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Blog da Galera: o que rolou na 9ª edição do Periferia Inventando Moda

Taya Nicaccio, da Galera CH, é modelo independente, desfilou no evento e conta como foi a experiência

Por Da Redação Atualizado em 29 jul 2019, 16h53 - Publicado em 29 jul 2019, 13h15

Oi, meninas! Tudo bem com vocês? Aqui é a Tayane. No último dia 21, rolou mais uma edição do Periferia Inventando Moda. O projeto é uma iniciativa voluntária que conta com o apoio de pessoas que acreditam no poder transformador da moda e da beleza. Ele vem mudando a vida de jovens da periferia de São Paulo por meio da capacitação profissional, do empoderamento e da autoestima.

Oi! Eu sou a da direita, de black power. PIM/Reprodução

Conversando com os estilistas, eles me contaram um pouco sobre suas respectivas marcas e se o evento superou suas expectativas. Confira agora a entrevista que fiz com eles:

  • Estilista Alex Santos, da marca ALX
    Além de ser o idealizador do Periferia Inventando Moda, o Alex também é estilista e professor de passarela. Sobre o evento, ele explica: “É um trabalho de formiga. A gente vai caminhando e caminhando, fazendo sempre as coisas acontecerem da melhor forma e eu acredito que o projeto vai crescer, assim como cada edição”. Toda edição é um desafio, mas Alex está feliz com as conquistas do projeto: “Tivemos atrações musicais e divulgação de parceiros que de alguma forma sempre incentivaram o projeto. Conseguimos trazer pessoas importantes do mundo da moda, mesmo sem verba fizemos o evento acontecer, com as oitos marcas e, durante o evento, rolou uma mesa redonda com Dudu Bertholini (stylist e consultor de moda), Leo Faria (fotógrafo), Cris Guterres (jornalista e apresentadora), Marfim Rosa e Xan Ravelli (criadoras de conteúdo)”. Alex ainda completa: “Um dos objetivos do Periferia Inventando Moda é mostrar para as pessoas que um evento deste porte é muito importante para periferia. Temos que valorizar sim as pessoas e a moda periférica. Não estamos aqui para roubar o espaço de ninguém e sim, mostrar que também temos o nosso espaço. Queremos a moda democrática e o tema desta edição, modelo não é cabide, foi bem aproveitado. Desenvolvemos um trabalho de conquistar pessoas e mudanças de vidas”. Ah! Vale a pena lembrar que o Alex também dá aulas: “Quero continuar sim, dando muitas aulas de passarela. Estou com umas ideias bacanas, tanto para o projeto, quanto para fora. Muitas pessoas estão me procurando e isso é muito bom e gratificante”. A cabeça de um estilista não para. O Alex contou que sempre que termina um evento ou uma coleção, já tem que pensar na próxima: “Estou pensando em coleções novas para edição do PIM e para outros eventos que possam surgir até o final do ano”. Para o futuro, o estilista quer crescer mais, se profissionalizar em outros segmentos direcionados a moda e transformar mais vidas: “Isso é o mais importante, essa é minha missão aqui na Terra”. Falou bonito, né?
  • Estilista Priscilla Silva, marca Dona Genôveva
    A Pri contou que sua marca surgiu de um sonho de criança. Sua avó era modelista na época e sempre a inspirou muito a gostar de moda: “Depois de uma brincadeira de bonecas com roupas malucas, nunca mais parei de fazer coisas relacionadas a isso”. Mesmo sem saber que isso poderia se tornar uma profissão, sua marca saiu do papel e ganhou vida em 2018, estreando então no projeto PIM: “O projeto dá oportunidade para novos estilistas e modelos mostrarem o seu trabalho e nos ensina que sonhar é possível”. Na edição, a coleção foi inspirada no amor: “L’AMOUR é uma coleção cheia de suspiros profundos, mas o real significado do amor vai sendo revelado para cada um de multiformas”. Para o futuro a estilista planeja estruturar mais a marca e quem sabe até abrir uma loja física. Segundo Silva, mesmo existindo um site, ainda há quem busque sentir o tecido, provar a roupa e ter um contato com a peça: “Acho importante um lugar que possa fazer as pessoas se sentirem à vontade como uma tarde entre amigas e entender a mensagem que a marca quer passar”.

