Como montar um feed saudável em meio à cultura da magreza extrema

Construir um repertório digital leve ajuda a reduzir gatilhos, fortalecer a autoestima e transformar sua relação com o corpo nas redes

Por Juliana Morales 6 dez 2025, 13h00
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m movimento crescente tem chamado a atenção atualmente: a “volta” do culto à magreza extrema. Em aspas porque o padrão de corpo ideal continuou sendo o magro para muitas pessoas – mas o body positive e a celebração de todos os corpos ganhou, sim, bastante espaço nos últimos anos.

Acontece que, agora, nos deparamos com vários indícios de que estamos retrocedendo nesse aspecto e que a cultura da magreza voltou a ganhar força – e isso é muito preocupante. O uso indevido de medicamentos para emagrecer, a obsessão pelo wellness pensando apenas no físico, e a falta de representatividade e, claro, o sucesso das canetas emagrecedoras são exemplos bem atuais que provam isso.

Toda essa ideia de que a magreza extrema é normal e o “certo” é disseminada largamente nas redes sociais. Muitas vezes, por perfis e criadores de conteúdos que você gosta de acompanhar e admira. Estamos tão acostumados a rolar o feed ou assistir stories que parece atividades tão inofensivas, mas vale lembrar que nosso cérebro está colhendo informações, pegando referências e moldando comportamentos enquanto isso.

É importante lembrar também que quando falamos de adolescentes ou de jovens adultas, o cérebro ainda está em formação, especialmente nas áreas ligadas à identidade, comparação social e regulação emocional. Isso deixa a nossa galera mais vulnerável e influenciável a discursos visuais e simbólicos, como os que circulam sobre o corpo e aparência.

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Por isso, leitor(a) da CAPRICHO, reforçamos que é muito importante que você tenha acesso a exemplos de outras garotas e mulheres que se relacionam com o corpo e com os próprios limites. Afinal, não é difícil cair na pressão e se comparar constantemente com quem seguimos nas redes sociais. Ter como referência pessoas muitos distantes das nossas realidades ou que pregam um padrão inalcançável pode só gerar mais ansiedade e tristeza. E isso pode trazer uma série de problemas, principalmente para a saúde mental.

Em entrevista anterior à CH sobre o tema, a nutricionista Marina Cardoso reforçou a necessidade de construir um repertório virtual mais saudável, “evitando perfis que reforçam magreza extrema e priorizando conteúdos que ampliem a percepção de corpo, saúde e bem-estar”. “Isso não resolve tudo, mas reduz bastante o impacto”, defende.

Mas como criar esse repertório virtual mais saudável?

Primeiro, vale olhar para quem você já segue e se questionar:

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  • O que eu sinto quando vejo o conteúdo dessa pessoa?
  • Essa pessoa me desperta ansiedade ou tristeza?
  • O que ela me entrega de bom e o que me acrescenta?

Se você perceber que fica se comparando frequentemente com essa pessoa e não se sente bem com o conteúdo, talvez o unfollow seja uma boa opção. Depois vale buscar perfis de corpos diversos e que tragam uma visão acolhedora e positiva sobre o tema para começar a seguir e incorporar no seu feed.

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