CH entrevista Mila: “No momento em que eu me amo, sou dona da minha vida”
A apresentadora, cantora e compositora fala sobre suas inspirações e dá conselhos para você buscar o seu próprio empoderamento
“Ser mulher é ter que se provar mil vezes mais, né? Quem é mulher, sabe“, diz a cantora Mila quando questionada se já passou por alguma dificuldade na música envolvendo questões de gênero. A dona do hit Tudo Ok, que soma mais de 206 milhões de visualizações no YouTube, explica que já aconteceram mudanças no setor e que existem grandes representantes dessa transformação, mas que o machismo ainda se faz presente. “Acredito que que a gente já avançou bastante nessa luta, então, por isso, precisamos continuar juntas, unidas e ocupando cada vez mais espaço de relevância”, completa. Um dos seus novos projetos está ligado exatamente a essa questão: apoiar outras mulheres!
À frente do programa semanal HERvolution, na RedeTV!, Mila debate questões sobre o universo feminino, trazendo histórias de empoderamento, igualdade e diversidade. “Damos oportunidades para jovens meninas do mundo da música que estão iniciando suas carreiras. Grande parte delas vem da periferia, é minoria ou atua em gêneros musicais que ainda são predominantemente ocupados por homens, como é o caso do trap e do rap”, conta.
As mulheres sempre foram inspiração na sua trajetória: a avó, “uma mulher guerreira, batalhadora, forte e admirável”; a mãe “por ter um coração lindo, puro, generoso e ser muito humana”; e a chefe, Alana Leguth, sócia-diretora da KondZilla Filmes e criadora do programa que Mila apresenta, uma verdadeira girlboss! No mundo da música, entre suas inspirações, estão mulheres como Ivete Sangalo, cantora que ela acompanha desde cedo e confessa ser fã, e Naiara Azevedo, com quem trabalhou recentemente na música Brindou, Virou, ao lado do Thiaguinho MT.
Inclusive, Mila já trabalhou com o cantor em Tudo Ok, sucesso que estourou no verão de 2020 e viralizou nas redes sociais. A letra fala sobre a superação de um relacionamento, sobre autocuidado e amor próprio. Ao ver que a música havia se tornado um hit, a cantora diz que sentiu gratidão e felicidade por ter o trabalho reconhecido. “Batalhei, ralei bastante e valeu a pena. Cheguei até aqui, eu venci! E ver tudo isso acontecer é muito gratificante e mágico. Não consigo nem expressar com palavras… Só sei sentir que vale a pena correr atrás dos sonhos”, explica a artista, que tem a paixão pela música presente em sua vida desde muito nova. Foi aos 8 anos que ela começou a se apresentar no estabelecimento da sua avó, que considera sua primeira incentivadora. “De lá, passei para os palcos e para a TV. Tive o privilégio e a oportunidade de passar por diversos estilos musicais: axé, sertanejo, forró, e hoje me encontrei no brega funk, um ritmo que amo e é contagiante“, conta.
Sobre o novo momento, o de apresentar um programa, Mila considera gratificante e desafiador: “Estrear assim em rede nacional, um programa com um propósito tão forte, que mostra o protagonismo feminino, com tanta diversidade, que traz informações importantes e tão necessárias, é incrível demais”, comemora. “Falamos no HERvolution que o feminismo não é oposto de machismo, não é odiar os homens, como muita gente pensa por aí. Feminismo prega por direitos e deveres iguais, a luta por igualdade apenas. Acho importante que todas as mulheres se informem mais para tentarem entender de fato o que é o feminismo, porque muitas vezes acabam distorcendo o verdadeiro significado e isso acaba enfraquecendo o movimento“, completa.
Além de falar sobre empoderamento na tela e em suas letras, Mila o coloca em prática no dia a dia. “No momento em que eu me amo, sou dona da minha vida, tomo minhas próprias decisões, me permito, visto o que eu quero, trabalho com o que eu quero e com o que eu amo, que a minha vida serve de força e inspira outras mulheres, me sinto muito empoderada”, revela. E, no caminho para buscar sua confiança feminina interior, não dá pra tentar mudar quem você é. A gente tem que persistir e acreditar no nosso potencial, e não ligar para as críticas destrutivas. “Ame-se e nunca se cale“, dá o recado.