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É a primeira vez, em 124 anos, que uma mulher dirige a Poli-USP

Quando estudante, atual diretora ouviu que 'mulher não deveria entrar na engenharia'.

Por Isabella Otto Atualizado em 8 mar 2018, 17h09 - Publicado em 8 mar 2018, 17h08

Exercício rápido: imagine uma sala de aula de um curso de engenharia. E aí, qual foi a primeira imagem que veio à tona? Apostamos que você viu muitas carteiras ocupadas por meninos, certo? A engenharia foi, por muito tempo, um curso masculino, feito de homens para homens. Ainda hoje carregamos essa herança machista, mas as coisas estão mudando. E tem maneira melhor que descobrir, em pleno Dia Internacional da Mulher, que uma mulher está dirigindo a Poli-USP pela primeira vez?

Aos 59 anos, Liedi Bernucci foi eleita, na última quarta-feira, 7, ao cargo máximo administrativo da Poli. Depois de 124 anos de história, finalmente, uma mulher comandando tantos homens – e não o contrário.

Quando entrou na graduação, em 1977, apenas 5% dos alunos da Poli eram mulheres. “Mulher não deveria entrar na engenharia, porque o que elas querem é casar e acabam roubando a vaga de um homem”, ouviu a engenheira de um professor.

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O comentário a fez seguir em frente com ainda mais força. Hoje, 20% dos alunos da Poli-USP são mulheres. Apesar de o número ter crescido pouco, a conquista é comemorada pela nova diretora. Contudo, é impossível negar que a engrenharia ainda é liderada por homens. Talvez, a falta de representatividade faça com que muitas mulheres fiquem desestimuladas e se sintam inseguras. Mas Liedi promete não só fazer a mudança, como ser a mudança! “As estudantes não precisam mais levar desaforo para casa, como eu fazia. Elas têm para quem falar”, garantiu em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

 

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