Robson Conceição: “É preciso incentivar os jovens a treinar boxe”
Rio 2016: Robson Conceição conta como foi ganhar a primeira medalha olímpica do Brasil no boxe
De infância pobre, em Salvador, para o ouro olímpico. Assim foi a trajetória do pugilista Robson Conceição, que na infância ajudava a avó na feira e estudava até chegar a um projeto social, aos 13 anos, onde encontrou o boxe. “Eu tive uma infância difícil. Acordava cedo, ajudava a montar a barraca da minha avó na feira e depois ainda caminhava para a escola. Nada foi fácil para mim. Lutei muito para chegar até aqui. E fui recompensando com essa medalha de ouro. Fico muito orgulhoso de representar o meu país”, afirmou à CAPRICHO.
RINGUE DA VIDA
Briguento quando criança, Robson procurou a modalidade para canalizar a sua agressividade para o esporte. E deu certo. Depois de muitos anos de treinos, campeonatos, títulos e três olimpíadas, ele chegou ao lugar mais alto do pódio e não se cansa de dizer que o boxe mudou a sua vida. “Talvez se eu não tivesse praticado boxe, eu não saberia te dizer o que seria de mim hoje. A violência está demais e o esporte mudou a minha vida completamente“, contou o boxeador, que ainda brincou: “como um bom baiano gosta de briga, eu não sou diferente. Por isso, lutei até o final e venci”.
VALE OURO
Assim que foi anunciada a vitória no Pavilhão do Riocentro, local das disputas do boxe na Rio 2016, Robson Conceição não se conteve de tanta emoção e fala que no momento em que teve o seu braço erguido, ao cair no chão, ele lembrou de tudo o que passou. “A primeira coisa que veio na minha cabeça foi a minha infância humilde. Minha mãe nunca deixou faltar o pão de cada dia em minha casa. É muita felicidade ganhar um ouro olímpico, ainda mais para uma pessoa com a minha história”, contou o atleta.
É CAMPEÃO!
Feliz da vida com sua medalha no peito, o atleta espera que a conquista do ouro venha incentivar ainda mais o boxe no país, principalmente na sua Bahia. “Estou vivendo um sonho. Um sonho do qual não quero acordar jamais. Hoje, eu sou um campeão olímpico. Fiz história e sou o primeiro boxeador brasileiro a ganhar uma medalha de ouro numa Olimpíada. Através dessa medalha, eu gostaria que a Bahia tivesse maior visibilidade no cenário nacional. Existem milhares de boxeadores excelentes por lá, mas que não são vistos. Precisamos de mais projetos sociais, como o que eu frequentei, para incentivar os jovens a praticar mais o boxe e formar mais atletas“, resumiu.
BOM DE GARFO
Com saudade de sua Bahia, Robson conta que assim que chegar a Salvador irá comer bastante. “Eu não tenho problema com o peso. Posso comer de tudo. Durante os Jogos Olímpicos tive uma alimentação saudável, leve, e isso fez uma grande diferença. Mas assim que chegar à Bahia, quero comer uma bela feijoada e uma moqueca”, contou aos risos.