagens presentes da exposição:

Thales Ferreira/Divulgação
Thales Ferreira/Divulgação
Thales Ferreira/Divulgação
Thales Ferreira/Divulgação
Thales Ferreira/Divulgação
Thales Ferreira/Divulgação

Até onde vai a liberdade poética? Ao fazer esta matéria, a CAPRICHO percebeu que, mesmo banida de várias plataformas musicais, a canção Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, continua intacta no YouTube, com clipe e tudo! A plataforma, que barra tantos vídeos sem razão, motivo ou circunstância, não tomou nenhuma atitude contra o cara que “taca a bebida, depois taca a pica” e posta tweets como esses:

Reprodução/Reprodução

Calar-se também é compactuar com a cultura do estupro.

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