O ano de 2015 pode ser considerado ruim por inúmeros motivos, mas em um aspecto em especial ele foi incrível! As discussões sobre feminismo na internet ficaram ainda mais intensas, assim como as buscas online sobre o assunto. Isso foi uma conquista e tanto, meninas! Mas, é claro, que junto com esse “boom” girl power ( leia mais sobre ele aqui ), muitas matérias com chamadas contraditórias foram publicadas. É aquela coisa, né: se está em alta, por que não aproveitar?

Mas a questão é que não podemos se aproveitar do momento simplesmente para dar notícias que bebem do tema e, muitas vezes, distorcem o assunto. Afinal, você já deve ter escutado alguém falar que o feminismo é um problema, certo? Errado. Aqui provamos que, algumas vezes, as pessoas que são um problema, não o movimento.
Separamos abaixo alguns exemplos que devem ser evitados em 2016 – porque a discussão girl power deve continuar a todo vapor!
1. Por que não “mulher”?

Esse é um exemplo claro em que a palavra “feminista” foi usada apenas para polemizar. Vejamos: “mulher faz pão com levedura” ou “feminista faz pão com levedura”. Sentiu a diferença? Associar o ato à feminista é errôneo. Afinal, a produção desse pão não se deve ao fato de a pessoa ser ligada ao movimento, certo? Qualquer mulher poderia ter essa ideia, por mais inusitada que você a considere. Mas se o feminismo está em alta, vamos aproveitar, né? ~risos irônicos~
2. Você jura, amiga?

Qualquer pessoa tem o direito de se sentir insegura. Você, eu, a Angelina Jolie, a Isabella Santoni… Até aí, tudo bem. Mas em um mundo onde padrões de beleza ainda são ditados e seguidos com uma força sombria à la Star Wars, notícias que mostram mulheres com corpos “perfeitos” reclamando da vida e de sua forma física, apenas reforçam esses padrões e fazem com que eles pareçam ainda mais inalcançáveis. Not cool !
3. Não é ok associar gordura à falta de saúde

Nem todo gordinho é gordinho porque não cuida da saúde, seja porque deixa de fazer exercícios, seja porque não come coisas saudáveis. Às vezes, é tudo uma questão de constituição física. E vale lembrar que nem sempre magreza é sinônimo de saúde, bem estar e autoestima. Por isso, será que por mais pessoal que seja o comentário, devemos ditar regras e generalizar? Afinal, como diz a jornalista e blogueira Ju Romano, “a opinião ~dessa pessoa~ não vai fazer eu entrar em um regime e também não vai fazer com que eu acorde mais magra amanhã. Mas, infelizmente, ela pode fazer com que uma série ~de pessoas~ passem a me olhar com cara feia, nojo, pena ou que passem a se sentir no direito de julgar meu corpo só porque eu sou gorda”. Toda essa conquista girl power não é uma questão de status ou de ser politicamente correto, ok? NOT COOL AT ALL !
4. Ei, pessoinhas, não é legal generalizar o feminismo

Nem correto. Dentro do movimento, há inúmeras vertentes e pessoas – e pessoas têm diferentes modos de pensar. Por isso, quando lemos o título de uma matéria como a que foi publicada acima, nosso cérebro, mesmo que involuntariamente, pensa que todas as feministas têm essa opinião sobre a cantora. O que não é verdade! Algumas feministas, inclusive, curtem as músicas da Taylor Swift e não julgam quando escutam alguém falar que a artista é um exemplo girl power.
5. 2016 e mulheres ainda são tratadas como objetos?!

Algumas matérias realmente não mudam a nossa vida, mas são divertidas e nos garantem momentos únicos de procrastinação. Agora, quando uma dessas matérias que não mudam a vida, na verdade, só contribuem para que os padrões, os estereótipos e o problema de objetificar mulheres fiquem ainda mais intensos… Bom, talvez seja melhor repensar.
6. O que uma coisa tem a ver com a outra?

Não vamos entrar na questão de ser contra ou a favor do aborto, mas como em qualquer discussão que temos nessa vida, não adianta tentarmos argumentar usando comparações nonsense . Leia o depoimento acima mais uma vez, com calma. Parece que matar um mico-leão-dourado é um ato até ok perto da questão do aberto, certo? Foi justamente isso que a pessoa quis dar a entender e é e-r-r-a-d-o! Esse argumento é totalmente equivocado. Não dá para fazer essa comparação. São situações completamente diferentes, que não podem ser colocadas na mesma balança.
7. Por quê? O mundo não pode ser delas também?

O fato de as mulheres estarem ganhando maior destaque no mundo nerd e geek é sensacional! Entretanto, o verbo “invadir” não foi a melhor escolha na situação acima. Ele, além de trazer uma ideia completamente equivocada desse cenário cultural – afinal, as mulheres sempre se encontraram em peso nele; elas só estão sob a luz dos holofotes no momento -, estimula a competição entre homens e mulheres.
8. E quem disse que as feministas são vítimas?

Você diria que a Frida Khalo foi uma mulher vitimista? E a Joanna D’arc? Você classificaria a atriz Viola Davis como uma mulher fraca, que se faz de vítima? E a Malala Yousafzai? A Pitty? Hmmm… É, talvez o problema seja mesmo as pessoas que pensam que o feminismo é para meninas fracas, que curtem se fazer de vítimas.
Não é.