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Os perigos do FaceApp: aplicativo rouba dados e é investigado até pelo FBI

Saiba também como pedir para o aplicativo remover todos os seus dados do sistema

Por Isabella Otto Atualizado em 15 jun 2020, 20h10 - Publicado em 15 jun 2020, 12h57
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CAPRICHO/Divulgação

O tédio causado pela quarentena resultou no retorno de um aplicativo que fez bastante sucesso em 2019, o FaceApp. Ele, além de ser um editor de imagens, tem algumas ferramentas que permite que o usuário troque de gênero e envelheça, por exemplo. É só entrar em qualquer rede social, em especial, no Instagram, para ver que uma quantidade assustadora de pessoas se rendeu aos encantos do App, que traz riscos não tão encantadores assim.

A jornalista Gabriela Prioli também testou o App em casa @gabrielaprioli/Reprodução

Luiz Augusto D’Urso, advogado e professor especialista em Direito Digital e Cibercrimes, alerta que o aplicativo está envolvido em vários escândalos pelo mundo sobre obtenção indevida de dados pessoais dentro dele. “Quando você instala, utiliza e aceita seus termos de uso, autoriza esse App a coletar e utilizar muita informação sigilosa e pessoal, como sua foto, analisar seus dados de navegação, colher diversas informações do seu celular, dentre outras cláusulas extremamente abusivas. O FBI investiga tal aplicativo e o próprio PROCON já notificou o App no final do ano passado. Não voltem a utilizá-lo”, alerta o especialista.

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Mas a questão é que já voltamos, certo? (risos nervosos) Calma, existe uma maneira de pedir que o aplicativo remova seus dados do seu sistema. Quem ensinou a fazer isso foi o próprio fundador do FaceApp, Yaroslav Goncharov, em 2019, para o site TechCrunch. Se estiver inseguro, basta entrar na aba de “Configurações” do aplicativo, clicar em “Suporte”, selecionar “Reportar erros e enviar logs” e fazer sua solicitação, de preferência, em inglês, como ensinamos a seguir:

Reprodução/Reprodução

Valer alertar que o criador do App disse que a empresa não compartilha os dados com terceiros, coletando-os para uso pessoal e de marketing, como muitas outras companhias fazem. Contudo, o FaceApp virou caso de FBI após Chuck Schumer, líder dos democratas no Senado, enviar um e-mail para o Departamento Federal de Investigação em 2019 perguntando se o aplicativo era seguro. A resposta foi que “qualquer aplicativo desenvolvido na Rússia é uma ameaça de contrainteligência em potencial”. É claro que tal questão é muito pautada na disputa política entre os EUA e a Rússia – e no medo que os norte-americanos têm de terem dados que possam favorecer o governo de Putin interceptados pelos russos -, mas fica o alerta.

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Por ora, apesar das polêmicas, o que aparentemente o aplicativo faz é o que muitos outros fazem: colhe dados pessoais dos usuários. E o que isso significa na prática? Bom, há desde os Apps conhecidos como “espiões”, que podem repassar suas informações a terceiros assim que instalados, até aqueles que, menos perigosos, roubam dados através de permissões invasivas e internas que damos a eles (como quando autorizamos que tenham acesso à câmera do celular, por exemplo), mas sem compartilhá-los com terceiros. Neste caso, as informações servem para beneficiar o aplicativo e as pessoas por trás dele, que podem lucrar com o levantamento.

Na dúvida, é melhor não usar. Se tiver se rendido à brincadeira e usado, não se desespere e envie um e-mail para o suporte do aplicativo para que seus dados sejam apagados do sistema o quanto antes. Pode ser um processo demorado, mas que vale a iniciativa.

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