Continua após publicidade

Varíola dos macacos pode mudar de nome; entenda o porquê

Cientistas da Organização Mundial da Saúde pedem alteração do nome da doença causada por um ortopoxvírus

Por Isabella Otto Atualizado em 15 jun 2022, 09h21 - Publicado em 15 jun 2022, 09h20
Uma mão com luvas azul segura uma placa sinalizando a varíola dos macacos; tem um macaquinho desenhado nela, que é amarela
DBenitostock/Getty Images

Até o momento, são dois casos da varíola dos macacos confirmados no Brasil. No Reino Unidos, 470. Há casos também no Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália. Apesar do cenário, nenhuma morte foi registrada fora da África, onde o monkeypox virus é considerado endêmico.

Por ser o maior surto da epidemia fora do continente africano já registrado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estuda se vai classificar ou não a doença como uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”, como aconteceu com o Ebola e a Covid-19, por exemplo.

A epidemia de varíola dos macacos é incomum e preocupante(…) Por isso, decidi convocar o comitê de emergência ligado a regulações internacionais de saúde na próxima semana para decidir se ela representa de fato uma emergência de saúde pública de interesse internacional”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, durante coletiva.

É importante entender que a organização só declara um estado de emergência quando o evento é extraordinário, ou seja, quando “constitui risco à saúde pública para outros Estados por meio da disseminação internacional de doenças”, exigindo então uma resposta global coordenada.

Continua após a publicidade

Mais de 30 cientistas da World Health Organization, conhecida popularmmente pela sigla WHO, também pedem que que o nome da doença seja alterado, pois alegam que o atual é discriminatório e estigmatizante. A denominação hMPXV foi sugerida.

Para eles, o nome só contribui para que haja referências discriminatórias com relação ao epicentro da doença, a África, e reproduzação de fake news relacionadas ao primata, como quando ocorreu durante o surto de febre amarela, em que alguns macacos foram encontrados mortos por ação humana – o que só causa um desequilibro na fauna e flora, e não impacta no número de casos de zoonoses silvestres.

A WHO, ou Organização Mundial da Saúde, que faz parte das Nações Unidas, vai participar da reunião convocada pela OMS para decidir se o surto atual da varíola, que raramente contamina humanos e tem baixa taxa de mortalidade, precisa ser classificado como emergência internacional de saúde ou não.

Publicidade