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Após fala sobre Marielle Franco, desembargadora será processada

Vereadora do PSOL foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço na última quarta-feira (14/3), no centro do Rio de Janeiro

Por Da Redação Atualizado em 18 mar 2018, 12h23 - Publicado em 18 mar 2018, 12h19
Quem foi Marielle Franco e quais eram as lutas da vereadora
Marielle Franco foi assassinada no dia 14 de março Reprodução/Reprodução

O PSOL, partido pelo qual Marielle Franco era afiliada, irá entrar com uma representação na Justiça contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após a magistrada ter afirmado que Marielle era “engajada com bandidos” e que teria sido “eleita pelo Comando Vermelho”. A vereadora e ativista dos direitos humanos de 38 anos foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço na última quarta-feira (14/3), no centro do Rio de Janeiro. O motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro, também foi morto a tiros.

“De forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na ‘narrativa’ que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos”, afirmou o PSOL. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, um vereador revelou que também será movida uma ação criminal por calúnia e difamação contra a desembargadora.

O partido também estuda mover ações contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM/DF), que teria divulgado nas redes sociais que Marielle Franco engravidou aos 16 anos e teria sido casada com o traficante Marcinho VP.

As primeiras investigações sobre a morte de Marielle apontaram que a munição usada no crime pertence a um lote destinado à Polícia Federal de Brasília. Balas do mesmo lote, adquirido em 2006 e que teria sido roubado, também foram usadas na chacina que deixou 17 mortos na Grande São Paulo, em 2015.

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PSOL/Reprodução

A atuação de Marielle Franco

Marielle entrou para a vida política em 2005, após perder uma amiga para a violência carioca, vítima de bala perdida. Nascida e criada no Complexo da Maré, bairro localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, marcado pela forte presença de comunidades, se engajou de imediato em campanhas contra a violência policial em favelas. Recentemente, havia sido nomeada relatora da comissão da Câmara Municipal que fiscalizaria a intervenção militar que está rolando no estado.

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A vereadora também lutava pelas mulheres, tendo como foco as negras e lésbicas. #AssédioNãoÉPassageiro, Lei das Casas de Parto, Espaço Coruja/Espaço Infantil Noturno e Pra Fazer Valer o Aborto Legal no Rio eram alguns dos projetos de lei propostos pela vereadora do PSOL.

Cuidado com as informações falsas

Uma série de informações falsas sobre Marielle Franco estão sendo compartilhadas nas redes sociais e em correntes pelo WhatsApp, entre elas, de que a vereadora teria sido eleita pelo Comando Vermelho e que teria sido casada com o traficante Marcinho VP.

Os sites Boatos.org e Aos Fatos, especializados na checagem de fake news, avaliaram todas as alegações sobre Marielle e desmentiram todas elas.

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