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15 provas de que as Olimpíadas Rio 2016 são das mulheres

Mais do que nunca, as mulheres estão sendo destaque nos Jogos Olímpicos Rio 2016. E elas merecem!

Por Isabella Otto Atualizado em 24 ago 2016, 11h40 - Publicado em 8 ago 2016, 18h00

Está lindo de ver como as mulheres estão representando nos Jogos Olímpicos Rio 2016! Nas quadras, nos campos, nos ginásios, nas piscinas, nas ciclovias… Já tivemos alguns momentos para lá de especiais, em que as competidoras demonstraram força, espírito de equipe, graça, competência, habilidade, determinação. E esses momentos foram mais do que especiais porque elas JOGARAM FEITO MULHERES!

1. Representatividade feminina no futebolJá é 2016, mas algumas pessoas insistem em dizer que futebol não é esporte de menina, que é feio ver mulheres jogando bola, que não combina. Curioso é que a maioria desses comentários é feita por homens. Enquanto a Seleção Brasileira Masculina de Futebol tem muito marketing, mas pouco brilho em equipe, a Seleção Brasileira Feminina de Futebol, apesar de dar show, ainda sofre com a falta de investimento, patrocínio e confiança. Apesar de o time estar arrasando nas Olimpíadas, a Confederação Brasileira de Futebol não cumpriu a promessa de assinar a carteira de trabalho das jogadoras, que seguem também sem ganhar benefícios. As circunstâncias, apesar de ruins, provam que lugar de mulher não é só onde ela quiser, mas também fazendo o que bem entender, por amor e engolindo muito sapo. Que o reconhecimento das meninas do futebol brasileiro continue após as Olimpíadas, pois elas merecem.

2. Um encanto de 1,33m de alturaFlávia Saraiva pode ser pequena no tamanho, mas é grande em competência, autoestima e determinação. Aos 16 anos de idade, a ginasta foi aplaudida de pé após seu desempenho na trave, durante o último domingo, 7. Flavinha aprendeu a usar a sua pequena estatura, que poderia ser um problema para muitas garotas, a seu favor. “Eu vi que eu era pequenininha e era bom pra mim, porque conseguia fazer ginástica bem(…) E Deus me fez assim, então eu tenho que ser feliz assim”, afirmou a gigante durante uma entrevista dada antes dos Jogos Olímpicos. Xodó da torcida, a ginasta ganhou até uma matéria especial feita pela Revista Elle britânica, que se encantou pela brasileira.

3. Who run the world? Beca![youtube https://www.youtube.com/watch?v=GtUAYi74O9M%5DOutra ginasta que vem atraindo olhares é a Rebeca Andrade, de 17 anos, que, por incrível que pareça, ainda está se recuperando de uma lesão no joelho direito. A jovem arrasou no solo ao se apresentar ao som de Beyocé, sua cantora favorita. Em quarto lugar, Rebeca foi a brasileira melhor classificada na competição desse último domingo, 7. “Ela é uma diva, né? Aí eu me senti uma diva no solo também. Fico muito feliz de poder representá-la”, afirmou em entrevista após a apresentação. Na verdade, a Bey é que deve ter ficado feliz em ter sido representada por você. Porque nós ficamos – e muito!

4. Nadando contra a correnteNos Jogos Olímpicos, uma boa classificação e medalhas são importantes. Mas o espírito de equipe e o poder proporcionado pelo esporte vão além! Veja, por exemplo, a história de Yusra Mardini, que aos 18 anos participa pela primeira vez das Olimpíadas, pelo time de refugiados do COI, após, literalmente, escapar da guerra síria nadando. A nadadora está fora das finais do nado borboleta, mas deixou marcas muito mais importantes: a de que o mundo precisa ser um lugar mais tolerante e a de que esportes mudam vidas. Obrigada, Yusra!

5. Trabalhando em equipeEm sua estreia contra o time de Camarões, a Seleção Brasileira Feminina de Vôlei venceu por 3 X 0. A partida foi fácil e boa para as meninas entrarem no clima e mostrarem serviço. Entretanto, o momento mais bonito aconteceu após o jogo e não envolveu saques, defesas ou ataques. Fãs do time brasileiro, as camaronesas interagiram com as jogadoras ao final da partida e até ganharam uma aula de samba de Adenízia da Silva, jogadora que atua como meio. Esse momento lindo de união e confraternização você confere no vídeo abaixo.

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6. As últimas, mas as primeiras[youtube https://www.youtube.com/watch?v=yAwDEdldvfg%5DTambém é importante lembrar que, apesar de terem perdido para o Brasil e de não terem um time forte e com estrelas, essa é a primeira vez que a Seleção Feminina de Vôlei de Camarões disputa uma olimpíada. Cada uma dessas atletas merece ser aplaudida de pé!

7. Sororidade em CopacabanaÁgatha e Bárbara estavam nervosas com a estreia em plena Praia de Copacabana, contra a República Checa, no último sábado, 6. O nervosismo, porém, foi transformado em gás e, com a ajuda da plateia animada, as jogadores de vôlei de praia levaram a melhor. As brasileiras seguem invictas na competição, após terem vencido as argentinas na manhã desta segunda-feira, 8. Para vencer na modalidade é preciso confiar na parceira, respeitar os limites e o espaço da outra, jogar junto. Ágatha e Bárbara têm talento de sobra e sororidade também; e é exatamente isso que está levando as meninas para o infinito e além!

