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Adolescente conta como foi abrir mão da viagem de formatura para criar app antiassédio

Em seis dias, o aplicativo já teve mais de 30 mil downloads e cinco mil assédios registrados. Confira a entrevista da Catharina para a CAPRICHO!

Por Malu Pinheiro Atualizado em 17 ago 2016, 17h45 - Publicado em 9 nov 2015, 19h10

“E se eu criasse um aplicativo para mapear o assédio?”, foi a pergunta que passou pela cabeça de Catharina Doria após sofrer um assédio na rua. A adolescente, de 17 anos, estava indo para a escola em um típico dia que tudo dá errado. “Sabe quando você acorda e sabe que o dia vai ser ruim? Levantei atrasada, tinha que entregar um trabalho na escola e ainda tive que ouvir um ‘ô gostosa’ de um cara 50 anos mais velho que eu”, contou a Cat.

A jovem teve a reação que a maioria das garotas tem: o silêncio . “Eu pensei muito em responder, eu queria responder, mas, ao mesmo tempo, fiquei com medo do que aquele cara poderia fazer comigo. Então, continuei andando e não falei absolutamente nada”. Depois de passar o dia inteiro pensando no que tinha acontecido, surgiu a ideia. “Eu estava matutando isso, até que virei para a minha irmã e perguntei: ‘e se eu criasse um aplicativo para mapear o assédio?’; mas ela me olhou, me olhou… e não falou nada”.

A vontade de promover uma mudança era tão grande que Catharina foi atrás de tudo, como conversar com designers e programadores para ter noção de como seria o aplicativo. Mas, para tirar a ideia do papel, ela precisava de dinheiro – e de bastante! Depois de dois meses elaborando a ideia, os amigos da escola começaram a falar sobre a viagem de formatura à Cancun. “Eu não tive dúvidas. Fui falar com a minha mãe para ao invés dela pagar essa viagem, me ajudar a criar o aplicativo”.

Todo esse processo aconteceu em segredo. Catharina preferiu guardar a ideia só para ela durante esses quatro meses, para nada dar errado, sabe? “Quando faltava um mês para lançar o aplicativo, eu decidi contar para a minha melhor amiga. O restante dos meus amigos só ficou sabendo agora mesmo (riosos) “, conta.

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Foi assim que surgiu o Sai Pra Lá , um aplicativo que mapeia o assédio sonoro, verbal e/ou físico. O aplicativo foi lançado, oficiamente, no dia 3/11 e, até agora, já teve mais de mais de 30 mil downloads, cinco mil assédios registrados e 25 mil likes na página do Facebook . “Eu não imaginei que teria essa repercussão toda não. Quando consegui 100 likes no Facebook, eu sai para comer batata frita com a minha irmã e comemorar o sucesso (risos) “, lembra Cat, que ainda está surpresa com todo o apoio que está tendo.

“Eu quero que o meu aplicativo ajude as garotas a não ficarem mais em silêncio” . O próximo passo? Catharina lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet para conseguir aprimorar o aplicativo e criar um serviço que suporte todos os acessos que o Sai Pra Lá vem tendo.

O que achou da atitude da Catharina? Nós adoramos, Cat! Você é um exemplo real de #GirlPowerCH. <3

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