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Já tomou hoje? Veja 11 curiosidades e fatos inusitados sobre o banho

Sabia que o banho é um hábito de higiene que já deu muito o que falar? E não apenas porque a Viih Tubos costumar dar um miguézinho nele em rede nacional...

Por Isabella Otto 15 abr 2021, 13h01

Tem quem ame, tem quem não faça muita questão, mas uma coisa é certa: todo mundo já deu um migué no banho. Uns dão mais do que outros, é verdade, mas confessa, vai?! Brincadeiras à parte, o banho é essencial para a vida humana e deveria ser um direito de todos. Difícil imaginar que ainda hoje mais da metade da população mundial não tem acesso ao saneamento básico… E a História é repleta de fatos controversos sobre o banho, sabia? Abaixo, selecionamos dez curiosidades para você se distrair, aprender e pensar duas vezes antes de dizer não ao privilégio que é tomar um banho bem gostosinho.

1. Antigamente, era durante o banho que as pessoas tinham reuniões e batiam papo

Sabe aquele grupo que você tem no WhatsApp só com suas melhores amigas? Eventualmente, vocês marcam de se encontrar ao vivo para fofocar, certo? Imagina que, se vocês morassem na Grécia de 1.700 a.C., esse bate-papo aconteceria durante o banho! Pois é, foram os gregos que deram início à prática dos banhos públicos no Ocidente, que se estendeu mais tarde para toda a Europa. Inclusive, era de bom tom que toda a festa luxuosa em palácios oferecesse uma sessão de banho coletivo para os convidados. A água era sinal de prestígio. Não à toa, esportes aquáticos, como a natação, significavam status social.

Imagem mostrando as termas romanas de Bath, na Inglaterra
As Termas Romanas de Bath, localizadas no interior da Inglaterra, são até hoje um importante destino turístico histórico e mostra como eram esses antigos e coletivos balneários de banho Joe Daniel Price/Getty Images

2. Foram os egípcios que “inventaram” o conceito atual de banho

Hoje, o banho é uma atividade individual que muita gente encara como uma espécie de ritual: aquele momento em que podemos relaxar, sentir a água quente tocar a pele, passar uns sais de banho… E se isso acontece, agradeça aos povos do Antigo Egito! Por volta de 3.000 a.C., foram registrados os primeiros banhos individuais da História. Os mais privilegiados chegavam a tomar três por dia e eles não eram simplesmente uma questão de higiene. Os banhos eram ritualísticos e sempre dedicados a deuses. Uma coisa meio que para purificar a alma mesmo.

Escravos dando banho em seu senhor na época do Antigo Egito
Escravos dando banho em seu senhor na época do Antigo Egito; o banho era um ritual sagrado e sempre dedicado a alguma divindade Wikimedia Commons/Reprodução

3. Não há banheiros originais no Palácio de Versalhes

Ao visitar o Palácio de Versalhes, na França, é possível reparar que não há banheiros na disposição original do castelo, tendo os cômodos sido construídos mais tarde, quando o local abriu para o turismo. Isso porque a higiene no século XVII era precária e as pessoas faziam suas necessidades aonde quer que fosse – mas dando sempre prioridade para a área externa, no caso, para os tão icônicos jardins do palácio. Naquela época, tomava-se em média um banho por ano, e nesse intervalo de tempo as pessoas se limpavam com panos umedecidos. Por exemplo, o próprio Luís XIV, que morou na residência de 1682 a 1789, fazia sua higiene pessoal com paninhos molhados com água, álcool ou até mesmo saliva.

Imagem que mostra como era o vaso sanitário da rainha Maria Antonieta, no Palácio de Versalhes
Em uma época em que chuveiros não existiam, assim era o vaso sanitário da Marie Antoinette, rainha da França, no Palácio de Versalhes The History Chicks/Reprodução

4. Até o século XIV, acreditava-se que tomar banho fazia mal para a saúde

A ideia, difundida inclusive por médicos, era a de que a água dilatava os poros do corpo, tornando assim a pessoa mais suscetível a doenças, que poderiam penetrar esses poros abertos. Muitos ainda defendiam que muito banho fazia a saúde escapar pelos poros. Não é preciso nem dizer que a falta de higiene e saneamento básico foram dois grandes motivos para a pandemia de peste bubônica, popularmente conhecida como peste negra, que assolou a Europa no século XIV, dizimando pelo menos 1/3 da população local. Causada por uma bactéria que se aloja em pulgas de ratos infectados, a doença causa problemas respiratórios, febre, erupções cutâneas e manchas pretas na pele, e é transmitida entre humanos através de secreções contaminadas. Na época, percebeu-se que os judeus eram os que menos estavam sendo acometidos pela peste. Muitos chegaram a ser perseguidos e mortos pela Inquisição, acusados de bruxaria. Mais tarde, entendeu-se que, na realidade, o que estava protegendo o povo era o fato de ele seguir duas simples recomendações religiosas: a de lavar as mãos antes das refeições e a de tomar banho ao menos uma vez por semana.

