Justin Timberlake era zoado na escola e até chegou a apanhar
Hoje ele é o maior astro da música pop atual, mas, na adolescência, sofreu com zoações por causa do seu cabelo e da sua voz. Nessa entrevista, Justin Timberlake também conta para a CAPRICHO que não vive sem o carinho da mamãe e que tem problema na hora de conquistar uma garota.
Na sua vida, você já se sentiu isolado?
Sim, quando era garoto, eu me sentia assim. Eu não gostava muito de escola.
Mas você era um bom aluno?
Sim, eu era muito bom aluno, mas ficava entediado. Não achava a escola um lugar incrível.
Qual foi a pior coisa que te aconteceu na adolescência?
A pior? Assim você me leva de volta a um passado sombrio. Fui linchado quando tinha 13 anos porque eu era branco. A cidade de Memphis, no Tennessee, é… (pausa) Não acredito que estamos falando sobre isso! Foi tão rápido, eu apanhei e fiquei com um inchaço na cabeça e um olho roxo. E eles me quebraram algumas costelas também. Garotos podem ser cruéis.
Essa experiência te afetou muito?
Bem, por um tempo, sim. Foi difícil acreditar que a minha cabeça poderia ficar maior do que já era. (risos) Mas um acontecimento como esse faz você se fortalecer. A parte mais dura foi tentar entender por que aquilo tinha acontecido. Não consegui porque não era como eles, aquele não era o meu jeito de ver a vida.
Mesmo famoso, você se sente deslocado?
Acho que todo mundo já passou por isso. Às vezes, eu me sinto como um macaco no zoológico e, outras vezes, o cara mais normal do mundo.
Mas a fama faz parte da sua carreira…
Sim, mas não escolhi ser um macaco no zoológico. Não é justo afirmar isso.
Não é o preço que se paga pelo sucesso?
Olha, eu não acho justo dizer que, só porque eu virei artista, tenho que pagar um preço. Se bem que essa invasão da mídia não me assusta mais do que o aquecimento global. Isso, sim, me preocupa mais do que alguém me perseguindo com uma câmera. Para mim, fama não é real. Minha família é real, meus amigos são reais. Eu gosto mesmo é de jogar golfe e passear com os meus dois cachorros. Eu realmente tenho uma vida incrível, mas que foi conquistada com muito trabalho.
Mesmo com o todo assédio, você está feliz com a vida que leva?
Sim, estou num momento incrível. Minha carreira é importante, mas valorizo também a família. Pela primeira vez, eu consegui parar um pouco para aproveitar o que conquistei com meu trabalho.
Alguma garota já te disse não?
Eu tenho muita sorte com as garotas. Acho que todos nós temos.
O que você procura em um relacionamento?
Bem, melhor deixar isso pra lá. Depois vai rolar a maior polêmica em torno do que eu falar. As pessoas adoram formar uma imagem sobre mim. Não quero dar a elas a chance de me definirem como apenas uma coisa. E, infelizmente, é isso que acontece.
Você fazia sucesso com as garotas na escola?
Não dá para dizer que eu fazia sucesso. Tinha meus altos e baixos. Na escola, todo garoto é meio estranho. O engraçado é que os defeitos da época de escola acabam virando as qualidades que te fazem único depois.
E você era zoado por quê?
Era zoado por causa do meu cabelo e da minha voz. Eu era o estranho da turma porque sabia cantar.
Você já pensava em cantar nessa época?
Sim, eu sempre sonhei com isso.
Você está investindo no cinema agora. Do que gosta mais: cantar, fazer show ou atuar?
São coisas completamente diferentes. Não me faça escolher. Eu adoro me apresentar ao vivo, não há nada igual. Assim como é incrível participar de um filme. E nada se compara ao estúdio. Acho ótimo fazer as 3 coisas. Na verdade, elas inspiram umas as outras.
Você mandou muito bem em Black Snake Moan…
Tudo o que eu fiz foi chorar naquele filme. (risos) Eu sou um ótimo bebê chorão, obrigado! (risos)
E o que você acha da sua carreira de ator?
