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Evangeline Lilly, a Vespa, alfineta a DC: “eles se levam muito a sério”

Homem-Formiga e a Vespa, o novo filme da Marvel, chega aos cinemas nesta quinta-feira (5)

Por Mariane Morisawa, de Los Angeles 5 jul 2018, 18h23

Você não vai ouvir Evangeline Lilly reclamar de vestir o uniforme de super-heroína em Homem-Formiga e a Vespa. “Foi transformador. Achei que podia fazer super super super coisas”, disse a atriz em entrevista à CAPRICHO, em Los Angeles.

O filme faz história: é o primeiro da Marvel a ter uma super-heroína no título. Desta vez, Scott Lang (Paul Rudd), o Homem-Formiga, está em prisão domiciliar depois de ter se envolvido na batalha em Capitão América: Guerra Civil. Enquanto isso, a Vespa, ou Hope Van Dyne, está a todo vapor em seu papel de salvadora do mundo. Mas precisa da ajuda de Scott para tentar resgatar sua mãe, Janet (Michelle Pfeiffer), desaparecida há anos depois de ficar subatômica. Em nossa conversa, Evangeline falou sobre feminismo, emoções e até física quântica!

CH: Como foi voltar ao universo Marvel?

EVANGELINE: Estava morrendo de vontade de voltar. Queria colocar aquele uniforme de novo! E amei tanto o primeiro filme que nem me dei conta de que estava nele. Se tivesse que escolher uma marca para me associar, com certeza seria a Marvel.

CH: Por quê?

EVANGELINE: Sou nerd. Sempre fui solitária. Gosto de física quântica, gente! Sempre amei insetos. Cresci em Alberta, no Canadá, que tem verões muito quentes, então havia muitas lagartas. Uma parede na minha escola, pintada de creme, ficava preta de tantas lagartas. Eu encostava na parede, as deixava subir em mim e saía assustando as meninas. Quando me falaram que eu ia ser a Vespa, eu amei! Fora que eu amo rir e o Homem-Formiga é muito engraçado. Sem querer ofender a DC, mas eles se levam muito a sério! Eu gosto desse lado da Marvel de dizer: “é um bando de homem de meia-calça”! Eles se permitem quebrar a tensão.

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Homem-Formiga e a Vespa serão parceiros numa missão neste filme Ben Rothstein/Marvel

CH: Como está se sentindo em ser a primeira heroína num título de filme da Marvel?

EVANGELINE: Me sinto emocionada, honrada, abençoada… E sinto responsabilidade também, né? Espero tornar a personagem bacana e empoderadora.

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CH: Do que você mais gosta na Vespa?

EVANGELINE: Gosto que ela é uma cientista hiperinteligente. Sei que, se ela estiver numa luta, vai pensar como cientista. Ela vai dissecar a situação e encontrar a maneira mais eficiente de fazer aquilo. Quando ela encontra a vilã, a aborda com uma curiosidade científica e objetiva.

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Hope van Dyne e seu pai, Hank Pym, tentam resgatar Janet do Reino Quântico Ben Rothstein/Marvel

CH: E seu interesse em física quântica, de onde veio?

EVANGELINE: Começou com aquele documentário Quem Somos Nós?. Sempre tive uma mente científica e uma fé apaixonada, mas casar essas duas coisas é complicado. O filme derruba os muros que dividem ciência e fé, porque a ciência veio da fé – os primeiros cientistas queriam descobrir Deus, explicar Deus. Durante minha quase toda minha vida ou você tinha mente científica ou era uma pessoa de fé. E a física quântica joga isso pela janela e diz que é possível porque tudo é cinético, nada é sólido, tudo está em mais de um lugar ao mesmo tempo.

CH: O uniforme das super-heroínas sempre é objeto de discussão. Você pôde dar opinião no look da Vespa?

EVANGELINE: Sim. Não influenciei muito no design, feito pelo Andy Park, mas trabalhei junto com ele por seis meses para que o uniforme ficasse perfeito. Pensei muito se queria parecer uma “mulher normal” ou uma “fantasia”. E acabei pendendo mais para a fantasia, porque acho que recorremos ao mundo dos super-heróis quando sentimos necessidade de fantasia. Se quisermos realidade, procuramos outra coisa. Então decidi que seria uma versão melhorada de mim mesma, sabe? Eu depois dos esteroides. (risos)

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Evangeline Lilly é Hope van Dyne em Homem-Formiga e a Vespa Ben Rothstein/Marvel

CH: Muita gente não leva a sério filmes de super-heróis. O que diria para essas pessoas?

EVANGELINE: Acho que os filmes de super-heróis oferecem uma bússola interna. Eles dão esperança, aumentam a coragem, são bons para o moral. E, no momento atual, precisamos de tudo o que puder levantar nosso moral.

CH: Acredita, então, que um filme como este possa ser uma inspiração?

EVANGELINE: Sim. Sempre quis ter um impacto positivo no mundo. Fico me questionando se deveria estar fazendo protestos, batendo na porta dos senadores, ajudando os pobres… Mas também acho que o que fazemos em Hollywood tem um profundo impacto em como a sociedade pensa, então fazer parte de um filme que nos faz pensar em unidade, amor, paz, aceitação e doação tem um impacto. Veja o que Pantera Negra representou, abrindo espaço para os negros de todo o mundo. As minorias – e as garotas – não ouviram desde cedo que podiam ocupar tanto espaço quanto possível. É uma luta diária reprogramar-se e dizer: “tenho direito de ocupar esse espaço”. Acho que vivemos uma época linda.

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