8. A força de Rosane ReisFoto: Clayton de Souza/Estadão/Nopp
O Brasil pode não estar liderando o quadro de medalhas, mas alguns dos principais recordes do país estão sendo quebrados por mulheres. A halterofilista Rosane Reis ficou na quinta colocação na disputa de até 53Kg, ao conquistar a marca de 193Kg, sendo 90Kg de arranco e 103Kg de arremesso. Esta é até hoje a melhor posição da história do levantamento de peso brasileiro dentre todos os competidores. É do Brasil e é das mulheres!

9. Um esporte em ascensãoO rúgbi, no Brasil, não é popular. Além disso, como acontece no futebol, muitos acreditam que o esporte é masculino. Ou seja, nessa história toda, as mulheres só saem perdendo, o que deveria prejudicar a atuação delas nos Jogos Olímpicos. Contudo, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, a Seleção Feminina de Rúgbi conseguiu a primeira vitória brasileira da história do esporte, vencendo o Japão por 26 a 10. Apesar do marco histórico, o time não chegou às quartas de finais. Mas um passo de cada vez, não é mesmo?

10. Não tem idade para brilharOksana Chusovitina, do Uzbequistão, já participou de sete Olimpíadas e promete encerrar a sua carreira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Aos 41 anos, Chusovitina é a competidora mais velha da ginástica artística e surpreende a todos com a sua força de vontade. No pódio, somos todas iguais, com 40 ou 16 anos. Você só precisa ir lá e fazer o seu melhor“, afirmou em entrevista ao ESPN. A veterana, inclusive, já precisou aceitar a proposta de um time alemão pois, na época, estava sem condições de arcar com o tratamento do filho, Alisher, diagnosticado com leucemia. “É minha maior inspiração”, emociona-se ao falar do garoto, hoje, recuperado. Exemplo de atleta, de mãe, de esposa, de mulher.

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11. Garotas recordistasKatie Ledecky foi mais uma mulher que superou expectativas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Aos 19 anos, a americana quebrou o recorde mundial dos 400m livre de natação e conquistou a medalha de ouro! A nadadora já tem 12 recordes ganhados ao longo da carreira. Ela também é a primeira pessoa a vencer campeonatos mundiais de 200, 400, 800, e 1.500m livre. E olha que ela já ouviu que não era boa em competições… Só dá elas!

12. Encontranfo forças no esporteA judoca Yolande Mabika também faz parte do time de refugiados do COI, assim como a nadadora síria Yusra Mardini. Natural da República Democrática do Congo, a atleta, que mora atualmente no Rio de Janeiro, foi separada dos pais quando criança e encontrou no esporte forças para continuar. “O judô nunca me deu dinheiro, mas fortaleceu meu coração. Fui separada da minha família e chorava muito(…) No meu país há muito sofrimento, muitas pessoas chorando. Há muita violência, pessoas sendo mortas”, contou em entrevista para o site oficial das Olimpíadas. Atualmente, a judoca vive do esporte e é um exemplo de superação para as mulheres de todo o mundo, principalmente para as refugiadas, que são constantemente esquecidas. “Minha mensagem é de que não desistam, acreditem e tenham fé no coração”.

13. A primeira medalha de ouroO primeiro ouro do Brasil foi conquistado, nesta segunda-feira, 8, por quem? Rafaela Silva, judoca e mulher. A esportista cresceu no bairro de Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e encontrou no judô um meio de não seguir os mesmos passos de muitos colegas. “Vimos amigos morrendo, seguindo o caminho das drogas. Meu pai não queria isso para a gente e ele sempre incentivava a gente a fazer alguma coisa. E como eu gostava muito de lutar e de bater na rua, eu escolhi o judô”, contou a carioca em entrevista para o jornal O Globo. É ouro, Rafa! É do Brasil! E é das “minas”!

14. Histórias de superaçãoFoto: Flávio Florido/UOL
Rosângela Santos é representante do atletismo feminino brasileiro e, aos 25 anos, tem um nome consagrado dentro do esporte. Mas nem sempre foi assim. No começo da carreira, a esportista recebia roupas e dinheiro da treinadora e das atletas mais experientes, pois não tinha condições de comprar vestimentas próprias para os treinos, como conta a jornalista Patrícia Zaidan, da ClaúdiaSer mulher é superar não só os obstáculos da vida, mas os obstáculos dentro do esporte por… Ser mulher.

15. Nossa camisa 10Um nome: Marta Vieira da Silva. Nascida em Dois Riachos, Alagoas, Marta, quando criança, foi proibida de jogar em um time de meninos, pois eles levavam dribles da já craque e ficavam sentidos. Há! A jogadora chegou a passar fome, enfrentou discriminação por ser mulher e querer jogar futebol e, hoje, está aí, sendo a camisa 10 do nosso Brasil, fazendo história, sendo eleita como a melhor do mundo por cinco vezes. Sobre as comparações com o menino Neymar, a jogadora, bastante humilde, faz questão de deixar claro que é contra. Marta é Marta. Neymar é Neymar. E ainda bem, não?

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Esta matéria é dedicada a todas as atletas olímpicas, citadas ou não neste texto. Formamos 45% dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os homens ainda são a maioria, mas estamos representando D-E-M-A-I-S! Parabéns, mulheres! Essas Olimpíadas são nossas! 

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