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Pela primeira vez, Vale é condenada pela tragédia de Brumadinho

Mineradora terá que pagar por danos provocados ao meio ambiente pelo rompimento da barragem.

Por Amanda Oliveira Atualizado em 10 jul 2019, 19h20 - Publicado em 10 jul 2019, 15h44

Nesta terça-feira (9/7), a mineradora Vale foi condenada pela primeira vez pela Justiça Estadual de Minas Gerais pela tragédia de Brumadinho (MG). O desastre aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019, quando a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, causando a morte de 248 pessoas, o desaparecimento de 22 moradores e fazendo outras dezenas de famílias perderem tudo. Essa tragédia, contudo, já havia acontecido anteriormente, em 2015, com o rompimento da barragem de Mariana.

picture alliance/Getty Images

É claro que não há como reparar a perda das pessoas que foram vítimas e a dor de quem perdeu familiares ou amigos queridos na tragédia. Por outro lado, a empresa conseguirá reparar os danos provocados no meio ambiente local e regional, que nunca se recuperou. Além disso, a atividade econômica que era exercida na região também foi afetada.

Elton Pupo Nogueira, juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias, anunciou a condenação sem informar os valores que devem ser pagos pela Vale. A Justiça ainda mantém o bloqueio de 11 bilhões de reais da mineradora para garantir o financiamento das reparações, sendo que parte desse valor já está sendo usado para gastos que o estado vem tendo, como a contratação de assessoria técnica e o trabalho de busca pelos desaparecidos. Na semana passada, dois novos corpos foram encontrados.

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Em comunicado, a Vale afirmou que a Justiça reconheceu a cooperação da mineradora em todas as ações ajuizadoras e disse que “reafirma seu compromisso total com a reparação de forma célere e justa dos danos causados às famílias, à infraestrutura das comunidades e ao meio ambiente”.

A condenação representa uma vitória na busca por justiça, mas é preciso reforçar que a tragédia de Mariana ainda não teve um grande desfecho…

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