    Eu desfilando. Reprodução/Reprodução
  • Estilista: Amanda Félix, marca Flor do Gueto
    O evento era um sonho que se tornou realidade, na época a estilista estava cursando moda: “Vi o PIM pela primeira vez no programa da Sabrina Sato, me encantei e falei pra minha mãe que faria parte disso”. No começo, Amanda fazia peças por encomenda para amigas, figurinos de espetáculos musicais e para grupos de dança. Atualmente, ela trabalha com a sua marca, Flor do Gueto, que não tem nenhum padrão de beleza: “Gosto de dizer que minhas modelos são Vogue do gueto. Meu casting é sim composto por mais meninas negras!”. Ela ainda contou que já foi questionada por isso: “Ninguém discutia os anos de exclusão da cena da mulher preta nas passarelas ou até mesmo de estilistas negros. Temos que mudar esse estereótipo! Eu quero ser representada e que mais meninas vejam que elas podem sim e devem sim!”. Fada sensata, né? Sua coleção Since 90s trouxe para passarela a moda de rua dos anos 90 com um novo pensar. Sobre o evento: “Esta foi minha segunda edição participando do evento, vejo muita evolução. O Alex trabalha muito e é linda a forma que ele levanta pessoas e marcas. Ele é uma pessoa de luz”. Amanda completa dizendo: “Vai ser sempre um prazer participar do evento”. Futuramente a estilista quer desfilar sua coleção na casa de criadores: “Me identifico muito com o trabalho deles, já trabalhei em três edições lá, onde conheci pessoas fantásticas”. Outro sonho que ela realizou foi de trabalhar com alguns estilistas como Issac Silva! Além disso, através do feminismo e do black money, ela quer continuar dando espaço para que todas cresçam e que a sua marca seja cada vez mais conhecida.

 

  • Estilista: Mônica Barboza, marca Rhythim
    “Amo a moda desde sempre, mas foi em 2015 que comecei o maior projeto da minha vida, a RHYTHIM que significa ritmo em inglês.” A marca de street style tem como pilares ritmo e ancestralidade, mas seu DNA é do gingado do dance hall, estilo de música jamaicana. Além disso, suas inspirações vêm também da arquitetura urbana da ilha: “Aplico todos esses conceitos nas misturas de textura dos tecidos”. A estilista contou que seu primeiro desfile foi em 2015 na sua apresentação do TCC da faculdade: “Fiquei com um frio na barriga e morrendo de medo no início, mas no decorrer e ao final do trabalho foi gratificante”. Seu primeiro contato com o projeto foi em 2018, quando foi convidada para desfilar sua coleção: “A sensação de que é possível aumentou tanto que este ano estávamos lá novamente, com um tema que sempre mexe muito comigo, Gueto ao Luxo”. Mônica dividiu com a gente seus planos futuros: “A Rhythim está crescendo com peças exclusivas e edições limitadas. Muitos projetos já estão no forno para este ano e início de 2020, novas participações em desfiles, e-commerce e parcerias”.

 

  • Estilista: Allan Szmid, marca Szmid
    Esta nova edição do PIM foi a estreia do Allan, que já conhecia muito bem o projeto: “Como eu já trabalhei em outras edições, tinha um conhecimento sobre o evento né? Mas ir como estilista é uma sensação muito diferente. Eu me senti muito feliz por conseguir”. Sua marca é inspirada em sua formação pessoal e profissional: “Originando um estilo andrógino com elementos inspirados no universo do carnaval, ela veio para mostrar que todos podem se vestir como se sentirem melhor, sem ter a necessidade de seguir os padrões da binariedade imposta pela sociedade atual”. Sobre sua primeira coleção: “The Age Of Evil é totalmente inspirada nos vilões da Disney. Teremos uma viagem a este universo durante todo o desfile”.

 

  • Estilista: Brunno Dellum, marca Dellum
    O Brunno nasceu no interior da Bahia, autodidata e tem origem indígena. Sua moda é a resistência e suas coleções retratam tudo ao seu redor. “DELLUM é uma marca brasileira de moda, voltada para o público decidido a ser ele mesmo e que não tenha medo de ousar e expor sua sensualidade”. O estilista acredita que a sua moda é para todos, que busca inclusão e promoção da diversidade: “Ela transita em um universo contemporâneo e futurista. Seu DNA traz a libertação do ser”. Dellum acredita não existir determinada roupa para X gênero. Nesta edição com a coleção Receptaculum, o estilista trouxe peças completas como macacões, vestidos, casacos, calças, camisas, T-shirts, saia, short, cropped e acessórios.Sobre o projeto: “Para mim, é uma plataforma de visibilidade ampla, que mira a divulgação de marcas e de toda uma equipe por trás como modelos, direção de beleza, stylists e produtores. Ao mesmo tempo é inclusão, sem categorizar ninguém. Todo mundo se junta e faz acontecer!”. Ele ainda fez um agradecimento ao projeto: “Agradeço muito por abrir as portas para a minha marca e de todo apoio, carinho e força para fazermos história neste mundão!”. O estilista deixa um recado: “Não se importe com o que vão pensar de você, vista-se de atitude, transforme-se em você”. Maravilhoso né?

 

Confira agora as fotos do evento:

Espero que vocês tenham gostado da matéria e de conhecer um pouquinho mais sobre esses estilistas incríveis. Agora me conta uma coisa, você quer muito ver uma matéria diferente aqui no Blog da Galera? Envie um direct no nosso Instagram (@galera.capricho).

Beijinhos da garota do blog,
@tayanicaccio

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