Obra
A obra “O Triunfo da Morte”, de 1562, por Pieter Bruegel, que retrata o caos durante a peste bubônica Museo Nacional del Prado/Wikimedia/Reprodução

5. O primeiro sabonete surgiu há 600 anos a.C.

Criado pelos fenícios, ele era feito de uma mistura de gordura vegetal fervida, água e cinzas de madeira. Apesar de servir para higienizar o corpo, não era lá muito agradável. Um sabonete mais ou menos aos moldes de hoje nasceu no século VII, depois de os árabes inventarem o processo de saponificação, que nada mais é que o processo de fabricação de sabão a partir da hidrólise básica de lipídios.

6. Você pode não morrer por falta de banho, mas a falta dele te torna mais suscetível a doenças

O cheiro forte que seu corpo exalaria pela privação do banho não seria nem de longe o pior dos seus problemas. Afinal, mesmo os outros não se acostumando com ele, você ficaria imune ao cheiro após um tempo. Agora, a falta de banho pode causar problemas gravíssimos de pele e infecções, como a Hepatite A, doenças causadas por fungos, excesso de acne e manchas marrons pelo corpo, além de a falta de higiene pessoal ser um prato cheio para epidemias e pandemias. Segundos especialistas, em entrevista para o UOL, uma pessoa consegue ficar sem se lavar por até quatro ou cinco dias sem comprometer a saúde.

Imagem mostrando três diferentes tipos de buchas de banho: duas coloridas e nada ecológicas, e uma vegetal e sustentável
Se ainda assim quiser uma bucha de banho, prefira o modelo da direita, que é vegetal e ecológico, diferente dos modelos coloridos da esquerda, não ecológicos e que viram microplásticos na natureza Divulgação/Divulgação

7. Contudo, tomar banho demais também faz mais

Sabia que o povo brasileiro é o que mais toma banho no mundo? Tem gente que toma banho todo dia para acordar, depois toma outro após fazer atividades físicas e ainda toma um banhinho quente antes de dormir, para relaxar. O pior: usando sabonete em todas essas situações. Que cilada! De acordo com a Dra. Aleksana Viana, especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, tomar mais de dois banhos por dia é prejudicial à saúde. Se precisar tomar mais de um, utilize sabonete em apenas um deles, combinado?

8. Existe, sim, um jeito correto de tomar banho

O combo do banho perfeito une uma ducha de cinco minutos, apenas sabonete (sem esponja) e uma água quase fria. Passar muito sabonete e esfregar a pele em demasia com buchas são atos que destroem o manto lipídico, que protegem a pele, a mantem hidratada e regulam seu pH, impedindo a passagens de vírus e bactérias para nosso organismo. Banhos quentes também acabam destruindo esse manto protetor, te presenteando com uma pele extremamente seca e nada saudável. Ah! Depois do banho é sempre aconselhável hidratar a pele, ok?

9. O iraniano Amou Haji é a pessoa que está há mais tempo no mundo sem tomar banho 

São 67 anos longe do chuveiro, senhoras e senhores! Hoje com 87 anos, Haji decidiu viver uma vida provinciana e, convencido de que tomar banho era prejudicial à saúde, resolveu largar mão do hábito de higiene. Apesar disso, ele mantem o corpo hidratado tomando cerca de 5L de água por dia. Amou vive em Dejgah, uma vila localizada na zona rural da província de Kermanshah, no Irã. O local tem pouco mais de 90 habitantes.

11. Algumas pessoas têm alergia à água

Extremamente rara, a urticária aquagênica é uma doença popularmente conhecida como alergia à água. Nesses casos, é indicado que o paciente tome apenas um ou dois banhos rápidos por semana, de cerca de um minuto cada, sempre fazendo uso de algum antialérgico indicado pelo médico, se necessário. Pessoas com o diagnóstico também precisam evitar fazer exercícios físicos muito intensos e tomar muito Sol, pois o suor pode desencadear a alergia, além de sempre tomar líquidos utilizando um canudinho (de inox, de preferência).

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