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Ansiedade e depressão são o ‘mal da adolescência’, garante estudo

Adolescentes que participaram da pesquisa ainda disseram que 13 Reasons Why é benéfica para sua relação consigo mesmo e com seus respectivos pais e amigos

Por Isabella Otto Atualizado em 5 jun 2019, 10h42 - Publicado em 22 abr 2019, 17h50

Ela voltou. A segunda temporada de 13 Reasons Why estreou na última sexta-feira, 18, trazendo quatro temáticas centrais: bullying, slut-shaming, tiroteio em escolas e abuso sexual. A trama explora esses assuntos de maneira bastante clara e, mais uma vez, divide opiniões. Para evitar as críticas aos possíveis gatilhos que o seriado possa ter, a produção colocou um aviso antes de cada episódio, de maneira bem mais direta com relação à primeira temporada, avisando que os próximos minutos não serão fáceis. Contudo, eles se mostram necessários. É isso, pelo menos, que mostra o relatório Exploring how teens and parents responded to 13 Reasons Why (“Explorando como adolescentes e pais reagem à 13 Reasons Why”), realizado pela Universidade Norte-Americana de Northwestern.

Divulgação/Divulgação

Segundo levantamento realizado, que conversou com 1.624 adolescentes e jovens adultos e 792 pais que assistiram ao seriado da Netflix, 13 Reasons Why afeta beneficamente seu público. A maioria dos participantes afirma que a série mostra com bastante verdade como é o dia a dia em uma escola, sendo que 70% garante que se tornou mais tolerante com relação aos outros depois de acompanhar a trama de Hannah, Clay, Jessica, Tony, Justin, etc. “Nós discutimos sobre o seriado na aula de psicologia. A sala toda falou sobre o que sente com relação à serie e como podemos ajudar uns aos outros”, garantiu uma jovem de 16 anos que participou do estudo.

A mesma pesquisa foi feita, mas dessa vez apenas com brasileiros. Mais de 70% dos adolescentes entrevistados no país acreditam que ansiedade e depressão são o ‘mal da adolescência’. 90% deles ainda diz que a depressão é uma das principais causas de suicídio entre os jovens. Na trama, Hannah Baker vê no suicídio uma solução para os seus problemas. “Eu falhei”, diz ela em vários momento ao tentar justificar sua decisão.

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O estudo ainda faz um apontamento bastante interessante ao dizer que as redes sociais podem ser um perigoso gatilho para adolescentes com transtornos psiquiátricos. A perfeição irrealista da vida online traz grandes malefícios à saúde dos jovens, que se frustram com mais intensidade. Afinal, nessa fase da vida, tudo é muito intenso, tanto os sentimentos bons quanto os ruins. “Hannah convivia com transtornos mentais, com a pressão social, com o bullying e com a depressão(…) Depois de assistirem ao seriado, a maioria dos adolescentes entrevistados conversou com seus pais sobre tais assuntos”, garante levantamento.

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Alguns outros números chamam a atenção: 50% dos jovens brasileiros acredita que a série da Netflix deixou-os mais confortáveis para falar sobre os temas levantados com os amigos, 58% garantem que a vida é muito estressante durante a adolescência e cerca de 50% deles acredita que a depressão é uma doença que prevalece durante a adolescência.

Essa fase da vida, um período cheio de descobertas, pode, sim, ter seus momentos de confusões e tensões. Contudo, ela não deveria ser o período mais estressante da vida, como muitos jovens da pesquisa relatam. Se isso está acontecendo é porque algo de errado está rolando. Antigamente, a depressão era uma doença relacionada a pessoas mais velhas. A verdade é que depressão não tem cara, não tem idade, não tem conta bancária. Mas por que será que agora ela está tão diretamente relacionada à adolescência? É algo que faz a gente refletir, não? Aproveite esse espaço para dividir com a gente suas opiniões, incertezas e angústias. Você não está sozinha nem tem que passar por nada sozinha.

Reprodução/Reprodução
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