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Faça moda!

Se você não sabe aonde uma Faculdade de Moda pode te levar, leia nosso guia e tire suas dúvidas!

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2016, 23h52 - Publicado em 17 dez 2015, 19h15

Se você quer fazer moda porque sempre se vestiu diferente, porque sempre gostou de comprar roupas ou porque sempre sonhou em ver celebridades sentadas na primeira fila, pense de novo. O mercado da moda está longe de ser feito só de glamour. Pelo contrário, é feito de muito trabalho duro. A ralação começa logo na faculdade:

– dura de 2 a 4 anos, dependendo do curso;

– tem provas tão tradicionais quanto as de quem está sentado nas faculdades de medicina ou de direito;

– além de aulas de desenho e história da moda, também tem disciplinas obrigatórias de antropologia, tecnologia têxtil e ergonomia (para você entender o formato do corpo e fazer roupas mais confortáveis);

-deve sempre vir acompanhada de um bom estágio, no qual você vai ralarainda mais.

E se você ainda não mudou de idéia,vamos às boas notícias . Ao contrário do que acontecia há uns 10 anos, hoje moda é um mercado de 25 bilhões de dólares por ano só no Brasil -isso é mais do que o setor automobilístico fatura! Por aqui, a indústria da moda emprega mais de 1,5 milhão de pessoas. Somos o quarto maior produtor do mundo em peças de roupa (só atrás da China, dos Estados Unidos e da Índia).

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Agora, com munição para convencer seus pais de que você não escolheu uma profissão sem futuro e sabendo queo diploma não é umpassaporte certo para o mundo das celebridades, vamos conhecer as áreas de atuação. Existem pelo menos 8 diferentes.Escolha a sua!

1 – Estilismo

O que faz: cria roupas. É a profissão que costuma estar na cabeça de quem diz “vou fazer moda”. Como trabalham na criação, estilistas têm mais espaço para se expressar e acabam ganhando aura de artistas.

Onde atua: alguns têm capital para investir em uma marca própria, com total liberdade para fazer o que querem. Mas muitos trabalham para grandes marcas ou até grandes magazines (como Renner ou C&A). Uma dica é ficar atenta às grifes de moda jovem, como Ellus, Triton, Forum e Cavalera, que sempre abrem vagas para novos estilistas.

Precisa: muita criatividade, saber desenhar, conhecer profundamente modelagem e tecidos (caimento, peso, propriedades), estar sempre ligada nas tendências.

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Conselho do profissional: “Tem que praticar muito e estar sempre antenada com as coisas que acontecem no mundo. Quanto antes você começar a trabalhar, melhor”, diz Valdemar Iódice, 54 anos, estilista da marca Iódice.

2 – Modelismo

O que faz: transforma o desenho da estilista (chamado de croqui) numa peça tridimensional de papel que vai virar a primeira peça de roupa, chamada modelo-piloto. Tem quem acumule as funções de estilista e modelista e não só desenha como cria a sua coleção.

Onde atua: dentro dos ateliês de criação das marcas. É uma profissão de bastidores, sem nada de glamour.

Precisa: entender de tecidos, caimentos, acabamentos, costura, além de dominar matemática e geometria.

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Conselho do profissional: “Tem que treinar muito em casa. Cortar, cortar, cortar. A prática é o que leva à perfeição”, diz Rita Comparato, modelista e estilista da marca Neon.

3 – Stylist e produtora de moda

O que faz: a stylist é quem cria o conceito visual para editoriais de moda, desfiles, campanhas ou até de celebridades (nesse caso, é chamada de personal stylist). Ela trabalha diretamente com a produtora de moda, que é quem vai atrás das peças e monta os looks.

Onde atua: em geral, são autônomos, ou seja, não têm emprego fixo e trabalham para várias marcas e veículos. Se você está começando, uma boa dica é ser assistente de alguém com um nome legal no mercado.

Precisa: a stylist tem que ser criativa e superligada em tendências. Já a produtora tem que ser ágil e cuidadosa: as peças são emprestadas e precisam voltar inteiras.

Conselho do profissional: “Paciência, pois você leva tempo para construir seu nome no mercado. Depois que acontece, vale muito a pena”, diz Lara Gerin, 31 anos, stylist e figurinista.

