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A volta do Scracho: ‘Nada vale mais que o momento presente’

Depois de quase 2 anos longe dos palcos, banda carioca esgotou ingressos em SP e RJ em 24h e criticou o uso descriminado de celulares em shows.

Por Isabella Otto Atualizado em 4 dez 2017, 18h57 - Publicado em 4 dez 2017, 18h08

Em 2007, a banda Scracho foi apresentada ao mundo com “A Grande Bola Azul”, seu primeiro álbum. Entre os sucessos, Divina Comédia, que fez parte da trilha sonora de Malhação em 2008, e Morena, um dos principais hits do grupo até hoje. Junto com a galera do Forfun, Diego Miranda, Caio Corrêa, Dedé Teicher e Gabriel Leal dominaram as rádios e alcançaram milhões de visualizações no YouTube, em uma época em que o que essencialmente bombava na plataforma era clipe. O tempo passou, os integrantes foram seguindo seus respectivos caminhos e os shows foram ficando cada vez mais raros. Até que o Scracho virou um trio e Diego, Caio e Dedé resolveram parar. Fazia uns dois anos que eles não tocavam oficialmente juntos quando anunciaram dois shows comemorativos em homenagem ao primeiro CD, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em menos de 48h, todos os ingressos já tinham sido vendidos!

Caio, Dedé e Diego durante os ensaios pré-show. Flash Filmes/Estúdio Playground/Reprodução

“O sold out foi muito impactante pra gente. Em 24h, já haviam feito o pedido de todos os ingressos. Isso mexeu com todos nós”, revelou caio durante entrevista exclusiva a CAPRICHO nos bastidores do show que rolou no último domingo, 3, no Carioca Club, em Pinheiros, São Paulo. A apresentação foi nostálgica e, nas redes sociais, fãs agradecerem a banda por voltarem a ser adolescentes. A repórter Isa Otto também voltou para a época em que shippava os personagens de Caio Castro e Sophie Charlotte em Malhação. Mesmo depois de tantos anos, Divina Comédia e Morena ainda são as canções mais ovacionadas.

“Essa é uma das maiores belezas da música. A gente decidiu parar, mas a música fica”, celebra a baterista Dedé, que estava ansiosa pelo breve retorno. Na plateia, além dos fãs nostálgicos, também era possível encontrar adolescentes que estavam vendo o Scracho ao vivo pela primeira vez. “Tem também o fenômeno do irmão mais novo, sabe?”, afirma Diego, que acha que muita gente mais jovem conheceu a banda através de irmãos ou primos mais velhos.

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MUITO OBRIGADO SP!

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Mas se em 10 anos pouca coisa mudou, como as composições da banda que continuam fazendo total sentido hoje, muita coisa se transformou. Como a interação do público nas apresentações ao vivo. Teve coro? Teve. Teve bate cabeça? Teve. Mas teve também muitos celulares filmando e gravando Stories. Antes de tocar o sucesso O Carnaval, do álbum “Boto Fé”, Caio fez um pedido: “deixem o celular de lado e cantem comigo”. No avião, durante a ponte aérea, o músico escreveu um poema em que critica não só o uso desenfreado de aparelhos eletrônicos em shows como o conteúdo que atualmente faz sucesso em plataformas como o YouTube. “A gente estava com uma equipe de filmagem hoje. Por que você vai filmar o show? Vai ficar péssimo”, lamentou. Dedé concordou com o parceiro e ainda deu sua visão sobre o assunto delicado: “tem gente que vive em um ritmo em que isso realmente te tira do tempo presente. E isso não é legal. Eu entendo que é legal filmar um momento específico, mas o que eu não entendo é a galera querer filmar o show todo“.

A banda carioca, que cantou sucessos de seus outros álbuns, não descarta a realização de novos shows comemorativos no futuro, que pode ser distante ou breve, mas também não confirma a possibilidade: “nada vale mais que o momento presente”. Nos resta então torcer e comemorar a música, essa linda que é universal e atemporal. “Passou, como tudo passa. E algo em tudo que passa, fica (…) Se pacifica”…

Ainda não conhecia o Scracho? A Isa Otto indica suas canções favoritas do álbum “A Grande Bola Azul”:

1. Divina Comédia
2. Então Vai
3. Dois Sorrisos e Meia Palavra
4. Universo Paralelo
5. Você Mudou

 

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