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Por que Bolsonaro mandou tirar do ar o tal comercial do Banco do Brasil?

A resposta é mais inacreditável do que se imagina...

Por Isabella Otto Atualizado em 8 jul 2020, 11h43 - Publicado em 26 abr 2019, 12h27

No último dia 14, um comercial do Banco do Brasil destinado ao público jovem, inclusive com a presença do criador de conteúdo Cellbit, foi retirado do ar depois de uma solicitação de Jair Bolsonaro. A propaganda estava sendo vinculada desde o início de abril, mas só agora chegou ao conhecimento do presidente. Destinada a novos investidores, ela chama a atenção pela representatividade, com uma diversidade racial e sexual pulsante.

Será que dá para culpar um banco por obedecer uma ordem vinda do Presidente da República? Reprodução/Reprodução

Parece, contudo, que Bolsonaro se sentiu ofendido com a presença de jovens de cabelo colorido, negros, que fogem da heteronormatividade e, consequentemente, do ideal de “família tradicional brasileira” – aliás, esse expressão deveria ser banida de vez, mas ainda é válida para retratar um determinado padrão. O presidente, então, entrou em contato com Rubens Novaes, presidente do Banco do Brasil, e mandou retirar a campanha do ar. O ato, consequentemente, culminou na demissão do diretor de marketing do banco, Delano Valentim, que, segundo Novaes, concordou com a decisão.

Ok. Mas por que Jair Messias Bolsonaro vetou a propaganda? A resposta é: não se sabe. Como assim? Quando procurada, a assessoria do presidente disse que não se pronunciaria sobre o caso. Até o momento, nem o próprio presidente, que adora se manifestar via Twitter, deu uma explicação. Para muitos, isso configura censura. O mínimo que se espera de uma pessoa, principalmente uma que ocupa o cargo máximo de poder numa democracia, é que ela explique os motivos de tomar suas decisões. Há quem garanta que a presença de negros e jovens “descolados” tenha irritado o político.

Outros, contudo, acham que é perigoso afirmar isso. Um homem chamado Italo Goulart, que tem um canal no YouTube com quase 60 mil seguidores, deu a seguinte declaração: “creio eu que Bolsonaro viu o tamanho do investimento que seria feito nessa campanha e simplesmente decidiu que ‘não, não vamos fazer'”. Entretanto, não é difícil quebrar esse argumento, já que o comercial estava pronto e no ar desde o começo de abril – e, aparentemente, não incomodando ninguém nem causando fuzuê na internet.

“O que tem de errado na propaganda do BB?” é o que as pessoas estão se perguntando. Até agora estamos tentando entender… Confira algumas imagens da publicidade:

Reprodução/Reprodução

Essa não é a primeira vez que o governo Bolsonaro veta campanhas com as quais não concorda desde que assumiu o poder. Nas outras vezes, pelo menos, algum tipo de esclarecimento foi dado, mesmo que este estivesse cheio de equívocos que seriam evitados com o simples “Google”.

Censura: substantivo feminino; ação de controlar qualquer tipo de informação, geralmente através de repressão à imprensa; restrição, alteração ou proibição imposta às obras que são submetidas a um exame oficial, sendo este definido por preceitos morais, religiosos ou políticos.

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