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4 – Jornalismo de moda

O que faz: opina sobre as coleções dos estilistas, além de dar dicas de moda em sites, revistas ou jornais. Critica os desfiles e explica as tendências que rolam no mundo.

Onde atua: em veículos de comunicação, em geral.

Precisa: escrever bem, dominar o inglês (afinal, o mercado de moda é muito maior lá fora), estar ligada no que acontece no mundo e saber se comunicar com o seu leitor (não dá para usar termos técnicos demais se você escrever para um leitor não especializado, por exemplo).

Conselho do profissional: “Estude, estude, estude. Quanto mais conhecimento de moda você tiver, mais ferramentas você vai ter para trabalhar como jornalista da área”, diz Maria Prata, 27 anos, editora de moda da revista Vogue.

5 – Figurinista

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O que faz: monta o estilo de personagens para novelas, filmes e peças de teatro. Também trabalha com publicidade e programas de tevê.

Onde atua: nos bastidores das filmagens de filmes, novelas, peças ou comerciais.

Precisa: conhecer muito bem a história da moda (não dá para compor um personagem conservador do século 18 e colocá-la usando saia acima do joelho), entender as proporções do corpo para saber valorizar o ator.

Conselho do profissional: “É estagiando que você consegue mostrar seu trabalho e conquistar espaço no mercado”, diz Juliana Maia, 31 anos, figurinista da MTV.

6 – Gerência de produto

O que faz: escolhe quais peças vão ser produzidas em larga escala ou compradas (no caso de uma magazine) e acompanha a escolha de etiquetas e embalagens. A principal obrigação é saber o que vai vender bem, ou seja, o que vai agradar ao público.

Onde atua: na equipe interna de grandes redes de lojas.

Precisa: estar muito antenada com o que acontece no mundo (tanto no mundo fashion quanto no dia-a-dia), ser líder, dinâmica, organizada, ler muito, saber coordenar bem uma equipe e cobrar resultados.

Conselho do profissional: “Acho que ter identificação com o trabalho é importantíssimo. Tem que gostar muito e estudar muito o seu produto. Se tornar uma expert nele. Pesquisar e ler muito. E ser extremamente observadora”, diz Mônica Bannwart, 32 anos, gerente de produto e marketing dos relógios Guess.

7 – Marketing de moda

O que faz: é responsável pela imagem que a marca carrega. Para isso, elabora estratégias de vendas e ações para consolidar a “cara” daquela marca. Esse profissional tem que saber, por exemplo, que uma marca clássica não deve patrocinar um evento de música eletrônica. Mas se uma marca clássica quiser mudar de público e investir em compradores mais jovens, o responsável pelo marketing é quem deve pensar em estratégias que façam as pessoas associarem o nome da marca a algo mais descolado (como patrocinar um evento de música eletrônica).

Onde atua: grandes marcas investem pesado no departamento de marketing. E marcas menores contratam a consultoria desses profissionais.

Precisa: saber se relacionar com outras pessoas, já que costuma trabalhar em equipe, estar antenada no mercado, principalmente na concorrência. Ser muito criativa para trazer cada vez mais idéias para seu cliente.

Conselho do profissional: “Busque estágio ou trabalho em empresas que lhe ofereçam mais que remuneração, que lhe ofereçam oportunidade de crescimento e conhecimento profissional”, diz Juliana Bueno, 26 anos, coordenadora de marketing da Ellus.

8 – Desenvolvimento de coleções

O que faz: é responsável por organizar e determinar a quantidade de peças, as opções de tamanhos e os modelos que vão existir na coleção de uma marca. Trabalha com o estilista, mas não está envolvido na criação.

Onde atua: as grandes magazines costumam ter um profissional desses contratado. Mas marcas menores só usam esse serviço no momento de lançar a coleção.

Precisa: ser dinâmica e organizada. É bom que esteja atenta às tendências de moda, mas com o pé no chão: importa o que faz sucesso na rua, não na passarela.

Conselho do profissional: “Ficar atenta aos veículos que falam de moda, mas observar principalmente o que acontece nas ruas, o que as pessoas estão usando, o que pegou”, diz João Foltran, 35 anos, que já desenvolveu jeans para marcas como Carmim, Daslu, Cantão e Animale, Hoje desenvolve peças para sua marca, a John, John Jeans.

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