Família diferente: “Tenho duas mães e sou superfeliz”
Já faz um tempo que a família deixou de ser sinônimo de pai e mãe morando juntos. Hoje, tem até menina que mora com duas mães!
Segundo a última pesquisa do IBGE, o número de divórcios só aumenta no Brasil (de 2005 para 2006, ele cresceu quase 10%). Ou seja, há cada vez mais meninas que são filhas de pais que não estão mais juntos. E que podem se casar novamente e ter filhos com outras pessoas.
Também há muita menina que mora sozinha ou com outro familiar, tipo uma tia ou avó, porque os pais se separaram. A verdade é que, atualmente, existem tantos novos jeitos de se formar a boa e velha família que nem os especialistas encontram nomes para todos os tipos de parentes que surgem dia após dia.
Se a sua família não é a tradicional, saiba que isso é totalmente normal. E que tem muita garota que vive a mesma situação que você.
“Tenho duas mães e sou superfeliz”
“As pessoas fazem muito drama quando imaginam a vida de um filho de pais gays. Para mim, sempre foi normal ter duas mães, mas admito que sou discreta. Tenho certo medo de como as pessoas vão lidar com o fato de eu ter uma família assim. Quando faço uma nova amizade, espero o momento certo de contar sobre ela. Na minha família, uma mãe sempre brigou e cobrou mais, enquanto a outra tinha mais paciência. Nunca senti falta de ter um pai.”
Deborah Lemos, 18 anos
“Eu e minha mãe somos as Gilmore Girls”
“Minha mãe é minha melhor amiga. Ela se separou do meu pai quando estava grávida e eu nunca tive muito contato com ele. Ou seja, minha mãe também é meu pai. Já brigamos muito quando eu era menor, mas isso não rola mais.
Continua após a publicidadeEu tenho muito orgulho da minha mãe e quero ser como ela quando crescer: uma mulher de opinião e atitude, boa profissional e que sabe ser divertida. Logo vamos sair juntas para a balada!”
Isadora Pereira Campos, 14 anos
“Minha família é uma confusão!”
“Meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos e eu fui morar com meus avós. Anos depois, meu pai conheceu a Ana, minha madrasta. Em 2006, eu e meus irmãos mudamos para a casa do meu pai, onde já morava o Gabriel, filho da Ana.
Além disso, tem a caçulinha Rebecca, 3 anos, que é filha dos dois. Como eu já conhecia o Gabriel, nos demos bem logo de cara. A Ana é como se fosse minha mãe, está sempre por perto e me ajuda.”
Fernanda Maravalhas, 16 anos
“Quis morar com o meu pai”
“Quando meus pais se separaram, me mudei para Vitória com minha mãe, mas não me adaptei. Preferi viver com meu pai em Brasília. Morando com ele, estou aprendendo a ser mais responsável. Fico mais tempo sozinha em casa e tenho que me virar. Às vezes, tenho que lembrá-lo de me levar ao médico. O mais difícil é comprar roupas! Como ele não tem paciência, vou ao shopping com minhas amigas.”
Rebecca Albuquerque, 18 anos
“Meus pais de verdade são meus avós”
“Eu não tinha nem 1 ano quando meus pais se separaram e eu e a minha mãe fomos para a casa dos meus avós. Depois de 14 anos, meus pais resolveram se casar novamente e eu tentei morar com eles, mas não rolou. Acabei voltando para casa dos meus avós e foi a melhor decisão que tomei.
Às vezes, a diferença de idade atrapalha: minha avó não deixa meu namorado entrar no quarto. Ela assume que é quadrada, e eu entendo que as coisas não eram assim no tempo dela.”
Rayssa Galvão, 18 anos
Como lidar com uma família diferente?
1. Esclareça todas as questões
Combine com seus pais quem deve ser consultado na hora de ir a uma balada. O pai? O padrasto? O que sua madrasta decidir está valendo? Assim, você não se complica e evita rolos até entre eles.
2. Tenha calma
Pode ser que seus amigos achem a sua família estranha. Quando se sentir segura, convide-os para ir à sua casa. Ao ver que sua rotina é como a deles, as neuras da sua turma vão acabar.
3. Seja tolerante
Se a tia com quem você mora não sabe o que é iPod ou orkut, explique o que são essas coisas. Isso só vai aproximá-las.
4. Converse sempre
Para você, pode ser normal não ter hora para jantar, mas o seu padrasto pode curtir comer num determinado horário. Com di��logo, não há como não chegar a uma solução que seja boa para todos.
5. Seja amável
Não grite com seu meio-irmão porque ele não tampou a pasta de dente. Um pedido educado será mais bem recebido, acredite.
6. Respeite seus meio parentes
Você não precisa gostar de sua madrasta como se fosse sua mãe. Mas saiba que, se mora com ela, é preciso tratá-la bem. E faça a sua parte para evitar atritos: se vai sair, avise aonde vai e a que horas vai voltar. Afinal, de certa forma, sua madrasta é responsável por você também.