Hypólito: “A vida é assim: a gente cai, levanta, batalha e vence”

O ginasta contou à CAPRICHO como foi superar as dificuldades passadas e receber a medalha de prata nessa Olimpíada

Por Márcio Gomes Atualizado em 1 nov 2024, 13h18 - Publicado em 20 ago 2016, 16h29

Uma história de superação. Foi dessa forma que Diego Hypólito trilhou a sua trajetória para chegar à tão sonhada medalha na Olimpíada do Rio. Após as quedas em Pequim e Londres, o ginasta deu a volta por cima e saiu do solo brasileiro com a sua medalha de prata no peito. Emocionado com o resultado e toda sua história, ele conta à CAPRICHO que já pensa em nos jogos de Tóquio 2020.

CH: Depois de duas Olimpíadas sem medalha, você conquistou a prata no solo, no Rio. Como é subir no pódio em casa?

DIEGO HYPOLITO: É uma satisfação imensa. É um trabalho que venho desenvolvendo por muito tempo. Todo o apoio que eu recebi me motivou a conquistar essa medalha de prata. Uma vitória em casa, cercado por essa torcida maravilhosa e com toda a minha família ao meu lado, foi inesquecível. 

CH: Após as quedas nas duas últimas edições das Olimpíadas, você pensou em largar o esporte?

DIEGO: Depois das minhas quedas no solo em Pequim e em Londres, eu recebi muito incentivo das pessoas. Muita gente me deu força para eu não abandonar o esporte. Me disseram que eu chegaria lá e conquistaria uma medalha. Mantive esse foco na minha cabeça para de não abandonar tudo. Foram treinos exaustivos, com muita dor, mas persisti e consegui conquistar a medalha, que vai estar sempre comigo.

CH: O que você estava pensando no momento em que fez a apresentação vitoriosa no solo?

DIEGO: Veio um filme na minha cabeça, com as quedas de Pequim e Londres. Eu me concentrei porque não queria que acontecesse um erro de novo. Parecia uma história de vida passando em poucos segundos.

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CH: Qual é o aprendizado que fica após passar por isso tudo?

DIEGO: De que a vida é assim, a gente cai, levanta, luta, batalha por um sonho e dá para vencer.Nos momentos complicados da ginástica, eu me lembrava das dificuldades enfrentadas no começo da carreira, da minha família humilde, com meus pais fazendo de tudo por mim e pela minha irmã (a também ginasta Daniele Hypólito). Então, acho que foi tudo muito merecido.

CH: Você fala em dificuldades enfrentadas na vida…

DIEGO: Nossa, foram muitas. Em alguns momentos eu não tinha dinheiro para pagar a passagem e ir treinar. Sem falar que em casa, às vezes, não tinha nem o que comer direito. O meu pai vendia livros ilustrativos no sinal e isso me marcou. Eu pensava: quero crescer como atleta para dar uma vida melhor para eles.

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CH: Foi difícil esquecer os fracassos em Pequim e em Londres?

DIEGO: Eu fiquei quatro anos pensando naquela queda de Pequim. Dormia e acordava e pensava naquele dia. Nunca me conformei. Em Londres, eu caí com a cara no tablado. Foi duro demais. Por mais que uma queda não seja o fim do mundo, na minha cabeça ficava a imagem. E foi bem difícil superar esses dois traumas na minha carreira. Por isso, eu falo que a felicidade de vencer, de ganhar uma medalha, é de todos, porque são muitas pessoas envolvidas nesse processo: meu psicólogo, meu treinador, o nutricionista, a família, a torcida, os amigos…

CH: Todos torceram muito por você. De onde vem esse seu carisma?

DIEGO: Não acho que seja carisma, mas acredito que as pessoas entendem que sou uma pessoa normal, que não se deslumbra com nada. Acho que elas notam que a minha vida é igual a de todo mundo que torceu por mim.

CH: Já pensa nas Olimpíadas de Tóquio?

DIEGO: Claro! Eu provei para mim que poderia estar aqui na Rio 2016. Quero continuar representando bem a seleção brasileira e batalhar por outra medalha.

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