Eu acho que fazer esses fi lmes foi uma bênção para mim. E, pensando bem, acabo de lembrar que eu chorei em Alpha Dog também. Eu choro em todo filme que faço. E Shrek, uau, aquilo foi uma loucura!
Como sua carreira no cinema emplacou?
Isso é um mistério. (risos) E eu não peguei um monte de roteiros que chegaram para mim. Como estava participando do Saturday Night Live (programa de humor americano), recebia muitos convites para fazer comédia ou comédia romântica. Mas não era o que eu queria. Se eu topasse, ia parecer que eu desejava apenas ganhar dinheiro com esses filmes. Seria como se eu estivesse aproveitando a minha fama para fazer cinema. Ao topar projetos como Alpha Dog, posso mostrar para as pessoas que consigo interpretar um personagem. Acho que passei a impressão de que posso fazer um trabalho sério.
Você não toparia fazer uma comédia romântica?
Eu não fugiria desse tipo de filme. Se fizer sentido e for o projeto certo, por que não? Eu quero experimentar tudo, drama, comédia. Se você tem a chance de experimentar, tem que aproveitar.
O que faz você rir?
Coisas engraçadas.
Como?
Borat. E, quer saber mais? Os meus cachorros! Eles são hilários, uns bebezões. As caras deles são tristes. Parece que eles bateram muito forte com a cara na parede.
E como é que eles chamam?
Isso é tão bom! Posso ficar horas falando sobre eles! Buckles é meu garoto. Eu não sei se você conhece Jeff Buckley, o nome dele veio daí (Jeff é um cantor, morto em 1997). É um dos meus cantores favoritos. E a garota, o nome dela é Brennon. Na minha opinião, é um nome de menino, mas Rachel, minha prima e assistente, que escolheu. São dois boxers.
Você sempre fala da sua mãe nas entrevistas. O que ela tem de especial?
Sabe, ela é uma mulher incrível. Ela abriu mão de muitas coisas para que eu tivesse o que tenho hoje. Eu sei que muitas mães fazem isso por seus filhos, mas ela viajou pelo mundo comigo por um ano e meio.
Legal que você veja as coisas dessa maneira.
Isso é incrível na minha mãe. Desde a época em que eu era garoto, sou filho único, ela sempre me tratou como um amigo e nunca como criança, como se eu fosse menos. Toda vez que eu errava, nós conversávamos sobre o assunto. Ela é uma das pessoas mais para cima que eu conheço e uma das mais gastadoras também. Mas até isso eu gosto nela.
Foi ela que percebeu seu talento?
Sim, ela reconheceu, mas nunca forçou a barra. Era eu quem dizia que queria fazer aulas de canto porque queria cantar direito. Eu queria conhecer música. Lembro quando ela me disse que, seu eu quisesse mesmo ser cantor, ela pagaria as aulas, mas eu teria que levar a história a sério. Eu acho que essa foi a lição mais importante de todas.
Você queria ter irmãos?
Sim. Mas eu e a Rachel somos como irmãos. Eu puxo o cabelo dela a toda hora. E ela é mais velha do que eu. Mas acho que sou mais independente por ser filho único.
É difícil ter uma assistente que é amiga?
Não, contanto que ela faça o que eu mandar. (risos) Brincadeira. Na verdade, é mais fácil para mim. Eu não sou o tipo de artista que faz muitas exigências, não fico pedindo um monte de coisas para meus assistentes.
E o que você diria para os artistas da sua geração que estão totalmente fora dos trilhos, se envolvendo em escândalos?
Eu não vou responder isso e te digo o motivo: não posso comentar a vida de ninguém porque eu não conheço a história inteira. É como pedir para fazer um comentário sobre a guerra! Eu não estou lá. Não sei como é ter pessoas me fotografando o dia inteiro. Não sei de quem você está falando, mas acho que quem enfrenta esse tipo de assédio é muito corajoso. É tudo que eu posso dizer.
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