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Cuidar da vida alheia é atraso de vida pessoal

'Aceitamos a realidade do mundo no qual estamos presentes.'

Por Isabella Otto 30 out 2016, 10h28

Cuidar da vida alheia é atraso de vida pessoal

O Show de Truman: O Show da Vida. Você pode assistir a esse filme. Ou não. É uma escolha sua. Ele, falando bem por cima e evitando grandes spoilers, retrata a vida de Truman Burbank (Jim Carrey), um sujeito que desde o seu primeiro choro é acompanhado por tudo e por todos, sem intervalos. É um pouco paranoico, principalmente se formos parar para pensar que passamos mais tempo conectados, online, buscando sinal de wi-fi, do que, sei lá, conversando com a família ou os amigos na mesa de jantar. Você está lendo este texto na internet, não é mesmo? No celular? No computador? No tablet? Acompanhamos e somos acompanhados sem parar, assim como Truman.

Algumas pessoas, entretanto, querem ser mais que meros telespectadores. Mais que atores. Elas querem dirigir a sua vida. Você sabe como é, porque já deve ter se sentido como Truman Burbank: encurralada, vigiada, dirigida. É tanta gente querendo cuidar da vida alheia, dar palpite, dizer o que é certo e errado, o que pode e não pode, quando, no fundo, todos deveriam estar mais preocupados em dirigir suas respectivas vidas, tomar controle da situação, não deixar sua história ser escrita por outro alguém.

O Show de Truman: O Show da Vida. Você pode assistir a esse filme. Ou não. É uma escolha sua. Ele, basicamente falando e sem grandes spilers, retrata a vida de Truman Burbank, um sujeito que desde o seu primeiro choro é acompanhado por tudo e por todos, sem intervalor. É um pouco paranoico, principalmente se formos parar para pensar de passamos mais tempo conectados, online, buscando sinal de wifi, do que, sei lá, conversando com a família ou os amigos na mesa de jantar. Você está lendo este texto na internet, não é mesmo? No celular? No computador? No tablet? Acompanhamos e somos acompanhados sem parar, assim com Truman.

Em alguns momentos, principalmente quando ainda dependemos em tempo (quase) integral dos pais e/ou responsáveis, nos deixamos ser dirigidas. Não é questão de enlouquecer e sair quebrando desobedientemente todas as regras, mas de, aos poucos, ir assumindo o roteiro da sua história, tomando decisões por vontade própria e não por votação popular, formando sua própria personalidade e não deixar que ela seja formada pela audiência, trocando de canal quando bem entender e fazendo as outras pessoas perceberem que também deveriam trocar de canal e parar de bisbilhotar a vida alheia. O mundo não é um reality show. Ou não deveria ser.

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Todas nós vamos nos sentir Truman um dia. E, dependendo, até podemos nos transformar naquele alguém que quer cuidar da vida alheia. Cabe a cada um de nós, ou melhor dizendo, a você, encontrar a porta de saída, abri-la, não dar ouvidos a quem só quer ser um espectador do que você faz ou deixa de fazer e ser livre para escolher a vida que quer levar, com quem, em que lugar, estudando o que quiser, vestindo a roupa que desejar, e ninguém tem nada a ver com isso, obrigada.

Cuidar da vida alheia é atraso de vida pessoal

É hora de sair da bolha, Truman!

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