Por que o caso Eloá voltou a ser assunto nas redes sociais?
Relatos das vítimas, debates éticos sobre o jornalismo e o trabalho da polícia foram alguns dos assuntos revisitados
documentário Caso Eloá: Refém Ao Vivo, lançado pela Netflix nesta quarta-feira (12), tem dado o que falar nas redes sociais. Após 17 anos, a produção retorna para Santo André, em São Paulo, para reconstruir os cinco dias do sequestro da jovem Eloá Cristina Pimentel, que foi morta pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes.
A partir dos relatos da família e dos amigos da menina, de profissionais que participaram das negociações e noticiaram os fatos, além materiais de acervo jornalístico da época, a obra tem feito o público revisitar a história e debater sobre inúmeras controvérsias que cercaram o caso.
“A gente assinou uma TV extra para não parar de acompanhar o caso, porque nessa emissora passava 24 horas”, relembrou Grazieli Oliveira, amiga de Eloá. “Era basicamente isso, um reality show”, completa Douglas Pimentel, irmão mais novo da jovem, que era amigo do assassino e ajudou a polícia durante as negociações.
não tem como assistir o documentário do caso eloa e não sentir uma revolta e tristeza, primeiro que ela foi vítima de machismo, segundo que ela foi vítima de vários erros policiais, terceiro que a imprensa romantizou o caso dela e por último teve a vida perdida pic.twitter.com/ySeGFPAYLR
— ᴍᴀᴛʜᴇᴜs 🇮🇹 (@mat__andrade) November 12, 2025
Entre as principais críticas, sempre estiveram questionamentos sobre a existência de um plano de ação da polícia para lidar com a situação, mas também debates éticos sobre a ampla cobertura feita pela imprensa — que entrevistou o sequestrador ao vivo, antecipou planos da polícia e, segundo os entrevistados do documentário, também sustentou a narrativa de um “homem bom” em surto passional.
“A audiência queria ver aquilo, quando se colocava qualquer matéria que cobria o caso incessantemente, a audiência respondia”, relata Fabio Diamante, repórter do SBT que cobriu o caso.
O sequestro de Eloá e seus amigos de escola começou no dia 13 de outubro de 2008, quando Lindemberg, então com 22 anos, invadiu o apartamento da família Pimentel. Ele não aceitava o término do namoro com a garota de 15 anos e fez sua ex-namorada e mais três amigos como reféns.
Rapidamente, o caso Eloá — como ficou conhecido — ganhou repercussão nacional e internacional. A comoção foi tamanha que muitas pessoas de reuniram em frente ao conjunto do habitacional na região metropolitana de São Paulo, enquanto outras acompanhavam os desdobramentos pela televisão, em mais de 100 horas de cobertura transmitidas como um reality show.
“Nossas estratégias táticas estavam todas comprometidas pela insistência da mídia com a exposição daquela ocorrência”, afirmou o Sargento Mário Magalhães Neto, policial militar que integrou o esquema policial.
Os meninos foram liberados nas primeiras horas do sequestro, mas Eloá e sua melhor amiga, Nayara Rodrigues da Silva, continuaram sob o controle de Lindemberg. Após mais de 100 horas de negociação, o caso terminou na tarde de 17 de outubro de 2008, quando o GATE — Grupo De Ações Táticas Especiais — invadiu o apartamento após ouvir um suposto disparo.
Durante a ação, os policiais entraram em luta corporal com o criminoso, mas ele conseguiu atirar contra os reféns. Nayara saiu andando, com ferimento no rosto, enquanto Eloá foi carregada pelos policiais e morreu poucas horas depois, vítima de morte cerebral.
“A nossa presença em um caso como esse não atrapalha. Quando a polícia começa a dizer isso, ela também tá perdendo o controle e aí é muito mais fácil colocar os problemas para fora da sua casa. Eles conseguem afastar a imprensa”, opinou Diamante.
Além das críticas à atuação da polícia e da mídia, o público nas redes sociais também tem debatido a normalização do relacionamento entre Eloá, que começou a namorar Lindemberg aos 12 anos, e ele, que na época tinha 19.
fiquei exatamente assim assistindo o caso da eloa na netflix pqp que mídia filha da puta é policiais JUMENTOS pic.twitter.com/MZfN4vAKNk
— b (@stillgtme) November 12, 2025
Assisti o caso Eloá na Netfkix, e a conclusão que chego é:
Essa menina foi vítima de todos os lados.
Do assassino maldito
Da família
Do Estado
Dos policias e com certeza absoluta, da mídia.Eloá morreu por diversas vezes. pic.twitter.com/olSxwIPJ0V
— Driko (@DrikoGomez) November 12, 2025
O novo documentário da Netflix sobre Eloá Pimentel traz de volta uma pergunta que ficou no silêncio: por que deixaram uma menina de 12 anos se envolver com um homem de 19?
E por que isso nunca foi realmente questionado? https://t.co/cMX9sPabKD pic.twitter.com/5j1dU6qVqr
— CULTURA POP (@CulturaPop_Now) November 12, 2025
O caso da Eloá é uma grande prova de como a sociedade se importa mais com a vida do homem do que da mulher. E ele ta aí, vivo, tendo a pena reduzida por bom comportamento. E ela nunca mais vai voltar.
— Tai (@heyoutai2) November 12, 2025
O documentário do caso Eloá é um ótimo trabalho, não acrescenta nada novo ao caso, mas sabe fazer te deixar novamente indignado, te faz emocionar e mostra os verdadeiros culpados além do Lindenberg e que ninguém pensou em proteger Eloá.
— Phelipe (@Cyberlipet) November 13, 2025
Em 2012, Lindemberg foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparos de arma de fogo. No ano seguinte, ele teve sua pena reduzida para 39 anos e três meses. Atualmente, aos 39 anos, ele cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo.
O documentário Caso Eloá: Refém Ao Vivo já está disponível na Netflix.
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