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Thalita Rodrigues joga tênis com apenas um braço: ‘eu sabia que não ia ser fácil’

Thalita nasceu sem o antebraço e chegou ao quinto lugar no ranking da Confederação Brasileira de Tênis.

Por Giselle Hirata 22 abr 2015, 14h03
O pai, o avô e o tio de Thalita Rodrigues, 21 anos, são professores de tênis. Com 8 anos, ela já estava na quadra acompanhando a família, e foi assim que ela se apaixonou pelo esporte. Além da paixão, o tênis também era um grande desafio. Para jogar, Thalita teria que superar um limite: ela nasceu sem o antebraço esquerdo.
 
Durante a gravidez, a mãe da menina teve rubéola e a doença acabou afetando a sua gestação. “Eu cresci fazendo tudo com a mão direita”, conta. “Eu sabia que não ia ser fácil, mas eu queria muito competir e superar meus limites.” Ter só uma das mãos não impediu Thalita de pegar uma raquete e treinar pesado. “Enquanto meu pai dava aula, eu ia para o paredão e ficava rebatendo a bola por diversão”. Não demorou muito para notarem que, além de dedicação, a garota tinha talento para a coisa. 
 
 
Thalita começou a treinar com o pai e lembra que o começo foi complicado. “Tivemos que adaptar alguns movimentos, como o saque”, explica. “Todo mundo lança a bola com uma mão e rebate com a outra. Eu tive que aprender a lançar a bola com a própria raquete.” Logo vieram os campeonatos e, com 12 anos, ela já estava entre os dez melhores jogadores da sua idade no ranking da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). “Quando comecei a competir, as pessoas achavam estranho eu estar ali. Alguns até pensavam que eu não jogava nada, sabe?” 
 
Mesmo sem patrocínio e sem preparador físico, ela continuou na quadra. E, graças a sua determinação, conseguiu apoiadores. “Alguns amigos acreditam tanto em mim que me ajudam com as despesas dos torneios”, conta a atleta. Outro admirador é o tenista Gustavo Kuerten, o Guga. “Minha equipe e eu já ficamos na casa dele durante um torneio. Ele até me viu jogar e me elogiou!”
 
A menina, que tem movimentos rápidos e precisos, já conquistou mais de 50 troféus em torneios nacionais e internacionais. Ela é quinta colocada no ranking do tênis juvenil brasileiro! Thalita deixou recentemente a categoria infanto-juvenil para competir profissionalmente. Ela também quer conseguir uma vaga em equipes universitárias dos EUA para treinar e melhorar o seu desempenho. “Estou enviando vídeos e esperando ser aceita em alguma faculdade. Quem sabe até a Olimpíada, em 2016, eu esteja pronta para disputar o tênis pelo Brasil, né?”
 
Estamos torcendo, Thá!